TV é o que você quiser
O segundo painel do seminário SET Sul, desta quarta-feira, 12, reuniu especialistas para discutir o futuro e a força da TV aberta.
Com a moderação de Márcio Villela, Diretor da Access Consultoria e Informática, a sessão procurou apresentar a relevância da TV, a convergência com novas mídias, a evolução do mercado publicitário e da audiência nos últimos anos e os novos caminhos para o setor no Brasil.
Leonardo Chaves, coordenador do Módulo Técnico do Fórum Brasileiro de TV Digital (Fórum SBTVD), foi o primeiro palestrante e comentou os objetivos da entidade nesta fase de transição TV 2.5 e a TV 3.0, assim chamada a atual fase da TV e o seu futuro próximo. “Hoje, buscamos maior integração entre o linerar e o on demand“, disse.
Novas tecnologias de áudio e imagem estão no horizonte do Fórum SBTVD. “Esta semana mesmo delibermos a inclusão da tecnologia de áudio imersivo à TV aberta e estamos discutindo a implantação de tecnologias de HDR”, informou. “Buscamos melhorar a qualidade e, por consequência, a experiância do usuário”.
Para o futuro, Chaves destacou a implantação de um novo sistema mais eficiente, que abarque os novos dispositivos com mais flexibilidade. “Queremos uma experência síncrona com maior fluidez entre o broadcast e o broadband, na qual o usuário não perceba em qual tecnologia está”, explicou.
“A tendência é que a TV do futuro seja um conceito muito mais amplo”, disse e apresentou um vídeo que terminou com a seguinte frase: “a TV é o que você quiser”.
Giovana Alcantara, diretora comercial da Kantar IBOPE Media, foi a palestrante seguinte. Ela destacou o comportamento da audiência em um mundo com tantas ofertas de dispositivos para consumo de mídia.
“Vivemos uma situação de consumidor fragmentado e um bombardeio de conteúdo”, disse. “Por isso, a relevância do conteúdo é de suma importância”.
“A TV aberta do Brasil é uma das melhores do mundo e uma multinacional que opera em 60 países”, lembrou a executiva do IBOPE. “A melhor métrica é aquela que atinge a emoção e não há melhor mídia para conquistar os corações das pessoas do que a TV. Por isso, é importante unir a emoção à tecnologia”, finalizou.
Leonardo Petrelli, presidente executivo do Grupo RIC Paraná, apresentou as inicitativas da empresa para aumentar audiência e a publicidade.
“Vejo como um grande desafio e uma grande oportunidade o cenário atual”, afirmou. “Antes, o mercado publicitário nos via como o espaço de intervalo na programação. Hoje, a audiência está fragmentada, mas é possível alcançá-la o dia todo”.
“O grande desafio está em oferecer banda larga a todos no Brasil. A tecnologia é fundamental e tem que ser amigável. Banda larga tem que ser uma política pública”, afirmou.
A RIC tem realizado ações concretas para se adaptar a esta fragmentação da audiência a partir de conteúdos regionalizados e de integração das diversas plataformas de mídia do grupo, como a TV, o rádio e a internet.
“Acreditamos no conteúdo regionalizado e relevante e apostamos na integração de todos os veículos para entregar ao patrocinador resultados maiores e mais robustos”, informou.
“Foi o que fizemos, por exemplo, durante a exibição dos debates para governador do Estado no ano passado e esta semana em uma entrevista com Sérgio Moro”.
“Nosso esforço é o de oferecer canais de interação com a audiência que hoje não é mais passiva. Fortalecer a TV aberta é uma questão profunda, contínua e de longo prazo”, finalizou.
O último palestrante da sessão foi Eduardo Boschetti, diretor geral da RPC, que apresentou dados relevantes sobre a força da TV aberta. “Mesmo com a internet, ainda assistimos a muita TV”, disse.
Com muitos dados de institutos de pesquisa do Brasil e do exterior, Boschetti foi mostrando o que mais fideliza as pessoas à TV. “A credibilidade é um dos fatores. A percepção sobre a veracidade das informações na TV é muito forte”.
Na questão geracional, apontou que “é na TV que todas as gerações preferem acompanhar seus programas”, informou. “A preferência pela TV é muito evidente e ela ainda tem muita força”.
De acordo com o executivo, os anúncios vistos na televisão ainda possuem mais atratividade do que aqueles vistos online. “Os anúncios de TV são queles que as pessoas confiam e se identificam”, explicou.
Isso acontece porque a preferência do consumidor é por assistir anúncios em casa, em um momento mais calmo do seu dia. “Na média, 88% das pessoas, não importa a geração, prefere ver anúncios em casa, pela televisão. Quando estão fora de casa, elas buscam agilidade e rapidez. É na TV que a mágica acontece”, finalizou.