Conteúdo relevante e exclusivo é o caminho para o radiodifusor

Tradicional dial se mantém na disputa pelo ouvinte, mas as emissoras necessitam estar – literalmente – antenadas com o novo cenário impulsionado pelo mundo digital

A Internet mudou radicalmente a maneira como as pessoas consomem conteúdo audiovisual. Novos formatos de entrega nasceram, como o Streaming, e estão proporcionando às pessoas facilidade de acesso a conteúdo variado e exclusivo, a qualquer hora, de qualquer lugar e a partir de muitos dispositivos, principalmente o mobile. Mesmo com o avanço do digital, o tradicional dial se mantém na disputa pelo ouvinte, mas o radiodifusor tem que estar atento ao novo cenário impulsionado pelo mundo digital.

Daniel Starck, jornalista e CEO do portal tudoradio.com, com passagens em várias emissoras, aponta o conteúdo relevante e exclusivo como o principal insumo para quem quer sobreviver no mercado, seja ele digital ou não. O jornalista reforça a importância desta tradicional mídia na vida das pessoas – fato referendado por muitas recentes pesquisas – como grande motivador para se investir na oferta de conteúdo relevante e especialmente focado no seu público alvo. “Longe dos grandes centros urbanos, sabemos que o rádio é muito presente em suas regiões e a sua força está no conteúdo que ele oferece para a sua localidade. O desafio está justamente em como garantir e manter a qualidade da programação quando o digital coloca o ouvinte em contato com outras possibilidades. O segredo é ter um trabalho de qualificação da programação, observar os nichos, olhar para o que deseja o ouvinte e apresentar o conteúdo que ele deseja”.

O rádio também está mudando. Antes, a única interação com o ouvinte era pelo telefone, agora temos as redes sociais, o WhatsApp e os aplicativos mobile fazendo parte das ferramentas de interatividade com o público. No entanto, esta integração somente poderá se manter se a rádio aprender como explorar melhor estas possibilidades. “A presença da emissora no streaming a partir de aplicativos próprios também deve ser considerada, segundo Daniel Starck. No entanto, de nada vai adiantar uma presença digital forte sem conteúdo relevante. “É preciso estar em todos os lugares e com qualidade”, enfatiza o jornalista.

Podcast: uma grande oportunidade, mas a especialização é necessária

Recente pesquisa Interactive Advertising Bureau (IAC) e a PwC, o podcast deverá movimentar mais de US$ 1 bilhão nos Estados Unidos até 2021, um mercado de mídia reconhecidamente o mais avançado do mundo e que pode servir de referência quando o assunto é “observar para aprender”. Se comparado com os EUA, este mercado Brasil ainda é embrionário, mas vem mostrando sinais que está se movimentando.

Daniel Starck, quando reforça a sua tese sobre a importância do conteúdo, ele aponta o podcast como uma das ferramentas para que os radiodifusores possam investir na qualidade daquilo que podem entregar aos seus ouvintes. “O podcast vem se mostrando como uma grande oportunidade comercial e as rádios devem pensar em incluir esta mídia em seu plano de mídia. Esta modalidade de entrega de conteúdo – que não é nova – vem se fortalecendo nos últimos anos e garantindo a fidelização de ouvintes em diversas áreas de interesse”, aponta ele.

O executivo, no entanto, faz um alerta: “é necessário conhecer a linguagem e se especializar”. Para ele, o podcast dá aos radiodifusores a oportunidade de oferecer um conteúdo especializado para públicos diversos.

Conteúdo especializado para baixar ou ouvir online

O podcast é um conteúdo em áudio disponibilizado por meio de um arquivo para ser baixado ou disponibilizado via Streaming e tem a vantagem de poder ser acessado sob demanda, quando e onde o ouvinte desejar, a partir de diversos dispositivos, desde web ao mobile e incluindo o próprio dial em alguns casos.

Sua relevância vem aumentando muito nos últimos anos que as tradicionais plataformas de streaming – desde o Spotfy ao Deezer – já oferecem podcast em seu menu de opções. Os radiodifusores devem olhar com carinho esta nova oportunidade, aponta Daniel Starck. “Várias pesquisas recentes comprovam que o público de rádio é o mesmo de podcast, ou seja, o podcast é um formato complementa o conteúdo da rádio e deve levar as emissoras a replanejar suas ofertas de mídia. Antes, porém, investir na compreensão desta nova mídia e buscar a especialização, alerta o executivo.