Comitês apresentam escopo de trabalho no Projeto UHD

Participantes do Projeto UHD Brasil em reunião. Foto: Tainara Rebelo

O Projeto UHD Brasil se reuniu em São Paulo, na sede da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), para promover uma equalização de conhecimentos entre os participantes do projeto, através de apresentações dos comitês de trabalho, traçando uma primeira visão das transformações de hábitos de consumo de mídias eletrônicas e do atual estágio de desenvolvimento de novas tecnologias.

Ao início da reunião, a presidente da SET, Liliana Nakonechnyj, fez uma breve introdução e apresentação do projeto para os novos participantes. Lembrou que, além de completar os diversos comitês de trabalho para que haja contribuições de todos os setores parceiros nos diversos temas, ainda precisamos trazer para o projeto profissionais dos negócios mais recentes de vídeo, tais como YouTube e Netflix. “A nossa TV é uma das melhores do mundo, mas os hábitos de consumo estão em franca modificação e o panorama das mídias eletrônicas passa por transformação acentuada.   Neste projeto, reunimos os principais atores de toda a cadeia das mídias eletrônicas de forma que, juntos, facilitemos a introdução de tecnologias que permitam ao Brasil continuar a ser referência no setor”, explicou.

O primeiro comitê a se apresentar foi o de Hábitos de Consumo/Visão Sistêmica, coordenado por Leonardo Chaves (Globo), que teve a ajuda de Daniela Souza (AdDigital) na apresentação. Foi traçado um panorama atual sobre hábitos de consumo de TV no Brasil, onde 45% dos televisores ainda são de tubo.  De acordo com dados do IBGE apresentados, o  desligamento analógico tem impactado no aumento da aquisição de TVs de tela fina “15% a mais somente em Goiânia na época do desligamento”, afirmaram. “De 2011 para 2017, o crescimento do acesso à internet pelo celular subiu em 60%, mas a taxa média dos acessos é baixa.  Isso impacta na criação de novos conteúdos e na disparidade da qualidade do acesso a esse conteúdo”, explicaram. Esse grupo consolidará dados sobre os anseios do consumidor brasileiro.

O segundo comitê a falar foi o de Qualidade de Imagem e Som. O coordenador Leandro Pena (Globo) resumiu, com a ajuda do engenheiro Alexandre Sano (SBT), as tecnologias disponíveis e em desenvolvimento no que tange à qualidade de áudio e de vídeo. Gustavo Albertini (Panasonic)  finalizou, apresentando as tecnologias mais avançadas  das telas já presentes  nos aparelhos de mercado, como televisores, celulares e até óculos de realidade virtual.

O comitê de Segurança mostrou os resultados de estudo que a ABTA vem desenvolvendo contra a pirataria digital. “O próximo ‘surto’ de pirataria a se esperar é a pirataria pulverizada através de apps. Por enquanto essa incidência ainda é relativamente baixa. Poderá haver enorme impacto no mercado de TV paga, uma vez que muitas pessoas acessam TV paga pelos apps”, explicou Antônio Salles (NET), coordenador do Comitê.

A apresentação de José Antônio Garcia (EBC), coordenador do comitê Distribuição/Harmonização, foi complementada por Gabriel Ferraresso  (Globo) e Evandro Heleno ( Sky). Foram relatados os avanços nas tecnologias que permitem o transporte de conteúdos UHD para radiodifusão, DTH e também mencionados os esforços de padronização de protocolos para simplificar a publicação de conteúdo audiovisual em aplicativos Web. Relembrando as demonstrações de transmissão UHD durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, Garcia comentou que “já existem técnicas e equipamentos que tornam bem mais eficientes as transmissões”.

Por fim, o comitê de Comunicação, liderado por Carla Bartz (SET), apresentou o projeto de site e opções de logomarca para o Projeto UHD. A escolha definitiva da logomarca deverá ser realizada, em breve, através de uma votação.