SET Norte 2018: Trabalhamos para que a TV não seja mais só televisão, mas sim uma tela grande

Novas tendencias de consumo audiovisual motivam modificações na indústria que não pode ter delay com processos de fabricação no mundo

Desde a invenção da Televisão, a permanente busca pelo aperfeiçoamento da ferramenta de comunicação, levou a tecnologia a uma corrida comercial pelo aprimoramento dos produtos. Por meio de uma linha do tempo da tecnologia de receptores, o palestrante Hernan Valenzuela, representante Sênior da Fraunhofer Enas Nanoelectronic Systems para América do Sul, falou sobre o impacto da evolução tecnológica na Televisão – do analógico ao digital e explanou sobre as principais evoluções desde 1926 (B&W) a 2018 (QLED).

“A convergência tecnológica, iniciou uma disrupção nos primeiros métodos de reprodução dos sinais transmitidos. Do tubo de imagem a tela plana, até chegar a tecnologia OLED os saltos tecnológicos ocorrem cada vez mais em menor lapso de tempo. Mais ainda há muito que esperar dos laboratórios de pesquisa”, provocou Valenzuela. Uma das principais mudanças tecnológicas que ajudou muito na expansão da TV foi o IPTV, disse o palestrante. Começou a ser usado em 1995 dando opções de distribuição de conteúdo, com mais qualidade e menos cabeamento.

A indústria de fabricante de televisores sofreu um grande boom no ano de 2014, somando quase 15 milhões de unidades vendidas. A partir daí sofremos uma queda de 34% nas vendas, e depois, mais 14%. Hoje o mercado está retomando seu crescimento, atingindo em torno de 11 milhões e 500 mil unidades vendidas neste ano, conforme previsão da Eletros. “Isso acontece porque o consumidor tem a tendência a postergar a compra de televisores quando ocorre um impacto financeiro no mercado. A ocorrência da Copa do Mundo de Futebol este ano influenciou a retomada no aumento da venda de televisores”, explicou Marcio Herman, Vice-presidente da Linha Marrom da ELETROS. Ele falou sobre o mercado de TVs no Brasil, com detalhamento da produção de aparelhos televisores no Brasil e tendências de mercado.

“A grande sinergia que temos com a produção de TVS na zona franca de Manaus é garantir que os produtos colocados no mercado brasileiro não têm delay com processos de fabricação no mundo, como ocorria antes”, afirmou Herman. De acordo com dados da Eletros, hoje as smartvs correspondem ao maior número de vendas: 83%. “A estimativa é que muito em breve 100% das televisões vendidas no mercado nacional seja desse tipo”, reforçou.

TVs UHD 4K somam, de janeiro a setembro deste ano, 22% das TVs comercializadas no Brasil. “Ainda não temos uma data precisa, mas muito em breve todas as TVs vendidas no país serão 4K,e  isso traz uma serie de desafios aos fabricantes, porque a tecnologia exige uma serie de atualização e adequação do conteúdo e nos transmissores”, explicou o executivo.

A estimativa acumulada é de que televisores de tela fina com conversor digital atinja a média de 96 milhões de aparelhos este ano. Em 1 de janeiro de 2019, a indústria de áudio vai disponibilizar aparelhos com a faixa estendida de FM.

Marcelo de Souza Colares, líder Técnico do SIDIA (Samsung Instituto de Desenvolvimento para a Informática da Amazônia), apresentou em primeira mão as novas tecnologias de receptores da Samsung “preparadas para receber os conteúdos em novos formatos”, detalhou.

“Trabalhamos para que a TV não seja mais só televisão, mas uma tela grande, com  opções de mídia em streaming para serem assistidas na televisão, como Netfliz e Youtube. A tendência é que cada vez mais surjam conteúdos nesse sentido e de streaming ao vivo. Isso aconteceu muito na Copa do Mundo de Futebol (o canal SporTV ao vivo, em 4K), então precisamos de aparelhos que suportem essas inovações pela internet, sem precisar de decodificador”, analisou o palestrante. São modelos de sistemas analógicos, digitais, web based e híbridos, como o TV Plus, Voice Interaction, TV Key e IoT.

Erick Soares, especialista em Tecnologia da Sony Brasil, ofereceu uma visão geral da evolução das principais tecnologias existentes nos televisores, entre HD, 4K e HDR, bem como os benefícios e futuro da TV com a integração com novas plataformas de tecnologias e conectividade na era IoT.

“O ponto que mais chama atenção e que vem mudando muito é sobre o conceito de smartv: como e quando o consumidor pode consumir o conteúdo. Por isso, novas tecnologias vêm surgindo para suprir essas demandas”, analisou. “É o caso da Plataforma Android TV, que aparece como uma novidade de integração de plataforma de software e hardware”, comentou.

Soares explicou que neste modelo, o Google coleta informações dos serviços WEB para enriquecer o banco de dados da pesquisa de voz. A plataforma é o Linux, atualizado pelo Google e, por ser um sistema aberto, atrai muitos investidores. A transmissão via Android TV já têm Chromecast integrado, facilitando o compartilhamento de conteúdos do celular para a TV de maneira simples. A parte de jogos permite uma serie de acessórios para trabalhar integrado. O login com a conta Google sincroniza as preferências do usuário e o salvamento é feito via nuvem. Outro ponto de destaque é automação com recursos domésticos que se ajustam à particularidade de cada usuário. “Mas não falamos só de acender ou apagar a luz, começamos agora a ver o surgimento do Google Assistant, no qual o usuário pode, por exemplo, pedir uma pizza via televisão. Lá fora isso já existe e não está muito distante de chegar aqui no Brasil”, detalhou o palestrante.

Por fim, Marcus Manhães, consultor Técnico da EAD/Seja Digital, falou sobre as tecnologias que permitem a recepção destas novidades. Mais especificamente, sobre o desenvolvimento do kit para recepção de TV digital – EAD, essencial para que o Switch-off tenha acontecido.

”O desenvolvimento do conversor de TV digital e demais componentes do kit distribuído aos beneficiários do programa, resultou da liberação da faixa de 700 MHz da radiodifusão para o serviço de comunicações móveis (4G)”, explicou.

Os requisitos técnicos que permitiram maior eficiência do conjunto com  conversor e antena foram muitos testes laboratoriais, testes de campo, especificação de produtos, projetos e estudos de convivências dos sistemas. As características de usabilidade simplificaram a operação do conversor”, avaliou o palestrante.

A qualidade de recepção, a capacidade do kit para receber sinais fracos e facilidade de instalação, também serão abordados junto à exposição do processo de desenvolvimento, produção e controle da qualidade. O painel foi moderado por Henrique Camargo, Diretor Técnico da TV Cultura do Amazonas.

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Captação de som e imagem pela Rede Amazônica.

Por Tainara Rebelo em  Manaus (AM), e Fernando Moura em São Paulo (SP)