RPC TV no caminho da TV Digital

Empresa completou em 2012 o ciclo de cobertura digital em suas oito emissoras no Estado do Paraná e avançou a digitalização das retransmissoras com um investimento de R$ 20 milhões em 2013. Assim, segundo os seus responsáveis, mais da metade dos paranaenses já tem acesso à TV Digital em suas residências. O processo continuará em 2014 com foco especial na Copa do Mundo.

Nº 138 – Novembro 2013

Por Fernando Moura

Reportagem

A primeira cidade a ter transmissão digital foi Curitiba, a capital do Estado e sede da RPC TV.

ARPC TV completou a cobertura digital de suas oito emissoras – Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava e Paranavaí – em 2012, depois da emissão digital chegar às três últimas. Desta forma, o sinal digital da emissora passou a cobrir mais da metade da população paranaense (56%) e chegou a um total de 99 municípios.
Em 2013, o foco da empresa, que faz parte do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) e é afiliada da Rede Globo no Estado do Paraná, foi a interiorização da TV Digital nas retransmissoras. O objetivo é levar a nova tecnologia para outras 25 localidades do Paraná, atendendo, assim, a 70% da população paraense com TV em casa até março de 2014, com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Em 2013, o foco da empresa, que faz parte do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) e é afiliada da Rede Globo no Estado do Paraná, foi a interiorização da TV Digital nas retransmissoras. O objetivo é levar a nova tecnologia para outras 25 localidades do Paraná, atendendo, assim, a 70% da população paraense com TV em casa até março de 2014, com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Isso porque, segundo Ivan Miranda, diretor de engenharia da RPC TV, a empresa foi a primeira rede de televisão do sul do Brasil a oferecer a tecnologia de TV Digital aberta, “iniciando as transmissões em Curitiba, em outubro de 2008. Em 2010, a nova tecnologia foi instalada em Londrina, Maringá e em Foz do Iguaçu. Em 2011, em Cascavel”
Em entrevista à Revista da SET, Ivan Miranda, também diretor da Direção Regional Sul da SET, disse que a RPC TV realiza um planejamento plurianual dos investimentos, por isso a empresa “tem uma visão muito clara do presente e suas ações são calcadas em horizontes de médio e longo prazo. Sabíamos que os investimentos para expansão da cobertura digital, assim como produção de conteúdo em HD, demandariam cifras elevadas de investimentos, os quais precisariam ser implantados com a mão-de-obra disponível no mercado. Dessa feita, definimos um alvo até 2016 onde as etapas mais críticas serão contempladas”.

Assim, desde 2008, quando a empresa iniciou a implantação do sistema digital no Estado, a RPC TV já investiu mais de R$ 42 milhões. Segundo Miranda, entre todas as afiliadas da Rede Globo, a RPC TV “é a emissora que tem maior cobertura de sinal digital no Brasil”.
Com isso, segundo o diretor de engenharia da RPC TV, é possível afirmar, após estudos de cobertura realizados pela emissora, que neste momento 50% da população da capital do Estado está coberta por sinal de TV Digital.
“Em Curitiba trabalhamos o tema TV Digital por cinco anos com muita ênfase e hoje contamos com aproximadamente 50% da audiência no canal digital da TV aberta. Quanto tempo levará para agregarmos os 50% restantes? Não sei, porém o momento é bom, devemos aproveitar os grandes eventos esportivos, em especial a Copa 2014, maior motivador de venda de televisores no mundo”, explica Miranda.

Segundo Ivan Miranda, diretor de engenharia da RPC TV; desde 2008, quando iniciou a implantação do sistema digital no Estado, a emissora investiu mais de R$ 42 milhões.

Para chegar a isso, “iniciamos os trabalhos de divulgação há cinco anos, desde que iniciamos a transmissão digital em 2008. Abordamos lojistas, antenistas, realizamos campanhas, temos serviços de atendimento ao cliente e técnicos à disposição para atendimento ao telespectador. Tudo que é possível fazer tem sido feito, porém, depende de uma mudança cultural que leva tempo. À medida que o desejo de se ter um televisor tela plana aumenta, assim como a intimidade com a tecnologia, as coisas passam a acontecer com naturalidade”.

A emissora realizará um investimento de R$20 milhões em 2014. Na imagem, a torre da RPC TV em Guarapuava, interior do Estado do Paraná.

