Áudio imersivo deixa de ser assunto de laboratório e projeta mercado

Imagine a seguinte situação: você está sentado na sala de sua casa assistindo a um filme e, diferente do que está acostumado, o som que recebe não vem apenas de frente ou de trás, mas sim de uma espécie de esfera imaginária numa experiência tridimensional. É esse um dos grandes diferenciais do áudio imersivo, tecnologia inovadora e que já está revolucionando o mercado.

O tema foi debatido no painel “Áudio imersivo: do futuro para o presente”, com moderação de Hélio Kuwabara, especialista de suporte da TV Globo. Ele mencionou as experiências realizadas pela Globo com a transmissão ATSC 3.0, 4k e 8k em áudio imersivo Dolby Atmos durante a Copa da Rússia de 2018 no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O sucesso do evento levou a emissora a ser convidada a apresentar o case na NAB deste ano.

Em sua palestra, Giovanni Asselta, Engenheiro de Soluções para América Latina da Dolby Laboratories, apresentou a tecnologia e alguns exemplos de onde já foi empregada. Algumas delas foram transmissões ao vivo em eventos esportivos e culturais, entre eles a Copa do Mundo, Fórmula 1, Jogos Olímpicos e Rock in Rio.

Asselta explicou como são feitas as formas captação com um sistema de áudio imersivo. Além da forma tradicional, ela pode se valer de microfones de ambientes e um eixo de altura. “Conseguimos colocar os equipamentos de forma a levar o telespectador a qualquer lugar específico do ambiente que está sendo exibido.” O Dolby Atmos está presente em 15 tipos de soundbars (equipamentos que entregam a sensação de som vindo de todos os lados), 60 dispositivos móveis, sendo 10 deles smartphones, e 20 modelos de TV. Até agora, segundo cálculos do executivo, já foram lançados mais de 500 filmes de Hollywood com a tecnologia Dolby Atmos.

A experiência de áudio imersivo em shows foi o tema da  palestra de Renato Carneiro, suporte da DiGiCo, empresa britânica que fabrica consoles digitais de mixagem  no Brasil. Com a experiência de quem atua há mais de duas décadas com grandes artistas brasileiros e para festivais de renome internacional, Carneiro explicou como o mercado de equipamentos foi se adaptando para que os músicos pudessem se ouvir no palco durante as apresentações. “Atualmente alguns fones podem oferecer até 12 drives ao  músico”, afirmou.