Digital Radio Mondiale realizou webinar para debater o rádio digital

O Consórcio DRM em parceria com a Plataforma DRM Brasil realizou na quarta-feira, 19 de junho, um webinar (seminário via web) aberto e gratuito, com o objetivo de debater a implantação do rádio digital no Brasil.

Nº 134 – Julho 2013

Por Fernando Moura

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Durante uma hora, quatro palestrantes, especialistas em rádio digital realizaram apresentações explicando a necessidade de encontrar um padrão para a migração do sistema atual de rádio no país para um sistema digital num debate denominado “DRM. O caminho flexível e econômico para a transição do analógico para o Digital”, do qual a Revista da SET participou via Internet. O DRM é, segundo os organizadores do webinar, um sistema totalmente aberto – não possui segredos industriais, sendo o único sistema reconhecido pela UIT que funciona em todas as bandas para a radiodifusão terrestre. Possui implementações de referência abertas tanto da modulação como da demodulação (Dream, Gnuradio-DRM), estando em operação em OM, OT, OC (AM) e VHF (incluso canais5 e 6 e banda do FM) em países de todos os continentes. O webinar começou com as palavras de Rafael Diniz, presidente da Plataforma DRM Brasil e pesquisador do Ginga da PUC-Rio, quem apresentou as características do único sistema de rádio digital que atua em todas as faixas de frequências. Segundo os organizadores, a Plataforma “DRM Brasil começou como um fórum de discussão e apoio ao DRM em 2010 e tomou corpo como Plataforma em setembro de 2012 com a missão de auxiliar e dar suporte na implantação do Rádio Digital no Brasil, tendo como foco o aprimoramento do sistema e apoio aos diferentes agentes da radiodifusão sonora no país”. Assim, o Consórcio DRM “é uma organização sem fins lucrativos. O seu objetivo é promover a norma DRM, único sistema aberto e global”, explicou Marcelo Goedert, mediador do webinar e representante do Consórcio DRM no Brasil à Revista da SET, e agregou: “os membros do Consórcio DRM são praticamente 100 firmas e organizações internacionais, estruturas públicas e comerciais incluindo rádio difusores, centros de pesquisa universidades, e organizações civis. Atuamos em parceria com a EBU, ITU, ABU e outros órgãos internacionais”. A seguir Nélia Del Bianco, pesquisadora e professora da Universidade de Brasília, (UnB), convidada pelo DRM, falou sobre a importância da digitalização das Ondas curtas e Ondas médias, apresentando, ao final, um interessante estudo da UNESCO sobre este tema. Ressaltou como esta nova tecnologia vai beneficiar o ouvinte de rádio que conta com os serviços oferecidos por estas faixas de frequência.
Para a pesquisadora da UnB, “Digitalizar é necessário” porque assim se consegue a inclusão ao invés do que alguns falam que digitalizar é “criar uma nova divisória de exclusão. A digitalização é a única solução inovadora capaz de elevar a qualidade e o alcance das transmissões de rádio. Sem o digital, o rádio perde a oportunidade de promover algum tipo de interatividade a partir do próprio aparelho receptor, algo que é hoje realizado com apoio de outros canais e suportes, como telefone, Internet, e-mail e SMS”. Nélia afirma que “é fundamental agregar novas tecnologias para aumentar a acessibilidade dos seus serviços e para oferecer novas opções de consumo”. João Eduardo Filho, VP da Plataforma DRM Brasil e CEO da MTA Eletrônica, apresentou as vantagens da ocupação das faixas do chamado FM estendido (FMe), os canais 5 e 6, pelo rádio em full digital. Ou seja, “defendeu a migração das AMs para esta faixa em full digital, pois dessa forma, o investimento necessário seria menor, as emissoras economizariam energia, não haveria necessidade de cobrança pela nova outorga (pois, como na TV, se trataria de uma mudança tecnológica) e novos serviços seriam oferecidos aos seus ouvintes, estimulando a compra dos novos receptores necessários para se ouvir o rádio digital”. Eduardo Filho afirmou que “os canais 5 e 6 são o FM estendido, eles possuem a mesma natureza de transmissão e recepção do atual FM, podendo inclusive ser a continuação do atual FM no Dial (Formato Analógico). Porém, não podemos esquecer que com a transferência dos canais 5 e 6 para a radiodifusão sonora, inicialmente ganhamos apenas o espaço no espectro. Esse espaço, quando entregue pelas TVs, será totalmente vazio, e assim, sem valor de receita imediata para a indústria como um todo. Apenas com a construção de uma infraestrutura de transmissão e recepção teremos uma indústria potencialmente lucrativa”. Ainda, Ruxandra Obreja, presidente do consórcio DRM, disse que “é crucial para todas as emissoras brasileiras, reguladores, fabricantes e todos os envolvidos na definição do futuro digital do Brasil conhecerem os benefícios de migrar com DRM, que é o único padrão de transmissão global, sustentável e aberto de áudio digital em todas as freqüências.”
http://www.drm-brasil.org/

Fernando Moura
Revista da SET
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