Rádio FM nos smartphones e os desafios do mercado

Poucos consumidores sabem que possuem rádio no celular, muito menos que esse acesso é gratuito e não precisa de conexão à internet. A maioria dos celulares fabricados em todo mundo possuem receptor de rádio FM, mas uma parcela razoável não tem essa recepção ativada pelo fabricante.

 

Nesta quarta-feira (23) no Congresso SET, a mesa O FM no celular e o rádio no painel do carro – Caminhos para o futuro do rádio debateu os desafios desta implementação. Skip Pizzi, vice-presidente de educação tecnológica e outreach da NAB, mostrou os dados na América do Norte. De 2013 a 2016, o número de celulares que possuem chip receptor de rádio cresceu de 2,3 milhões para 11,4 milhões. O México já tem 80% dos smartphones com esse dispositivo, enquanto os Estados Unidos têm cerca de 40%.

 

No Brasil, ainda há um caminho a ser percorrido. O presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná – AERP, e diretor do Grupo Maringá de Comunicação, Alexandre Barros, falou sobre o Projeto Radiophone, iniciativa da AERP para promover a ativação dos chips no Brasil. “É preciso popularizar e democratizar o rádio no celular, mostrando que ele existe e que todos nós podemos utilizar sem nenhum custo”, explica. A campanha inclui engajamento de ouvintes, indústria e poder público, com proposta de projeto de lei que torna obrigatória a ativação desse sinal pelos fabricantes. LG, Motorola e Samsung foram exemplos de empresas que já estão comercializando seus aparelhos com o chip em funcionamento.

 

O painel foi moderado por Marco Túlio Nascimento, diretor da ZYDigital / SET, e recebeu também Mathias Michael Oeelein, do Radio Data Center (RDC), tecnologia que permite mostrar a logomarca da emissora nos painéis de uma nova geração de receptores de rádio nos automóveis. Essa tecnologia já está funcionando no Brasil nos receptores MOPAR easy4u, utilizado nas frotas da FIAT e da Chevrolet. A Mercedes-Benz começará a usar a tecnologia no Brasil em 2018.