De todas as maneiras, Miranda assume que a “emissora está no bom caminho, mas que o processo está menos avançado do que esperava”. Isso porque o maior desafio nem sempre é o orçamento. “Temos algumas variáveis que em um primeiro momento relevamos, mas que nem sempre se comportam como esperávamos. Como exemplo, um compartilhamento para gap filler que o contrato foi mais moroso do que imaginávamos, uma torre que demandou mais reforço do que o esperado, uma autorizando do COMAR [Agência Nacional de Aviação Civil] para incremento de altura de torre que não aconteceu e etc. São pequenos detalhes que no final dão um grande impacto”.
De todas as maneiras, Miranda assume que a “emissora está no bom caminho, mas que o processo está menos avançado do que esperava”. Isso porque o maior desafio nem sempre é o orçamento. “Temos algumas variáveis que em um primeiro momento relevamos, mas que nem sempre se comportam como esperávamos. Como exemplo, um compartilhamento para gap filler que o contrato foi mais moroso do que imaginávamos, uma torre que demandou mais reforço do que o esperado, uma autorizando do COMAR [Agência Nacional de Aviação Civil] para incremento de altura de torre que não aconteceu e etc. São pequenos detalhes que no final dão um grande impacto”.
O caminho para a digitalização das 8 emissoras da empresa não foi fácil, Miranda confessa que uma das maiores preocupações é a demora no processo de elaboração do projeto e a necessidade de acelerar o processo de implantação.

A RPC TV foi a primeira rede de televisão do Sul do Brasil a oferecer a tecnologia de TV Digital aberta, iniciando as transmissões em Curitiba, em outubro de 2008. Na imagem o controle mestre de telejornal em HD que a emissora passou a produzir em 2013.

“O processo de implantação é relativamente complexo, pois depende de premissas de cobertura definidas no plano básico de retransmissão de televisão, que servem de referência para a definição dos equipamentos a serem utilizados. Realizado o projeto técnico parte-se para o projeto de aprovação de locais e equipamentos, para pleito da autorização provisória”.
E não só, segundo o diretor de engenharia da RPC TV, “paralelamente o processo de implantação tem início, com melhorias de infraestrutura predial, elétrica e torre, de forma a comportar o sistema digital que compartilha espaço com o sistema analógico. Um posto retransmissor de médio porte normalmente demanda um ano de trabalho. Vale lembrar que a mão-de-obra é especializada e limitada em oferta, ou seja, não depende somente de recursos financeiros”.
Um dos maiores problemas encontrados por Miranda e sua equipe durante o processo de digitalização foi a “polarização elíptica”. Que se bem “é muito útil para privilegiar a recepção portátil, cada vez mais presente em meios de transporte, em especial táxi. Infelizmente tem-se um preço a pagar, visto que exige maiores níveis de potência na transmissão, visto que teremos RF entre as polarizações H e V. Em suma, para se preservar as recepções outdoor que utilizam antenas em polarização horizontal (H), será necessária uma compensação no transmissor”.

Em 2012 a RPC TV instalou os transmissores de Guarapuava, Ponta Grossa, Paranavaí e nas retransmissoras de Umuarama e Cianorte. Na imagem, transmissores da RPC TV Ponta Grossa.

Um dos temas que os Congressos regionais da SET e o Congresso 2013 colocaram na agenda é que com o swich-off as prefeituras terão problemas para realizar o investimento que permita a transmissão do sinal digital. Miranda concorda e acrescenta que “devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, fica proibitivo que os municípios invistam, principalmente quando falamos de cifras elevadas que podem chegar à casa dos R$ 400.000. Para o radiodifusor a situação também é desafiadora, visto que implantar e manter postos em localidades com 100 mil habitantes x 5 mil habitantes acaba sendo muito parecido em termos de custos. Em suma, não será possível as emissoras assumirem os postos de prefeitura. Certamente precisaremos de políticas públicas para equacionar essa questão, visto que falamos de inclusão social”.

Campanha de conscientização
A RPC TV tem feito desde 2008 algumas campanhas de conscientização dos telespectadores sobre a utilização e funcionamento da TV Digital. Em junho de 2013, por exemplo, colocou na grade de programação uma nova campanha de sinal digital da RPC TV, desenvolvida pela agência Bronx de Curitiba, na qual tentou mostrar “as facilidades do telespectador em obter gratuitamente imagem e som com qualidade digital, por meio de cinco vídeos veiculados na programação”.

