Brasil não aceitará pressão dos EUA no leilão do 5G, afirma Marcos Pontes

por Martha Viotti Beck e Simone Preissler Iglesias

Conteúdo Bloomberg

O Brasil não aceitará pressão dos EUA para barrar a participação da empresa chinesa Huawei no leilão da rede de tecnologia 5G, disse Marcos Pontes, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).

Pontes, responsável por estabelecer os critérios para a construção da Internet ultrarrápida de última geração, disse que não vetaria nenhuma empresa do processo de licitação e que a decisão final seria baseada apenas no mérito.

Mais atrasos

Programado inicialmente para março deste ano e depois adiado para a segunda metade de 2020, o leilão do 5G pode ser adiado até 2021, de acordo com Pontes. Isso se deve a um problema técnico, pois a nova rede interfere na transmissão das antenas parabólicas que atualmente transmitem sinais de TV no Brasil.

Atualmente, o governo está estudando duas alternativas: colocar filtros nas antenas parabólicas ou alterar a frequência de transmissão usada pelos fornecedores de TV do país.

Além disso, a agência que regula o setor de telecomunicações demorou a publicar o aviso oficial anunciando o leilão.

Pontes disse que prefere avançar com cautela de qualquer maneira. O atraso, em sua opinião, beneficia o Brasil ao permitir que ele aprenda com os erros e sucessos de outros países que adquirem suas novas redes 5G.