Jornalismo: CBS aposta no aplicativo gratuito CBSN

Por: Jeff Baumgartner, Broadcasting & Cable, NAB Show Daily News

Velocidade e agilidade são características de qualquer serviço de vídeo over-the-top. Mas no CBSN, o serviço de notícias digitais 24/7 lançado em 2014, outro princípio fundamental é alcançar um equilíbrio entre independência total e um relacionamento colaborativo com a CBS News.

O CBSN é, em sua essência, um serviço de notícias digital OTT que apresenta feeds ao vivo e cobre notícias de última hora.  Além de estar disponível de maneira gratuita por meio de aplicativos para dispositivos móveis e conectados à TV, a plataforma também é oferecida pelo CBS All Access, o produto de streaming de assinatura da CBS.

“Estamos preparados para aproveitar o fluxo digital”, disse Christy Tanner, vice-presidente executiva e gerente geral da CBS News Digital, nesta terça-feira, em conversa com Will Richmond, editor da VideoNuze, no NAB Show. O CBSN surgiu como um serviço digital dedicado, em parte porque a CBS viu uma necessidade de mercado, mas também porque não tinha um canal de notícias a cabo em tempo integral.

“Verificamos, de certa forma, o início de algo novo”, disse Tanner, observando que o CBSN não precisa se preocupar em canibalizar os telespectadores de outros serviços da própria CBS. O lançamento do serviço foi “uma aposta de relativo baixo risco”.

Agora, o CBSN busca seu próprio caminho. “Nós podemos ir além do que o espaço digital”, disse Tanner.

O CBSN opera separadamente da organização de notícias da TV aberta da CBS; mas também começará a produzir material para a TV da casa. Um convidado do “CBS This Morning”, por exemplo, pode aparecer por dois minutos e, em seguida, dirigir-se ao CBSN para um segmento de 10 minutos sobre o mesmo assunto.

“Podemos ir um pouco mais fundo nos temas”, disse Tanner, observando que o material produzido no CBSN também acaba sendo usado no “CBS Evening News”. “Nós nos integramos com todos os programas da CBS”, disse ela, “incluindo o 60 Minutes”.

“Na prática, o que desenvolvemos é um novo modelo de organização de notícias”, disse Tanner.

E essa estrutura continuará a evoluir. A operação de notícias do CBSN “será muito diferente daqui a dois anos”, ela previu. A audiência da CBSN tende a se tornar mais jovem, com uma idade média de 38 anos, em comparação com a do CBS News, cuja audiência é em média 20 anos mais velha.

Embora a situação mude de acordo com a hora ou o dia da semana, cerca de 50% da audiência do CBSN vêm por meio de dispositivos conectados à TV, como players de streaming, smart TVs e consoles de jogos, sendo 20% provenientes de dispositivos móveis e 30% de desktops/PCs.

O serviço também está ganhando força na Xumo e na Pluto TV, plataformas de streaming baseadas em anúncios que agregam conteúdo em “canais” digitais através de uma ampla variedade de fontes.

O CBSN, até agora, não se utiliza os MVPDs virtuais [distribuidores de programação de vídeo multicanal] como o Sling TV e o DirecTV Now, mas a empresa não descarta esta forma de distribuição. Na verdade, a transmissão do CBSN está ligada a um acordo mais amplo entre a CBS e a FuboTV, um serviço de TV OTT lançado no ano passado.”Estamos falando com todo mundo”, disse Tanner.

Quanto ao futuro, ela disse que o CBSN está se esforçando para integrar seu serviço a plataformas de navegação e busca por voz. O CBSN, como um aplicativo independente, continuará sendo um serviço gratuito baseado em anúncios. (O CBS All Access, o serviço OTT pago, inclui o CBSN como um benefício incorporado adicional.) O CBSN também está disponível para afiliadas locais.

“Veremos como isso evolui”, disse Tanner sobre o modelo de negócios do serviço, acrescentando que o CBSN avaliará o comportamento do consumidor para tomar novas decisões. “Até o momento, estamos agregando valor com notícias de última hora, por isso, seria precipitado colocar um paywall”, finalizou.