SET Centro-Oeste 2019: O que esperar da tecnologia 5G?

O terceiro painel do último dia de evento do SET Centro-Oeste 2019 tratou sobre os desafios e possibilidades que o 5G pode proporcionar.

Uvermar Nince, moderador do painel, iniciou o painel fazendo um breve relato histórico sobre a vida da tecnologia móvel.

Em 1990 surge o 1G, que permite a comunicação via voz. No ano de 1992, o 2G agrega a opção de texto à de voz. Em 2001, a internet passa a fazer parte dos dispositivos móveis por meio do 3G. Mais de 10 anos depois, em 2012, surge o 4G que inclui o vídeo na gama de produtos possívei de acessar por meio da tecnologia móvel.

Em 2020, o 5G promete maior velocidade upload, cobertura, realidade aumentada, internet das coisas, drones contribuindo para busca e salvamento, veículos autônomos, novos dispositivos serão usados pela medicina em tempo real, permitindo acesso às pessoas remotamente. “As possibilidades são imensas, serviços novos serão criados, mudando o cotidiano da população. A grande questão é que ainda não podemos prever quais serão esses novos serviços”, afirmou Nince.

Moderador do painel, Uvermar Nince | Foto: SET

Guilherme Saraiva, diretor de Vendas Mídia, segmento espacial e Negócios Internacionais, comanda o time de vendas da Embratel. Ele fez sua palestra baseada nas aplicações de broadcast em 5G.

Para o bradcaster, o 5G oferece três vantagens: a capacidade de rede e vasão de dados, baixa latência e internet das coisas, ou seja, uma conexão digital maior entre os objetos do dia a dia do que com o ser humano.

“A parte mais relevante do 5G para o broadcast diz respeito ao ultra HD, 4K… as novas televisões terão uma camada de grafismo, de interatividade, que será entregue via internet, ou seja, uma TV híbrida. Dessa forma, será possível a identificação do usuário e aplicação parecidos com internet, permitindo medir a audiência em tempo real e propaganda direcionada aos clientes. Além disso, haverá um melhor relacionamento com o cliente, pois se sabe exatamente o que ele quer”, afirmou Saraiva.

Um dos assuntos abordados por Jose Marcos C. Brito, Pró-Diretor de Pós-Graduação e Pesquisa do Inatel, foi sobre a cobertura de banda larga em áreas remotas.

No Brasil, 40% da população está coberta mas não possui conexão com banda larga 3G ou 4G. Este cenário, segundo Brito, leva a três desafios: desoneração fiscal, regulamentação para uso de Rádio Cognitivo e modelo de leilão de espectro que privilegie área de cobertura e não arrecadação financeira.

Brito ainda destaca que o 5G é um grande negócio. “De acordo com a ABI Research Group, as operadoras irão arrecadar 247 bilhões de dólares com o 5G em 2025. Além disso, segundo estimativas para 2035 da IHS Economics, o 5G irá gerar receitas de até 3,5 trilhões de dólares e produzir bens e serviços de até US$ 12,3 trilhões”.

Leonardo Guedes, professor titular da PUC Goiás e da Universidade Federal de Goiás, disse que o 5G está na Curva de Adoção da Inovação. De acordo com essa teoria, os primeiros 18% da população que aderem ao novo serviço são os inovadores. O ponto da virada acontece depois que 20% do mercado adota a tecnologia. Assim, ela vira realidade, a barreira inicial é rompida e ela chega ao restante da população.

O tempo da curva pode variar muito, o exemplo utilizado por Guedes foi a Fotografia. O ponto de virada para que a fotografia se tornasse um produto e um serviço acessível à população foi de 114 anos.