Drones já conquistaram audiovisual, mas uso precisa seguir regras

Por que apostar em drones e como utilizá-los da maneira apropriada foi tema de duas salas do Congresso de Tecnologia SET EXPO 2017. Para Eduardo Mascarenhas, sócio da Peixe Voador Produções, o emprego dessa ferramenta em conteúdos audiovisuais avançou muito em um espaço de tempo muito curto, de 2015 a 2017, passando de tomadas estáticas e à distância para enquadramentos muito mais ágeis e próximos dos personagens.

 

“Essa maior liberdade de movimento em produtos como novelas deu aos drones mais capacidade de auxiliar a narrativa”, opinou Mascarenhas. A Peixe Voador também foi responsável pelos dois minutos e meio que deram início à cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio. “É impossível pensar no mercado audiovisual de hoje sem eles. A tecnologia de estabilização das câmeras empregadas permite aos profissionais utilizar o equipamento até mesmo com as hélices desligadas, como se fosse uma steady cam”. Diretora-executiva da Futuriste, Raquel Molina apresentou outras utilidades dos drones que vão além das captações de imagem para a indústria audiovisual, como a vistoria de estruturas comprometidas e remotas e o manuseio de cabos em trabalhos de engenharia.

 

Foram ainda apresentadas durante a programação do congresso regras da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, da Anac – Agência Nacional de Aviação Civil e do Decea – Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Aeronáutica, já que os drones são considerados aeronaves não tripuladas, independentemente de suas dimensões, de acordo com o primeiro-tenente Mário Ferraz, do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP). Ao contrário do que é amplamente praticado – principalmente durante o uso recreativo – esse tipo de aparelho não pode ser utilizado em grande concentrações, sem a autorização de pessoas nas proximidades de 30 metros horizontais ou sem a presença de barreiras mecânicas, como paredes, por exemplo. O jornalista e presidente da ABM – Associação Brasileira de Multirrotores, Flávio Fachel, acredita que a fiscalização é falha e o poder público ainda não tem treinamento para exigir a documentação necessária, “No entanto, as regras estão escritas. Quem acredita que elas não importam pode sofrer com multas de até R$ 60 mil. As regras existem, e podem ser cobradas”.

 

“Em caso de acidente, a culpa é sempre do piloto” – advertiu Felipe Filgueiras, técnico de Telecomunicações na TV Globo – não importando quem é o dono do aparelho. Para uso comercial, a utilização de drones requer seguro obrigatório  contra danos a terceiros, entre outras exigências. Os painéis foram moderados por Francisco Peres, gerente de Engenharia da TV Globo e Eduardo de Oliveira Silva Bicudo, membro do conselho da SET.