Fórum discute experiência internacional sobre a próxima geração de TV aberta

Da esq. para a dir.: Hans Hoffman, Olímpio Franco, Kenichi Murayama e Skipp Pizzi no Fórum de Tecnologia do SET e Trinta. Foto: Tainara Rebelo

O segundo dia do Fórum de Tecnologia no SET e Trinta abordou a próxima geração da TV aberta pela perspectiva de três especialistas com experiências de diferentes partes do mundo. Do Japão, Kenichi Murayama, pesquisador sênior de Engenharia da NHK; dos Estados Unidos, o vice-presidente de Educação Tecnológica e Outreach da National Association of Broadcasters (NAB), Skip Pizzi e, da Europa, Dr. Hans Hoffmann, chefe da unidade de Fundamentos de Mídia e Tecnologia de Produção do Departamento de Tecnologia e Desenvolvimento da European Broadacast Union (EBU). O painel foi mediado pelo superintendente da SET, Olímpio José Franco.

Hoffman iniciou sua fala apresentando os requisitos-chave em UHDTV e citou o sucesso em padrões para HDR. Depois destacou as necessidades de uma infraestrutura flexível, compartilhável e escalável que só pode ser realizada com tecnologias da internet.

De acordo com Hoffman, o benefício dessa flexibilidade é que ela cresce conforme demanda, “proporcionando ao usuário a possibilidade de acessar o conteúdo de qualquer lugar, em qualquer dispositivo. O IP torna isso possível”, explicou. Os desafios seriam educar a indústria broadcast sobre a importância do IP.

A fala terminou com uma perspectiva sobre o trabalho futuro nos diferentes organismos de padronização: “migrar para o IP, baseado em livre infraestrutura é a chave para o sucesso do UHD”, concluiu.

Na sequência, Kenichi Murayama explanou sobre a transmissão experimental Super Hi-Vision, por satélite, do Japão, realizada em agosto de 2016. A ação fez parte dos estudos para a próxima geração de TV terrestre que a NHK STRL vem conduzindo. Seus testes em protótipos têm alcançado sucesso na transmissão de vídeo Super Hi-Vision.

O último a se apresentar foi Skipp Pizzi e o surgimento da próxima geração de TV com o ATSC 3.0. Ele relembrou os conceitos de ATSC 1.0 e explicou que, àquela época, havia apenas um tamanho de TV para se considerar, hoje existem diferentes tamanhos e métodos de os consumidores utilizarem o produto.

“A evolução do sistema fez com que as atualizações de ATSC tenham acompanhado a melhor maneira de oferecer e transmitir conteúdo. Tentamos um modelo totalmente novo e encorajamos pessoas do mundo todo a participar: desenhe a melhor TV que puder e contribua com o futuro. Houve participantes do Japão, da Coreia … do mundo todo. E assim, desenvolvemos um conteúdo qualitativo e quantitativo, com sinal mais forte e com qualidade HDTV e closed caption”, relembrou.

De acordo com o palestrante, os EUA continuam a avançar com a implementação do padrão ATSC 3.0 ou The Next Gen TV e a República da Coréia anunciou que lançará oficialmente os seus serviços Next Gen TV usando o ATSC 3.0 em 31 de maio.

Pizzi disse ainda que o 4k se mostrou excelente para esportes, e que a próxima geração do ATSC tem como meta incrementar o sistema de áudio. “Estamos agora na reta final de aprovação do modelo standard suit, esperado para meados de 2017”.

Haverá um programa voluntário financiado pelo governo dos EUA bancando pessoas que queriam fazer a migração voluntaria para incentivar a mudança. “Se isso acontecer, a transição pode ocorrer até 2019”, revelou.

Para o superintendente da SET, Olímpio José Franco, é possível constatar que os japoneses estão atrasados em relação aos EUA “os japoneses apostam no 8k, e o ATSC é apenas 4k”, explicou. De acordo com Franco, o ATSC tem impedimentos por motivos técnicos em transmitir o 8k.

“Da mesa fica que: estamos em outra fase de transição (emissoras e produtoras terão que implementar atualizações nos seus sistemas para poderem operar em ultra UHD). É um processo que não tem tempo fixo por questões de investimento e prioridades. Podemos ir para o HD por fases, como no sistema europeu. Foi bom ouvir diferentes opiniões sobre o mesmo tema para que possamos nos adequar da melhor maneira”, finaliza.