SET Nordeste 2019: IP – o futuro do vídeo passa pelos computadores, softwares e redes

Da esq. para a dir.: Erick Soares, Sony; Danilo Fuzeto, Zeus Broadcast; Amanda Gomes, Debora Leite e o moderador Fontinele Mizuno, todos da Globo Recife. Foto: Sérgio Bernardo / SET.

O quarto painel do SET Nordeste 2019 aconteceu na tarde de quinta-feira, 21 de novembro, e abordou a infraestrutura IP no broadcast. Participaram da discussão o moderador Fontinele Akito Mizuno, supervisor executivo da TV Globo Recife; Erick Soares, Expert em Tecnologia da Sony Brasil; Danilo Fuzeto, Sócio-Diretor da Zeus Broadcast; Amanda Gomes, Especialista de Tecnologia da TV Globo; e Debora Leite, Técnico em Manutenção Eletrônica da TV Globo.

Newtek e o padrão NDI

Danilo Fuzeto falou sobre o Network Device Interface (NDI), protocolo de tráfego de vídeo que surgiu em 2015.

O padrão tem como principais características a bidirecionalidade, administração inteligente de tráfego de vídeo, adaptação a todos os formatos de vídeo e baixo delay.

“O futuro do vídeo passa pelos computadores, softwares e redes”, disse.

“Nossos últimos números apontam que o NDI já teve mais de 12.000 downloads e mais de 1.200 empresas o adicionaram a seus produtos em todo o mundo. Atualmente,  as maiores empresas de mídia usam a ferramenta”, informou. “É o maior ecossistema de produção de vídeo IP do mundo hoje”.

Por fim, fez um apanhado dos produtos para produção ao vivo da Newtek como tricasters, câmeras, conversores e softwares.

Sony e as dificuldades de um early adopter 

O palestrante seguinte foi Erick Soares que abordou “IP: as dificuldades de ser um early adopter“.

Para ele, a escolha pela mudança do padrão SDI para IP tem algumas boas razões que estão relacionadas às atuais demandas do mercado.

“Demandas por maior banda de conexão e transmissão, por tecnologias de prateleira (escala de mercado, redução de custos e opções de fornecedores) e por integração com ambientes desmaterializados (micro serviços, virtualização, cloud)”, explicou.

No entanto, para que um broadcaster tome a decisão de adotar a infraestrutura IP é importante levar em conta alguns desafios. Soares apresentou um gráfico que mostra a curva de adoção de uma nova tecnologia que ilustra essa transição  (abaixo):

A questão é até que ponto o mercado como um todo está apto a evoluir para o IP, ou seja, em que estágio de maturidade toda a cadeia de produção pode depender de equipamentos e tecnologias que ajudem nessa transição.

Para Erick, o atual momento é de maturidade visto que toda a cadeia de produção já pode ser realizada em IP devido à publicação de padrões como  SMPTE ST 2110. Sua publicação, em 2018, foi um divisor de águas na indústria, tornando o IP uma realidade.

“Ainda precisamos chegar a um nível de produtividade que faça esta tecnologia ser mainstream, mas este percurso é inevitável”, acredita.

“O padrão ST2110 é uma evolução da indústria broadcast e que permite as mais diversas implementações para tráfego de vídeo IP para produção ao vivo e infraestrutura de “banda base”. Trata-se de um padrão “vivo” e em constante evolução. A camada de software para SDN, Orquestração de Rede e Orquestração de Recursos é muito relevante hoje para as implementações com foco em eficiência e otimização de recursos e equipamentos. Exemplos de casos de implementações desde abordagens mais simples até as mais complexas com o ST2110 permite atender as mais diversas demandas de nossos clientes”, concluiu.

Atualização para o SMPTE 2110 na Globo Recife

Para terminar a discussão, as executivas da Globo Recife Amanda Gomes e Débora Leite fizeram uma apresentação sobre a “Atualização do Sistema IP da TV Globo Recife” e a decisão da emissora de mudar do padrão SMPTE 2022 para o SMPTE 2110.

“A evolução da tecnologia acontece de maneira muito rápida. Verificamos que essa deve ser a tendência e uma nova forma de trabalhar quando nos baseamos em softwares e redes”, avaliaram.

“Para fazer a transição, no entanto, é necessário uma preparação detalhada, que inclui um ambiente e rotina de testes, planejamento estratégico e análise de riscos”, explicaram.