Chega ao mercado um set-top-box hibrido

A Unotel apresentou à Revista da Set o seu novo set-top-box hibrido desenhado por investigadores brasileiros que permitirá aos seus clientes ter acesso a IPTV ou DTH, e TV Digital através do mesmo dispositivo. O receptor foi criado pensando no Switch-off.

Nº 139 – Dez 2013 e Jan 2014

Por Fernando Moura

Reportagem

Esta plataforma criada especialmente por técnicos brasileiros utilizando entre outras coisas tecnologia da Media Networks Latin America e da NAGRA, permite o acesso a IP, satélite e TV Digital terrestre (DTV) com proteção do conteúdo pela tecnologia NAGRA MediaAccess.

A saída eSATA do receptor é dedicada para a instalação de um “HD Externo” com alta performance na transmissão de informações na comunicação com o STB.

Para Orlando Ferreira Neto, presidente da Unotel é preciso ter uma estratégia agressiva e não esquecer que a TV Digital esta chegando por isso é necessário oferecer um sistema de TV hibrido aos clientes.

Segundo os responsáveis do projeto, uma das mais- -valias do produto é ter uma saída eSATA. Esta conexão é dedicada para a instalação de um “HD Externo” com alta performance na transmissão de informações na comunicação com o STB. Tudo isso para garantir a gravação de até 4 canais simultâneos, porém mantendo a segurança dos conteúdos protegidos.
Outra das grandes diferenças do receptor é a hipótese de funcionar como descodificador do sinal de TV Digital aberto. Por isso, o dispositivo conta com entrada de sinal ISDB-Tb.

Para Ricardo Miranda, consultor da Unotel e responsável da Nextvision – Sistemas digitais de televisão. “Isto é um diferencial fantástico. É por esta interface que o STB sintonizará os canais disponíveis nas regiões onde o sinal digital for disponibilizado. Nosso projeto esta pensado para o modelo de negócio que esta começando a ser desenhado e que em 2018 com o apagão analógico dará os maiores resultados. Desenhamos um STB pensando no mercado e a sua conjuntura”.
Outro dos diferenciais é a entrada S/PDIF (optical) – interface de áudio digital dedicada para equipamentos tipo Receivers (Home Theaters) que poderá ser utilizada pelos clientes que tenham este dispositivo em casa, explicou Miranda. Ainda, o controle remoto do STB terá um teclado integrado na parte traseira que permitirá aos usuários escrever na tela da TV.
Segundo Miranda, o STB chegará ao mercado com capacidade de upgrade no futuro e por isso terá incorporado uma memória adicional no seu sistema operativo que poderá vir a suportar a inclusão do middleware Ginga. “O STB possui 1GB de memória RAM e capacidade de processamento para suportar o funcionamento do Ginga, possibilitando a implantação de diversas aplicações dedicadas aos Radiodifusores, Governo Federal/Estadual/Municipal”.
“O que nos fizemos foi desenhar um receptor que saia da fábrica preparado para aportar o Ginga, assim ele conviveria sem conflitos com o middleware instalado no receptor para seu funcionamento. Ou seja, o receptor esta preparado para gerenciar dois middlewares simultaneamente”, explicou Miranda e admitiu que no momento que isso aconteça terá de ser avaliado novamente porque poderá haver mudanças nos sistemas.

Segundo Ferreira Neto, o lançamento da oferta de TV por assinatura esta marcada para o 1° trimestre de 2014. Inicialmente a oferta será para a base de mais de 4 milhões de Assinantes de banda larga dos acionistas e parceiros da empresa, mas segundo as fontes consultadas pela Revista da SET, “o plano de crescimento é agressivo, aproveitando os dois principais eventos esportivos que serão sediados no Brasil nos próximos anos – Copa do Mundo da FIFA, em 2014, e os jogos Olímpicos, em 2016”.

Modelo de Negócio
Para os consultores da Unotel que desenvolveram o STB é necessário revisar o modelo de negócio da TV no Brasil. Para Luiz Celso Machado, da ABX Consulting, o “mercado brasileiro esta mudando. Quando desenhamos este STB pensamos como é que vamos levar ao nosso cliente a melhor solução dos dois mundos, o da TV aberta e o da TV paga.

O controle remoto do STB terá um teclado integrado na parte traseira que permitirá aos usuários escrever na tela da TV.

Por isso decidimos investir em um receptor que tenha ambas opções, porque uma não deixa de lado a outra”.
De todas formas, Miranda afirma que se houver “apagão no Brasil será pela tecnologia e não pela mudança do modelo de negócio do analógico no país. O momento esta chegando, o satélite analógico vai acabar e aí vai ter de mudar o sistema”, por isso, “assumimos que permitir que o cliente aceda a TV Digital aberta e ao sinal de DTH ou IPTV é fundamental”.
Para ele, o receptor é importante porque quando finalmente o apagão analógico aconteça “alguém vai ter se suprir a falta de receptor no país para aceder ao sinal da TV Digital. Nesse momento a nossa caixa pode suprir a migração e servir como instrumento estratégico de desocupação da faixa que o governo pode ter avançar no processo de Switch-off”.
A oferta de DTH que a Unotel pretende lançar ao mercado funcionará de duas formas, como DTH ou IPTV, a segunda disponível para quem possui redes de fibra ou de cabo. Os sinais serão distribuídos através de tecnologia HITS. É necessário possuir um mini-headend próprio.
A empresa disponibiliza hoje soluções de IP, transporte de dados, vídeo, telefonia IP e serviços para o segmento de ISPs. Atualmente utiliza mais de 16 mil quilômetros de fibra óptica, que atingem aproximadamente 3,5 milhões de usuários corporativos e residenciais, em cerca de mil cidades no Brasil.