Revista da SET – n.137

Ano XXIII - nº 137

Outubro 2013

EDITORIAL
Nº 137 – Outubro 2013

Ultra Indefinição

Sim, teremos um mundial de futebol transmitido em 4K. Pelo menos é isso que garantem todos os fabricantes de equipamentos dos fluxo de trabalho broadcast, da captação à transmissão. Aparentemente a guinada final no padrão HEVC, junto da capacidade dos sistemas trouxe uma certa empolgação para realizar esta proeza de mercado.

Outro fator que colaborou muito com este cenário, foram os testes para a transmissão UHD que foram realizadas durante a Copa das Confederações este ano. Conversando com todas as empresas que participaram do processo (fabricantes e operacionais), não houve quem relatasse fracasso. E mais do que isso, todas são categóricas e sem preocupação de que será possível ter Copa do Mundo em 4K da maneira mais tranquila possível.

A maior pressão, porém, não vem de um impulso rumo ao desconhecido tecnológico, mas do próprio ambiente de consumo. Televisores 4K já tem sido vendidos há algum tempo no Brasil e no mundo. É claro que seus preços ainda não chegaram aos patamares acessíveis que os aparelhos HD hoje têm, mas a população buscou por novas tecnologias, logo é preciso ter conteúdo em 4K.

Há quem diga que isso é uma demonstração clara do que o consumidor quer e que ele busca por nova e mais ampla qualidade de imagem. Há de se atentar, porém, no real conhecimento que o consumidor padrão possui do que é Ultra Definição. Hoje, nos lares brasileiros, vemos diversos televisores “Full HD” conectados à serviços à cabo SD, ou satisfeitos com OTTs em 720p. Este cenário se torna bastante preocupante quando de repente os broadcasters podem estar somente perseguindo cumprir promessas geradas por estratégias de vendas de fabricantes de televisores. Tal ambiente seria um triste e sem sentido fechar de ciclo em si mesmo, onde se produz conteúdo para suprir uma demanda criada pelo próprio setor de tecnologia, ou uma minoria que de fato entende do assunto.

Outro problema que pode ser levantando é o próprio plano brasileiro de recanalização da TV Digital. O processo, que está em andamento em função da cessão dos canais 52 à 69 para LTE/4G, não prevê canais para um futuro padrão mais avançado como 4K ou qualquer futuro padrão FoBTV. Este cenário deixa esta nova tecnologia da Ultra Definição restrita à provedores de serviço à cabo e transmissão via satélite.

Isso se torna ainda mais importante com o que vem para o futuro. Durante a Copa das Confederações, alguns engenheiros da NHK já estavam testando seus padrões 8K, que eles juram que estará disponível para broadcast até 2020. Muitos encaram este cronograma como um devaneio nipônico, mas vale lembrar que o cronograma de transmissão do 1080p, que também parecia uma loucura japonesa, foi entregue no prazo.

De qualquer forma, vamos avançando, e criando soluções para que estas demandas sejam sempre cumpridas. Afinal de contas, cabe a nós, broadcasters, estar preparados para qualquer cenário de transmissão, com o melhor produto final possível.
Olímpio José Franco
Presidente da SET

SUMÁRIO

IBC 2013: Final da Copa do Mundo em 4K

RTVs

“Mutirão regularizará retransmissoras de TV em todo o País”

CONGRESSO SET 2013 – Parte II

Congresso SET 2013 – Parte II: Além
do HD!

SWITCH-OFF

Interferência/4G: Conselho de
Comunicação fará consulta pública

MIRANDA

Miranda: Nomeado novo responsável
pela América Latina

JOGOS OLÍMPICOS

Jogos Olímpicos: Centros de mídia
começam a ser construídos

ENTREVISTA – Marcos Lopez

Um bate-papo sobre tecnologia e futuro com Marcos Lopez, presidente da Miranda Technologies.

NAB Proceedings

Audio for Mobile TV, iPad and iPod.
Thomas Lund – TC Electronic A/S – Risskov, Denmark

TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE

A Banda Ka
é uma tecnologia disruptiva?

TV DIGITAL INTERATIVA

Projeto Brasil 4D

AUDIÊNCIA PÚBLICA: LEI DE ANTENAS

Ministro critica cidades com leis rígidas para instalação de antenas de celulares

SCREEN SERVICE

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Honduras escolhe o padrão nipo-brasileiro de TV Digital