SET Sul discute o uso de tecnologia IP em emissoras de televisão

Participantes do painel sobre gerenciamento e workflow no SET Sul 2017. Foto: Fernando Moura.

O último painel do primeiro dia do SET SUL 2017 foi dedicado aos temas “gerenciamento e workflow”. Marlon Massaneiro, da RPC TV, moderou a sessão, que contou com as palestras de André Altieri, gerente de contas sênior da Cisco Brasil; Carolina Duca, gerente sênior de Tecnologia da TV Globo em Recife; e Felipe Domingues, arquiteto de Soluções Regional para a SAM.

A primeira palestra do painel foi a de André Altieri. O executivo da Cisco falou sobre “como transformar o negócio dos broadcasters através das novas tecnologias em vídeo IP” e afirmou que o “mercado de mídia está em transformação com novas demandas  que sugerem a possibilidades de adoção para a Cloud e o IP, como novos modelos de consumo audiovisual que passam por plataformas e aplicações OTT”.

Altieri acredita que os broadcasters precisam mudar a forma de pensar a distribuição de conteúdo, sobretudo por conta da mudança de hábitos do consumidores de vídeo. “Os millennials assistem 70% do conteúdo online e, em 2020, 82% do tráfego de internet será vídeo. Nunca houve um momento tão bom para transformar o entretenimento com produção IP. É preciso acelerar a produção de mídia com uma arquitetura flexível, distribuição primária em IP e sistemas seguros”, afirmou.

Pensando nisso, disse Altieri, “temos de ter um framework” para o qual “é preciso abstrair a estrutura física com uma infraestrutura virtual que me garanta uma plataforma baseada em aplicações na nuvem que possam ser mexidas de forma transparente e simples”.

SET SUL Gerenciamento e workflow1

Carolina Duca, da TV Globo Recife, fala sobre a infraestrutura IP implantada na emissora. Foto: Fernando Moura.

Na palestra “Transição entre SDI e IP na indústria broadcast”, Felipe Domingues avançou sobre “a necessidade de melhorar o entendimento sobre a tecnologia IP no ambiente broadcast”. Ele disse que ir para o IP é “uma tendência irreversível, que funciona com protocolos abertos e agnósticos que podem ser escaláveis previamente”.

Domingues explicou aos participantes do SET SUL as diferenças “de uso de cabos para plataformas IP, e quais as principais diferenças entre SMPTE 2022-6 (com áudio e vídeo são encapsulados juntos) e o VSF TR-03, no qual o áudio é encapsulado separado do vídeo o que permite que, na hora de tratar, os sinais possam ser realizados de forma separada com streamings diferentes”.

Veja a Programação Completa do SET SUL 2017

A última palestra do primeiro dia do SET SUL esteve a cargo de Carolina Duca, gerente sênior de Tecnologia da TV Globo em Recife. Na comunicação “A nova TV Globo em Recife: tudo em IP”, ela mostrou como a nova sede da emissora pernambucana está sendo construída e mostrou que o projeto deixa o site preparado para qualquer nova tecnologia que seja implantada pela TV Globo Recife nos próximos anos, seja 4K ou 8K, por exemplo.

“Com este projeto em Recife começamos a entender o que é o IP. Há um ano, quando iniciamos o projeto, ele era uma sopa de letras. Hoje, no fim do projeto, estamos melhor. Estudamos os padrões e avançamos com os desenvolvimentos”, afirmou.

A engenheira lembra que o projeto contemplou um conceito “Core IP com legado SDI, para utilizarmos o legado. Todo o core da emissora é IP, todas as ligações de cabos de áudio e vídeo saíram do sistema, só estão na entrada e saída de vídeo. Todo o resto é de fibra. O coração da emissora (core) está preparado para todos os tipos de padrões como um projeto a longo prazo onde preservamos o legado e pensamos no futuro.”

Por Fernando Moura, em Curitiba (PR)