SET Norte 2018: Reflexos sociais e culturais dos avanços tecnológicos

Como a tecnologia mudou hábitos de consumo e como estes são vistos pelos profissionais da indústria

De que forma conseguimos medir a eficiência da propaganda na realidade multitela? O questionamento foi tema de debate no SET Norte 2018, realizado em Manaus, sob mediação da gestora de projetos e conteúdos da SET, Luana Bravo.

A palestrante Tina Serafim, diretora Geral na Open Minds Comunicação e Inovação em 360°, falou sobre a Publicidade na era do engajamento. Smartphones, tablets e gadgets tem sido cada vez mais usados como plataformas de distribuição de conteúdo e produtos audiovisuais.

“Fala-se que a internet vai acabar com a televisão, mas o nosso ponto de vista é que as duas plataformas se complementam e reforçam o papel uma da outra. Agências, anunciantes e consumidores formam o tripé do novo cenário, com a televisão sendo a principal mídia. Questiona-se aqui eficiência dos 30 segundos de televisão, fazendo com que profissionais de marketing sejam obrigados a repensar as práticas e processos utilizados na televisão para continuarem atraindo a atenção dos jovens, principalmente”, analisou.

Tudo o que está acontecendo hoje vai muito além da questão tecnológica. Percebemos em uma pesquisa que são mudanças sociais e comportamentais. “Com o uso do celular, as pessoas não prestam mais atenção no que ocorre ao redor delas, e isso é um comportamento socialmente aceito, antigamente não era. Essas mudanças já afetaram a vida das pessoas, não são apenas meras mudanças tecnológicas”, disse Tina.

O uso de tablets e computadores tiveram seu uso reduzido de 2015 para cá, se comparados ao uso de smartphones. “O uso das redes sociais para interagir com o que é transmitido na TV é um dos principais fatores que levaram a esses números”, explicou. “Inclusive, o fato de as redes sociais terem eleito um presidente não é coisa nova. Nos Estados Unidos, o Twitter elegeu Barack Obama e Donald Trump”, contextualizou a executiva. “Nossa visão para as redes sociais tem que deixar de ser limitada. As novas gerações já nascem digitais e isso já influencia no uso da multiplataforma e multitela. O nosso universo é totalmente multi. Precisamos de muito estudo para ver o que melhor responde às demandas de um mercado tão dinâmico”, afirmou.

O diretor de Marketing do Grupo Rede Amazônica, ​Ribeiro Junior, contextualizou a realidade dos anunciantes em um universo multiplataforma. “Precisamos entender o que é realmente relevante e qual a melhor forma de execução para não acabar criando uma armadilha para nós mesmos”, refletiu. Levar em conta que o brasileiro tem internet full time, mas depende de uma conexão de dados é um ponto importante a levar em conta na hora de produzir uma peça de marketing.

As pessoas consomem várias telas, mas é mais importante falar com compradores frequentes ou eventuais? Os resultados das pesquisas apresentadas pelo palestrante mostram que, no mercado norte-americano a maior parte do público é formado por novos clientes. “É preciso inevitavelmente falar com mais pessoas o tempo todo, do que com o mesmo consumidor toda vez. Entretanto, a televisão ainda é o meio de comunicação que chega mais longe em questão de alcance, então não temos como deixar uma mídia em detrimento da outra. Esta é a proposta do Marketing Plural, levando em conta diferentes públicos, com diferentes interesses e em diferentes meios”, disse Ribeiro Junior.

Eulália Xavier Ribeiro, CEO da VR Assessoria de comunicação, com a experiencia frente à experiencias multiplataforma da agência de publicidade Mene & Portella, no qual tudo é desenvolvido pensando nos multimeios. “Mas não podemos esquecer que a exclusividade de cada um deles é importante. O rádio o jornal, a TV… cada um tem sua narrativa, e essas características devem ser respeitadas senão não há alcance e nem consumo do conteúdo”, ressaltou.

Renata Marques, executiva de serviços ao cliente da Kantar IBOPE Media Medição e Consumo dos Meios, trouxe informações sobre dados do consumidor à discussão. “Com a proliferação de telas e as novas formas de consumo, novos dados precisam ser integrados e o sistema de medição precisa manter a sua solidez e consistência”, explicou.

“O grande desafio das empresas é sobre como armazenar todas essas informações e realmente desenvolver uma estratégia eficiente. O nosso papel é fornecer essas informações para melhor orientar o conteúdo que será desenvolvido, sem gerar uma angustia de não saber o que fazer com esses dados”, pontuou.

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Captação de som e imagem pela Rede Amazônica.

Por Tainara Rebelo em  Manaus (AM), e Fernando Moura em São Paulo (SP)