Palestra moderada por Rodrigo Arnaut debate desafios de gestão em engenharia e tecnologia da televisão

Obsessão por telas: Era de transformação da TV

IBC 2016 – Parte I

Palestra moderada por Rodrigo Arnaut debate desafios de gestão em engenharia e tecnologia da televisãoUltra HD com HDR e WFR, VR 360° em quase todos os corredores. Diferentes serviços, diferentes qualidades, diferentes temáticas, e até jogos, mas a mesma sensação: as pessoas precisam de imersão. Assim, a indústria audiovisual avança para soluções flexíveis, ágeis e inovadoras. Tudo, afirmam alguns, para sobreviver a uma tecnologia e a consumos em constante mutação.

Está cada ano mais difícil encontrar soluções de hardware nas grandes feiras mundiais da indústria audiovisual. A cada final de verão europeu, o IBC mostra a realidade de uma indústria em constante mutação que avança para um predomínio das soluções de software, das empresas de TI e, agora, na edição 2016, para uma forte entrada das telcos as quais começam a ter participação certa em um evento que, em sua gênese, era voltado apenas à empresas especializadas em tecnologia broadcast.

Mais de 55 mil visitantes de 160 países participaram da edição 2016 do IBC em Amsterdã, capital da Holanda

Mais de 55 mil visitantes de 160 países participaram da edição 2016 do IBC em Amsterdã, capital da Holanda

Em Março de 1939, um repórter do The New York Times destacado à Feira Mundial (Moura, 2010), onde a televisão era apresentada ao mundo fez um pronostico sobre o novo invento. “O problema com a televisão radica em que as pessoas devem permanecer sentadas com a vista fixa na tela; a família norte-americana em média não tem tempo para isso (…) Por este motivo, não por outro, a televisão nunca será um rival sério das transmissões da rádio”. Esta ideia é mais do que atual, em 2016, uma das grandes questões debatidas no IBC Congress foi como fazer com que os telespectadores se sujeitem à grades lineares e não exijam mobilidade nos seus consumos audiovisuais.
Como a Ericssom afirmou no layout do seu estande, a “TV está se transformando”, e como, tanto que cada vez fica mais complexo encontrar nos corredores do IBC empresas que apresentem soluções de hardware, mas não só, são cada vez menos as empresas que deslocam equipamentos ao RAI, já que muitas apenas precisam de telas e teclados para mostrar as suas soluções.
Não podemos definir se foi para resolver estes questionamentos, mas ano a ano o número de visitantes se mantêm. O IBC2016 contou com a presença de 55.796 visitantes, vindos de mais de 160 países, em uma feira com mais de 1.800 expositores (dos quais, 249 fizeram a sua primeira apresentação na capital holandesa).
“O IBC realmente é o único fórum que atrai um público global, é a exposição mais abrangente e atrai os melhores líderes da indústria para estimular o debate, porque o IBC, acima de tudo, reúne pessoas para compartilhar conhecimento e fazer negócios”, disse Michael Crimp, CEO do IBC em coletiva de imprensa. Além da feira, o IBC contou com mais de 435 palestrantes que participaram de mais de 100 sessões onde debateram diversos temas da indústria audiovisual.

Em um dos painéis do IBC Congress ao que a Revista da SET teve acesso debateu os mídias e a indústria broadcast na “nova era”, temática proposta pela principais entidades do setor – SMPTE, IE, IABM – que colocou as universidades e as suas pesquisas e desenvolvimentos como hipótese, quase única, para compreender as mudanças drásticas da produção, criação, distribuição, e recepção de conteúdos audiovisuais!
Nesta fotorreportagem sobre o IBC 2016, apresentamos o primeiro resumo da visita da Revista da SET ao maior evento de broadcast da Europa, uma feira que marcou a entrada das telcos e das empresas de TI no cenário audiovisual. Estas, aliás, já não oferecem apenas soluções de TI ou na nuvem, mas também codificações, workflows e soluções viradas cada vez mais para o IP e para interfaces de softwares COTS (Commercial Of The Shelf) e para Broadcast Data Center, assumindo que as emissoras passaram a ser um grande centro de dados.

REFERÊNCIAS:
Scrank, J. Comprendiendo los medios masivos de comunicación. México: Edit. Publigrafics S.A 1989

* Fernando Carlos Moura é professor do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação e Educação da Universidade Anhembi Morumbi (UAM)