Desligamento analógico no Paraná

SET SUL 2017

O painel discutiu os desafios do switch-off analógico de TV no Estado do Paraná e mostrou como as emissoras trabalham juntas na comunicação do apagão

Moderado por Ivan Miranda (SET/RPC TV), o painel contou com a presença de Marcelo Moraes Dias Lopes (RPC/AERP), José Antônio Ribeiro Nascimento (RICTV Record/AERP), André Felipe Seixas Trindade (ABRATEL) e André Cintra (ABERT). Introduzindo o painel, Miranda afirmou que um dos desafios passa por “sensibilizar os telespectadores migrarem para o digital, um desafio que não pode ser encarado de forma individual, mas sim, um desafio que deve ser realizado em conjunto por todas as partes que integram a migração”.
O diretor regional do SET Sul acredita que o “trabalho com as associações” é fundamental ao processo. Os membros da AERP analisaram como o Paraná tem divulgado o switch-off e mostraram como fazer para que “não se perca público com o processo”. Para Marcelo Lopes, “é necessário realizar um trabalho conjunto”. José Nascimento também argumentou nessa linha e afirmou que a antecipação é fundamental. “O nosso desafio é ver o conjunto de acertos e situações que possam ser melhoradas fazendo um trabalho compartilhado”, ponderou.
Lopes frisou ainda que a ideia da AERP é “antecipar a distribuição dos Kits digitais, tentando ter a pesquisa antes da data. A nossa meta é chegar ao 97% da população, por isso, formamos o comitê de comunicação para podermos dividir experiências, colocar sugestões de ações coletivas com as emissoras unidas pelo mesmo objetivo, o desligamento. Para isso criamos uma campanha sincronizada entre todas as emissoras trabalhando junto para alcançar nossa meta, padronizando a campanha para evitar a confusão dos nossos telespectadores”, resumiu Lopes.
André Trindade apresentou alguns exemplos dos desligamentos de Brasília e Goiânia. “Um dos problemas que tivemos foi que as pessoas pegaram o kit, mas não instalaram, isso dificultou o processo”, lembrou. “Rio Verde nos mostrou que entregar kits apenas para o Programa Bolsa Família não iria dar. Brasília foi o verdadeiro piloto. Na capital desligamos, com 91,83%, mas tivemos problemas na zona metropolitana.”
O executivo da Abratel mostrou alguns dados de pesquisas realizadas em Brasília e em São Paulo. Os dados do DF tinham a ver com a percepção da população sobre o desligamento. “Tivemos problemas de planejamento e falta de cobertura em alguns lugares. Por isso, é fundamental o planejamento e entregar ao telespectador, no mínimo, a mesma cobertura que tínhamos antes do desligamento no analógico”.
Trindade explicou o porquê do “desligamento escalonado” em Goiânia. “Foi definido porque a pesquisa não atingiu a percentagem mínima para o desligamento. O nosso principal ponto é fazer as pessoas entenderem que, quando pegam o kit, têm de instalá-lo. Sem a instalação, os índices baixam e não atingimos os mínimos”, concluiu.
André Cintra parabenizou os membros da mesa pela proposta da AERP de desligar com 97%, mas afirmou que isso só pode ser possível se conseguirem antecipar as pesquisas. “Penso que o mais importante é a cobertura de sinal digital para TV Digital, com o pareamento de cobertura”, comentou.
“Sempre pensamos em canais de reuso, para não esquecer cobertura de sinal e manter a cobertura para chegar à casa das pessoas. É muito importante que as emissoras avaliem a sua cobertura e alimentem essa cobertura com retransmissoras auxiliares que permitam chegar ao número, sem elas será impossível chegar à percentagem.” O executivo da ABERT alertou ainda para a possível “interferência com a entrada do LTE. Já tivemos um caso de interferência no município de Ceilândia, por isso, há que estar atento”, finalizou.