Produção em 3-D RPC mostra ousadia em curta-metragem

Realizada integralmente em formato 3-D, a Rede Paranaense de Comunicação, emissora afiliada da Rede Globo com sede em Curitiba, Paraná, esta realizando um novo capítulo do quadro “Casos e Causos” veiculado dentro do programa Revista RPC. Com essa iniciativa a emissora paranaense mostra ao país o seu investimento em novas tecnologias para acompanhar o crescimento do mercado audiovisual. O novo episódio produzido em 3-D é “O Príncipe e a Camponesa”.

Nº 131 – Março 2013

Da Redação Foto: Divulgação

ARPC TV produziu com tecnologia 3-D um dos primeiros curta-metragens no Brasil para ser veiculado na afiliada da Rede Globo. A emissora paranaense explica em comunicado que com essa iniciativa quer mostrar ao país o que “tem investido em novas tecnologias que permitem a produção de conteúdos com qualidade cada vez melhor. Um desses investimentos é a produção de mais um episódio em 3-D para o quadro Casos e Causos, transmitido todos os domingos na Revista RPC”.
Para Marcus Werneck, gerente de produção da RPC TV, “a captação de imagens envolve cálculos para obter a convergência e o efeito desejado em 3-D. Com isso foram gravadas menos cenas por dia do que em um filme normal, aumentando assim o tempo de produção. O mesmo ocorre na edição, o processo é mais lento e mais trabalhoso. Além disso, os enquadramentos e movimentos de câmera são muito específicos para cada formato. Mas, uma coisa não muda: todo bom filme vem de uma boa história e esse é o desafio maior, saber contar uma boa história, independente do formato”, explica.
Para garantir a qualidade do resultado final, a RPC TV conta com câmeras 4K e ilhas de edição específicas para esse formato. Além disso, a coprodutora investiu na aquisição de um RIG, equipamento específico para captação em 3-D com duas câmeras, que exige um maior número de profissionais para sua operação. O curta-metragem com formato 3-D será exibido apenas em cinemas e festivais, enquanto a exibição na RPC TV foi em HD e 2-D em dois sinais, um digital e outro analógico, já que a emissora neste momento conta com as duas emissões como a maioria das afiliadas da Rede Globo. A produção nesses dois formatos, explica Werneck, “impôs desafios ainda maiores às equipes da RPC TV e da SPIN Filmes”.

A RPC TV é uma empresa que faz parte do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), com oito emissoras de TV afiliadas à Rede Globo, no Paraná. A emissora foi pioneira na transmissão da TV Digital na região Sul do país, em outubro de 2008. A transmissão do sinal digital já contempla Curitiba e Região Metropolitana, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa, Paranavaí, Umuarama e Cianorte.

“O Príncipe e a Camponesa”
Ao encerramento desta edição, a RPC TV gravava “O Príncipe e a Camponesa”, uma coprodução com a produtora Spin Filmes, que é parceira da emissora paranaense desde 2009, que estava sendo realizada integralmente em 3-D com locações externas no Largo da Ordem e no Bosque do Papa, na capital do estado e uma fazenda em Quatro Barras, município da região metropolitana de Curitiba.

Assim, “O Príncipe e a Camponesa” será a terceira produção em 3-D da RPC TV para o quadro Casos e Causos. A primeira – 2001 – foi o curta “O Amor na corda Bamba”, também coproduzido com a Spin Filmes, e na época com as empresas espanholas SGO e S3-D Technologies. Esse curta-metragem foi dirigido por Marcus Werneck e Lelo Penha com roteiro assinado por Marcos Pamplona. Em 2012, foi realizada a segunda, coproduzida a produtora Filmes do Leste, “O Castelo”. A produção de “O Príncipe e a Camponesa” tem direção de Antonio Spina Filho, da SPIN Filmes e tem exibição prevista para o final de maio de 2013.
Em entrevista à Revista da SET, Antônio Spina Filho, diretor do “O Príncipe e a Camponesa”, explica que todo o processo está sendo realizado com tecnologia 3-D. “Todo o processo 3-D é bastante complexo. Na captação usamos um rig em mirror para os enquadramentos próximos e um rig side-by-side para as cenas mais distantes. Usamos uma câmera Sony EX1 genlockada com uma EX3. Os arquivos foram gravados em 24p com formato 1920×1080.”
Assim, “optamos por usar câmeras mais simples com teleobjetivas e não lentes fixas. O propósito foi aumentar a agilidade no posicionamento do rig e aproveitar as características da lente que mantém sempre foco tanto no primeiro plano como no infinito”, porque para Spina Filho, o importante é que a “imagem 3-D permite ao espectador definir o foco. Quando ele fixa o olhar no primeiro plano o infinito sai de foco e quando ele olha para o infinito o objeto em primeiro plano é desfocado”.
Com aproximadamente 30 minutos de duração, o curta-metragem “O Príncipe e a Camponesa”, será editado inicialmente no Adobe Premiere em 2D, correção de cor no DaVinci Resolve, modelagem em Blender e finalizado no Nuke com o plug-in Ocula. Da mesma forma que o curta-metragem exibido em março de 2013, o formato desta produção será exibido em 3-D apenas em cinemas e festivais, enquanto a exibição na RPC TV será em HD e 2D. Isso porque, segundo Spina Filho, “o arquivo digital gerado para o cinema é o Digital Cinema Package – DCP compatível com os equipamentos de projeção digital dos cinemas 3-D”.

O curta-metragem conta a história de duas crianças que, no Largo da Ordem, têm a trajetória de suas vidas abaladas pela intervenção de um contador de histórias, que altera o cotidiano do Centro Histórico de Curitiba através da chegada de um Carroção que anuncia a apresentação da lenda da Gralha Azul e do pinheiro das Araucárias. Durante a apresentação, a história ganha vida e significado. Campo fértil é a imaginação de uma criança, onde todos nós somos conduzidos através do brilho do olhar dos sonhos das crianças de Core Etuba. O paralelo traçado entre o menino rico e o príncipe, e a menina pobre e a camponesa, traz a história para perto de todos.
O Príncipe e a Camponesa traz em si a lenda mítica da criação da cidade de Curitiba e de seus símbolos mais característicos: o pássaro gralha azul e a árvore das araucárias, o pinheiro. A história é local, mas o contexto é também universal. Os protagonistas são levados por uma jornada de aventuras e fantasia, em que aprendem lições importantes como o segredo da vida em harmonia – com a família, a sociedade, a natureza e a preservar valores e práticas culturais, mas nunca sem deixar de sonhar com um mundo melhor.
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