SET Norte 2018: ATSC 3.0 revolucionou o modelo de negócio da TV

Disrupção digital está redefinindo a indústria de vídeo com o uso de dados e criando novos modelos de negocios na indústria de mídia e entretenimento

Em um painel exclusivo, Leonardo Chaves, gerente de Projetos em Novas Tecnologias de Transmissão da TV Globo, explicou que a Era digital está mudando o mercado audiovisual e as formas de consumo.

No auditório do Stúdio 5, em Manaus, Chaves explicou que o ATSC 3.0 é “um grande motor de transformação” e com ele, “do mercado de TV aberta”, um mercado que nas Américas parecia morto, e com o novo padrão “houve uma ‘mexida’ que fez o mercado crescer  até dois dígitos. Ressuscitou- o  com novos modelos de mercado”. Mas o “motor têm sido acelerado por outras indústrias e “a disrupção digital é quem está redefinindo a indústria de vídeo, por meio do uso de dados num mercado em constante mudança”.

Esse mercado, disse Chaves muda rápido e, com isso, novos players se colocam e evoluem para novos “provedores de conteúdo” com, por exemplo, “fusão de produtores de conteúdos, tal qual a compra da Sky por parte da Comcast”.

O disrupção é a oferta direta das produtoras de conteúdo aos usuários, disse. Hoje, por exemplo, “na Globo, mudamos. O Premiere Play pode ser assinado  sem o cliente ter de ser assinante de um serviço de TV por assinatura. O fazemos diretamente” o que mudou o modelo de consumo e distribuição de conteúdos.

Nesse mercado, os grandes OTTs (Over-the-Tops) estão “querendo aumentar as suas receitas e para isso, estão aumentando os seus portfólios com maior produção original e colocando maior quantidade de conteúdo diferente”, para se diferenciar da concorrência.

Para isso, os “disruptores estão reescrevendo as regras do mercado. Usam poder de escala e serviços agregados para mudar valor. Geram uma nova equação de valor e reinventam a forma de fazer”.

ATSC 3.0

“O motor está sendo acelerado e, nesse momento, a grande revolução se dá na publicação das normas. Com ela aparecem as definições que nos fazem perceber que esse novo padrão traz mais eficiência na transmissão com capacidade técnica para que as mídias sejam distribuídas de forma hibrida e experiência fluida entre o que vem pelo ar e por streaming viabilizando, por exemplo, o 4K”.

“Para o mercado norte-americano é um enorme salto de qualidade que faz que eles ressuscitem o seu mercado de TV aberta. O padrão promove a convergência de redes com sincronismo de mídias sendo híbrida com recurso de acessibilidade e recursos de mídia que permitam a mobilidade”. Mas, comparando “quando decidimos pelo ISDB-tb fomos felizes porque escolhemos um padrão que tem mais qualidade em termos de cobertura”, disse o executivo.

Finalmente, Chaves analisou o MODCOD do ATSC 3.0 que trabalha com uma constelação não uniforme que pode chegar a ter um ganho de até 1 dB de ganho. Ainda comparou a forma de distribuição de sinal com ATSC 3.0 e ISDB-Tb com utilização de SFN, com por exemplo, composição construtiva desenvolvida para a norma norte-americana por Slavash Alamouti.

“O ATSC é mais do que um padrão, porque ele faz que os radiodifusores repensem o seu modelo de negocio. O primeiro a estar baseado em protocolo IP. Ele nasce com arquitetura híbrida, o que faz toda a diferença”, finalizou o executivo da Globo.

 

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Captação de som e imagem pela Rede Amazônica.

Por Tainara Rebelo em  Manaus (AM), e Fernando Moura em São Paulo (SP)