Quais os impactos que a mudança da regulamentação da radiodifusão pode trazer ao mercado

Uma consulta pública em curso na Anatel prevê mudanças no regulamento de radiodifusão. O modelo pode propiciar mais canais no ar, porém, como conciliar a viabilidade econômica oferecendo menor interferência sem incomodar as emissoras já existentes? Para responder essas e outras perguntas alguns dos maiores especialistas do setor estiveram reunidos no painel “Menos interferências e mais canais no ar”, dentro da programação do SET Rádio.

Em sua palestra, o pesquisador do CPqD, Marcos Aurélio Manhães, apresentou resultados de testes com receptores e a eficácia de cada um, bem como suas eventuais interferências. “Não temos no país uma indústria de receptores. Porém, temos um mercado efetivo”, disse.

Ele defendeu flexibilizar as relações de proteção e um maior rigor na fiscalização por parte da Anatel. “Precisamos ter uma política de certificação do fabricante. Que ele entregue produtos que possam ser auditados frequentemente de modo a dar tranquilidade aos projetistas”, afirmou.

Paulo Eduardo dos Reis Cardoso, coordenador de Administração de Planos Básicos de Radiodifusão/Gerência de Espectro, Órbita e Radiodifusão (ORER), demonstrou qual é a proposta de relações de proteção FM na proposta da Anatel, o que determina as relações de proteção, pontos de interferência e a ampliação de visibilidade de canais. Pela projeção apresentada por ele, no modelo atual, uma área pode comportar até 30 canais. Na faixa estendida proposta, 80.

Migração

Um questionamento feito pelo Diretor de Rádio da ABERT, Andre Ulhoa Cintra, levantou se a modificação do regulamento da FM vai resolver a questão da migração. Conforme dados apresentados por ele, existe uma grande quantidade de canais vagos, cerca de 3 mil. “Estão quase todos localizados em cidades pequenas e detêm pequena potência”, analisou o executivo.