Workshop discute importância do controle de qualidade no fluxo de trabalho

Na atualidade é necessário um profundo conhecimento sobre geração de conteúdo, sobre o tratamento desse conteúdo e sobre a entrega desse conteúdo.

O workshop “Medidas”, moderado por José Antonio Garcia (SET/EBC) foi um das palestras de abertura da 26ª edição do Congresso SET, realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).

Eliésio Silva (Tektronix) e Eduardo Antônio Barros da Silva (UFRJ) trouxeram para o Congresso SET uma discussão a respeito da compressão, transmissão, recepção e consequentemente da qualidade do conteúdo para o usuário final.

Eliésio Silva tratou mais de questões relacionados ao workflow, ou fluxo de trabalho, enaltecendo sempre a importância de compreender todas as suas etapas para o gerenciamento de possíveis erros e problemas no conteúdo final do consumidor. “Não é possível identificar esses tipos de problemas hoje, sem o conhecimento de todo o workflow, e sem especialistas em cada parte do mesmo”, aponta.

Eduardo Barros da Silva tratou sobre as diversas formas de compressão de áudio e vídeo, passando por cada um dos formatos mais utilizados pelas empresas produtoras de tal conteúdo. Desde o formato analógico, chegando ao HEVC (ou H.265), passando pelos formatos MPEG e H.264 – o formato mais utilizado atualmente.

A compressão das imagens ocorre em três etapas: transformação, quantização e codificação. De forma resumida:
1)Transformação é uma forma de dividir a imagem em espaços menores que podem ser trabalhados individualmente. “Na compressão da imagem, em vez de transmitir quadro a quadro, transmito a diferença entre os quadros, dessa forma já não é necessário transmitir tantas informações”, explica Eduardo.

2) Quantização é o processo de transformar toda a informação de vídeo e áudio em uma quantidade finita de informação que caibam em poucos bits.

3)Codificação é o processo de sequênciar em bits, para o formato binário, de forma que esses dados possam ser transmitidos.

Para fechar a discussão, Silva tratou sobre sistemas de monitoramento de Qualidade de Serviço e Qualidade de Experiência. Tais conceitos são ferramentas de análise técnica e subjetiva da recepção do usuário final. “Você precisa de ferramentas que ponderem esse QoS (Qualidade de Serviço) e esse QoE (Qualidade de Experiência), por um tempo observável para ter uma análise mais próxima da experiência do usuário não-profissional”, esclarece.

“Em um workflow hoje é necessário um profundo conhecimento sobre geração de conteúdo, sobre o tratamento desse conteúdo e sobre a entrega desse conteúdo. E o melhor seria que as indústrias, os profissionais e a academia trabalhassem em conjunto em cima disso”, completa Silva

O Congresso terá 44 sessões e 220 palestrantes distribuídos em 4 auditórios simultâneos, em um fórum que congrega um grupo seleto de mais de 1.600 profissionais que discutem as questões mais relevantes do setor intensamente durante um período de 4 dias.

O evento reúne de 24 a 27 de agosto de 2014 no Pavilhão Azul do Centro de Convenções e Exposições Expo Center Norte em São Paulo, especialistas do Brasil, Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, que discutem os principais aspectos da produção, transmissão e distribuição em TV, além de temas relacionados a vídeo, cinema, rádio e internet. Entre os temas destacados está o switch-off I da TV, as interações entre TV e Internet, os desenvolvimentos tecnológicos da Copa do Mundo e muitíssimos outros temas de atualidade da indústria.

* Por Gustavo Zuccherato, aluno da UNESP.