SET Sudeste 2018: As afiliadas cumprem um papel social no interior do Brasil

Executivos da TV Gazeta do Espirito Santo e da Rede Amazônica (Manaus) analisam como está a TV aberta após o desligamento analógico nas suas regiões e quais as tecnologias utilizadas para alcançar os seus públicos

 

O fundador da SET e membro do Conselho de ex-presidentes, Adilson Pontes Malta, moderou o penúltimo painel desta quinta-feira, 10 de maio, do SET Sudeste 2018, que discorreu sobre cenários e tendências das emissoras afiliadas.

Malta comparou o momento atual ao passado da televisão no Brasil. “As contribuições às vezes chegavam nos centros e praticamente só aproveitamos o vídeo, porque nem o profissional não tinha domínio técnico diante da câmera. Esse cenário hoje em dia não existe mais. Havia também um problema comercial, não havia dinheiro no interior para gerar uma programação local de qualidade”, enumerou o criador da SET.

Diretor executivo da Rede Amazônica de TV, Nivelle Daou Junior lembrou a característica agregadora das emissoras afiliadas de levar o diferente a todo o território nacional. “A função da afiliada é ter um jornalismo próprio. Todo mundo fala da Operação Lava Jato, do prédio que pegou fogo e desmoronou em São Paulo. Mas a única que fala das características locais e regionais são as afiliadas, e elas unificam os regionalismos do País”.

Marcello Henrique Monteiro de Moraes, diretor executivo Multimídia da Rede Gazeta (ES)

Por sua vez, Marcello Henrique Monteiro de Moraes, diretor executivo Multimídia da Rede Gazeta (ES), o maior grupo de comunicação do estado, com dois jornais, oito emissoras de rádio, quatro emissoras de TV aberta afiliadas à Rede Globo e que atualmente produz cinco programas locais, ressaltou que o interesse nem sempre está focado apenas no noticiário local.

“Nem tudo o que interessa ao capixaba está apenas dentro do Estado. Um problema no Irã afeta o petróleo e, consequentemente, os campos da commodity no Espírito Santo. É lógico que não vamos utilizar o nosso tempo e espaço para notícias que estão sendo muito bem cobertas em âmbito mais amplo, mas não podemos perder esse dado do nosso horizonte”, explicou o diretor da Rede Gazeta.

Os executivos responderam a uma pergunta da Revista da SET, feita desde São Paulo, por meio do chat da transmissão ao vivo sobre a redução das equipes de trabalho (5 a 10 pessoas) para o denominado, “One Man News“, um jornalista que faz tudo. Para Monteiro de Moraes, a mudança trabalhista “é uma tendência, mas nem todo jornalista vai conseguir trabalhar dessa maneira”.

“A gente precisa ter pé no chão para saber qual profissional vai conseguir fazer isso e ver como fazer esse mix do trabalho. Na Gazeta, tínhamos um diretor para rádio, outro para televisão, outro para jornal e outro para a internet. Hoje, só há um. O jornalista multitarefa vai ter perspectiva melhor de futuro”, acrescentou o diretor da afiliada do Espírito Santo.

Nivelle Daou Junior, Diretor executivo da Rede Amazônica de TV

Já o diretor da Rede Amazônica de TV defendeu a mudança que está sendo implementada pelo Código Brasileiro de Ocupação (CBO). “A tecnologia evoluiu de uma forma e o repórter acaba sendo isso mesmo. O sujeito com um smartphone tem até quatro funções. A mudança do CBO contempla os acontecimentos de forma diferente, é preciso ser multifunção, não há muito espaço para o profissional que se limita a apenas uma tarefa”, argumentou  Nivelle Daou Junior.

Para assistir ao SET Sudeste 2018, não é necessário realizar inscrição prévia no evento. Basta acessar o link: https://www.youtube.com/user/SETengenhariaTV

 

 

 

 

SERVIÇO:

Local: Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Praça XV de Novembro, 20, térreo, centro. Rio de Janeiro/RJ

Data: 10 e 11 de Maio

Horário: 8h às 19h

Por Eduardo Miranda (Rio de Janeiro), e Fernando Moura (São Paulo)