SET e TRINTA: Novas plataformas de distribuição debatidas por reconhecidos especialistas internacionais

Fernando Bittencourt, vice-presidente da SET, moderou, na manhã de hoje, um painel de altíssimo nível no Las Vegas Convention Center: o “Fórum de Tecnologia: Além da TV: novos formatos de distribuição”, evento que contou com as palestras de Marco Pellegrinato, do grupo italiano Mediaset Group; Robert Seidel, da cadeia norte-americana CBS; e Yihe Daí, da cadeia chinesa Shangai Oriental Pearl Digital TV.

Os convidados internacionais trouxeram ao SET e TRINTA 2016 cases desenvolvidos pelas emissoras de radiodifusão que representam e apresentaram as suas experiências com as plataformas OTT e os sistemas wireless.

Robert Seidel, vice-presidente de Engenharia e Tecnologias Avançadas da CBS, a mais importante rede de televisão dos Estados Unidos, explicou como foi desenvolvido o CBS All Access, serviço de Vídeo on Demand (VoD) do grupo.

Siedel

Robert Seidel, vice-presidente de Engenharia e Tecnologias Avançadas da CBS

O executivo afirmou aos participantes do SET e TRINTA que “o segredo do êxito da aplicação [CBS All Access] é que ela funciona em tempo real, possui geolocalização (genlock), e atinge os mais jovens nas TV locais” e isso faz com que a plataforma seja monetizada “mediante a publicidade local e definida através dos dados dos usuários”.

Assim, Siedel explicou que, com um sistema de localização geográfica – utilizando entre outros dispositivos o IP do equipamento ou o GPS do dispositivo móvel –, é possível, dependendo de onde está o usuário, assistir a CBS local, “dando relevância ao conteúdo e à publicidade local”.

Após a explanação de Siedel, o segundo palestrante do Fórum, Marco Pellegrinato, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da RTI – Mediaset Group (Itália), ministrou a exposição “The Hybrid Challenge” (em tradução: “O desafio híbrido”).

Pellegrinato considerou que a TV broadcast já não é o que era, porque as empresas de mídia precisam ter diferentes plataformas de transmissão e o conteúdo deve estar alinhado a estas múltiplas plataformas. Por isso, na opinião do italiano, é preciso elaborar estratégias para a utilização desses conteúdos, assim como é necessário que se pense em como esses conteúdos serão distribuídos.

Pellegrinato

Marco Pellegrinato, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da RTI – Mediaset Group (Itália)

Neste campo, é preciso determinar uma estratégia de OTT e como ela é alinhada. No caso do Grupo Mediaset, definiram-se três plataformas que funcionam como Pay TV por TDT, VAS (OTT) ou Pay TV light (OTT), ou seja, três ofertas e três negócios diferentes com os conteúdos do grupo de mídia.

A TV Híbrida é um desafio para as empresas de radiodifusão, segundo o executivo italiano, principalmente, porque há cada vez mais movimentos da concorrência que vão do local ao global. Os principais provedores de conteúdo OTT são provedores a nível global com receitas globais, ordens de magnitude maior do que as emissoras locais, “e é nesse ponto que a nossa estratégia se centra, na distribuição de conteúdos locais para os nossos usuários”, destacou.

Dentro deste marco, o grupo italiano avançou para uma solução que inclui todos os públicos edevices possíveis e que considera a demanda, o target e a competência técnica, assumindo que a preferência dos usuários é fundamental na definição do modelo de negócio.

DaiA experiência chinesa
Trazendo ao Fórum um olhar oriental, Yihe Daí, Vice-gerente geral da Shanghai Oriental Pearl Digital TV Co. (China), ministrou a palestra “Arquitetura de sistema e teste de campo do protótipo NGB-W em Xangai”.

“Tivemos de construir uma rede de transmissão convergente sobre a banda 700MHz que é composta por uma rede central, 8 torres de radiodifusão, e 16 torres de celular interativas (4 delas são usadas na rede de metrô). São, ainda, 120 unidades de nó de distribuição, já que a aplicação trabalha bidirecional e interativamente, permitindo uma transmissão ao vivo e outra transmissão de VOD em terminais inteligentes”, afirmou o expositor, reforçando que agora a emissora está começando a exploração comercial da plataforma.

Em sua fala, o executivo chinês afirmou, também, que a estrutura da emissora foi definida a partir de uma sistema Headend que utiliza o Bid Data para emitir conteúdos individuais bidirecionais a um sistema de network que é enviado mediante a um conjunto de torres de transmissão. Essas torres de transmissão utilizam o 4G para transferir os conteúdos que são recebidos em diferentes nodos (8MHz, 16MHz ou 24 MHz), de forma redundante, por um sistema de WiFi. Assim, os conteúdos podem ser recepcionados nos mais diversos devices, desde que possuam os sistemas operacionais iOS e Android.

Desta maneira, o sistema da emissora chinesa distribui conteúdos de forma híbrida, colocando-os ao vivo, ou por VOD, e possibilitando que esses conteúdos sejam recebidos em trens, ônibus e em dispositivos móveis, obtendo uma grande abrangência. Para isso, a emissora desenvolveu uma forma diferenciada na hora de transmitir vídeos para locações externas ou indoor, comoshoppings centers e hospitais, explicou Yihe Daí.

Antes de encerrar a sua exposição, o palestrante afirmou que o sistema funciona como multicaste essa “é a grande mais-valia, porque permite aos usuários receber o serviço onde quer que estejam. O próximo passo é expandir as torres e, assim, ter mais cobertura e, com isso, mais usuários”, concluiu Daí.