“Nunca estaremos 100% seguros na internet”

Guy Finley, da MESA, fala sobre segurança na internet. Foto: Tainara Rebelo.

“Nunca estaremos 100% seguros na internet, mas se unirmos esforços, podemos diminuir esta porcentagem”. Com estas palavras, o Diretor Executivo da Media Entertainment Services Alliance (MESA), representante também de  uma de suas comunidades: a Content Delivery & Security Association (CDSA), Guy Finley, provocou e chamou para a ação da indústria do entretenimento na Conferência de Proteção de Conteúdo e Cybersegurança, que aconteceu no domingo, 8, no NAB Show 2018.

Pelo sétimo ano consecutivo dentre os temas do evento, pela primeira vez o assunto ganhou uma conferência à parte e uma atenção concentrada à indústria do entretenimento. “Percebemos que era necessário ampliar o debate com base nos casos de furto de conteúdo, Fake News e pirataria neste setor que vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos”, explica Finley.

Foram apresentados dados e cases, como o furto de episódios da série Orange is the new black, da Sony, há três anos, que culminou em perda bilionária para a empresa e acendeu os mais diversos alertas na indústria de cybersegurança. Com a fala, representantes da Cisco, Fortium, Irdeto, NAGRA e SHIFT, empresas que exibem proteção de conteúdo e soluções de segurança na Feira.

“O que estamos fazendo aqui é mostrar que a responsabilidade não é do produtor de conteúdo, do criador de software ou do responsável de TI. Temos que entender que andamos juntos, e todas as vertentes têm que tentar banir tais ameaças juntos. O foco aqui, é trazer a indústria para mostrar do ponto de vista deles aos produtores de conteúdo e aos criadores de softwares onde eles estão sendo pegos e mostrar que estamos trabalhando na mesma coisa, e que se unirmos forças podemos prevenir o roubo de dados”, explicou.

No painel, foi explicado que não há uma grande diferença entre a pequena e a grande indústria, sempre haverá alguém tentando entrar no sistema e conseguir alguma coisa. “Pode ser informação pessoal, conteúdo restrito ou secreto, como o da Sony, então o objetivo é que nós todos trabalhemos juntos, como indústria, e compartilhemos nossas melhores práticas para todo mundo estar na mesma página”, evidencia Finley.

A Conferência fez um apelo à prevenção de Fake News como ferramenta para evitar dispersão da indústria em assuntos inventados com links maliciosos, dando espaço para que mais dados sejam furtados e mais conteúdo se perca de maneira fácil. “Precisamos fazer com que isso seja um hábito para as futuras gerações, de maneira que não percamos tempo voltando aos ensinamentos básicos daqui há alguns anos. Os próximos 10 anos serão os mais importantes para nós porque a evolução de tudo isso será muito rápida”, argumenta Jonathan Morgan, CEO da New Knowledge, e fundador do Data for Democracy.

“Se ficarmos cada um na sua bolha, e não compartilharmos o que estamos sofrendo, é exatamente aí que mostraremos maior vulnerabilidade”, finaliza Guy Finley.

Por: Tainara Rebelo, de Las Vegas