Segundo Marcos Franco, diretor de Marketing da RPC TV, os vídeos reforçam os elementos técnicos de instalação de acordo com o modelo de televisor e mostram como é simples instalar e sintonizar o canal digital.

Segundo Marcos Franco, diretor de marketing da RPC TV, os vídeos reforçam os elementos técnicos de instalação de acordo com o modelo de televisor e mostram como é simples instalar e sintonizar o canal digital. “A RPC TV está comprometida em levar o melhor para os seus telespectadores. E é exatamente isso que a nova campanha de sinal digital evidencia: a mobilidade, a praticidade e a qualidade que o sinal oferece, levando para a casa dos nossos telespectadores ainda mais emoção ao assistir a nossa programação, nossos telejornais e novelas. A campanha vai ao encontro da missão da RPC TV que é de desenvolver, por meio da comunicação, o Paraná e os que aqui vivem”, afirma Franco.
Ivan Miranda, reforça a questão afirmando que é “preciso respeitar o público” e é necessário “criar uma cultura de TV Digital”. Para isso, disse ele, “a razão de ser do radiodifusor é a população, nossos telespectadores e ouvintes. À medida que vamos colocando à disposição do telespectador um conteúdo interessante, que agrega valor a sociedade, certamente seremos acompanhados em nossos meios de comunicação. À medida que a população tenha anseios a novas tecnologias (televisores tela plana, tablets, smartphones e outros) precisaremos estar com nosso conteúdo nesses dispositivos. Informar, esclarecer e suprir dúvidas de nossos telespectadores fará parte desse processo de aculturamento da TV Digital”.

Para ele “a migração completa do analógico para o digital somente acontecerá quando todos souberem do que se trata e tiverem acesso à tecnologia, fazendo bom uso dela. Nosso foco, assim como o do Ministério das Comunicações e ANATEL deverá ser a população. Precisaremos fazer tudo que é possível para que todos tenham acesso, porém a decisão final é da população e precisaremos respeitar seu ritmo. Medir a adesão é necessário e será o principal indicador para definir o processo de switch-off analógico”.

Segundo Marcos Franco, diretor de Marketing da RPC TV para que a população assista a TV Digital é preciso conscientiza-la dos seus benefícios.

Produção de conteúdos em HD
A digitalização do sinal e a emissão de TV Digital obriga a emissora a produzir cada dia mais conteúdo em HD. Por isso, no dia 16 de outubro passado, a RPC TV Curitiba estreou a emissão HD dos telejornais ‘Bom Dia Paraná’, ‘Paraná TV – 1ª e 2ª Edições’ e do “Globo Esporte Curitiba”.
De acordo com Wilson Serra, diretor de jornalismo da RPC TV, a transmissão já era realizada em sinal digital. “O que muda agora é a qualidade das imagens produzidas, que vão trazer maior nitidez, definição, cor e inovação aos nossos telejornais locais”, afirma Serra. O próximo passo da RPC TV será levar a tecnologia também para os telejornais das emissoras no interior do Estado, começando pela RPC TV Londrina, com previsão para estrear até dezembro deste ano, complementando, desta maneira, a programação já produzida pela Rede Globo em HD.

RPC TV realiza ação de degustação do sinal digital na 42ª ExpoParanavaí, região Noroeste do Paraná.

Para aumentar a cobertura digital e produzir os programas em HD, a RPC TV afirma que vai investir em 2014 cerca de R$ 20 milhões, sendo R$ 7 milhões para a implantação da TV Digital no interior e R$ 13 milhões para a produção dos jornais em HD, destinados para a aquisição de equipamentos como ilhas de alta e baixa resolução, câmeras, iluminação e estúdios. Para 2014, a emissora prevê investimentos na ordem de R$ 17 milhões.

O GRPCOM no qual está inserida a RPC TV é integrado pelo canal por assinatura ÓTV, os jornais Gazeta do Povo, Jornal de Londrina e Tribuna, o jornal online Gazeta Maringá, o portal de notícias Paraná Online, as Rádios 98FM, Mundo Livre FM e Cultura FM 102,5, uma unidade móvel de produção em alta definição HDView, e um instituto de responsabilidade social, o Instituto GRPCOM.

Fernando Moura
Redação: Revista da SET