Sociedade espera por 5G mais do que aguardou por 4G

Especialistas reunidos ontem durante o painel “5G: visão geral, oportunidades e desafios” foram unânimes em dizer que o Brasil não pode ficar para trás e demorar para dar início ao 5G. “O Brasil já está pronto para receber o 5G. A sociedade espera muito essa tecnologia e o sistema é mais aguardado do que foram o 3G e o 4G”, afirmou Luiz Felippe Zoghbi, Policy and Future Spectrum Project Manager GSMA.  Zoghbi foi um dos palestrantes do painel mediado por Gunnar Bedicks, CTO da Seja Digital. Ele mostrou diversas pesquisas a respeito da aplicação do 5G em diversas partes do mundo e perspectivas para o setor sob o viés da regulação.

Em relação a outros países, o Brasil atrasou para disponibilizar o 3G e o 4G. Com o 5G o país tem a chance de não ficar para trás, já que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) programa a licitação da frequência de 3,5 GHz para o mês de março de 2020. A faixa é propícia para receber a tecnologia do 5G. O consultor de engenharia de Telecom e também integrante da diretoria de evolução tecnológica de redes da Claro, Carlos Alberto Camardella, abordou desafios para a modernização e capacitação da infraestrutura existente.

Um dos pontos ressaltados por ele foi o de que os serviços de vídeo consumiam 60% de toda banda de tráfego de rede em 2018, índice que deve saltar para 75% em 2025. Porém, há projeção global de uma evolução geral no consumo de dados cinco vezes superior ao que é consumido atualmente. Esse cenário abre espaço para uma nova revolução industrial, denominada pelos especialistas como 4.0, que engloba, entre outras coisas, internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e sistemas cibernéticos. “Nesse contexto, o 5G será um fator determinante por poder proporcionar evolução e grande flexibilidade”, afirmou Camardella. O executivo disse também que países como Coréia do Sul e China reúnem melhores condições para liderar essa nova fase industrial.