SET Norte 2017: novas tendências para telejornalismo

Interatividade, imersão e agilidade são fundamentais para aumentar a audiência; aplicativo próprio da emissora também é aposta para estreitar a comunicação e a colaboração com o público

O painel “Agilidade na produção jornalística para todas as mídias” iniciou as atividades do segundo dia do SET Norte 2017, nesta quinta-feira (30/11). Broadcasters, players da indústria e pesquisadores apontaram caminhos para o telejornalismo em um cenário que requer velocidade das equipes e das soluções de vídeo. A sessão foi moderada por Eduardo Lopes, diretor de tecnologia da Rede Amazônica e contou com as participações de Luiz Augusto Pires (Rede Amazônica), Henrique Camargo, Salustiano Fagundes (HDX Smart Solutions) e Eliezer Reis (Snews).

O diretor de jornalismo da Rede Amazônica, Luiz Augusto Pires, contou que a emissora lançou um telejornal de rede local em julho deste ano, o Bom Dia Amazônia, e, para melhorar a comunicação com a comunidade, criou o aplicativo Tô na Rede. Em pouco mais de três meses de implantação, o app teve 60 mil downloads e já recebeu mais de 10 mil relatos e vídeos enviados pelos telespectadores. “Por meio do aplicativo, tem sido possível receber os mais diversos tipos de informação que são aproveitados como conteúdo não apenas nos telejornais, mas também no G1, no Globoesporte.com, na Rádio CBN Amazônia e no Amazon Sat.”

A valorização do localismo, dos conteúdos de qualidade (com tratamento diferenciado para cada plataforma) e um jornalismo relevante, que mude a vida das pessoas de fato, são fundamentais para um jornalismo com audiência, na opinião do executivo. “A credibilidade também é fundamental para a manutenção da audiência em um cenário de fake news. O jornalismo passa a ter um valor preponderante se for bem feito, bem checado e verdadeiro. Vamos continuar sendo relevantes se insistirmos em um jornalismo que seja de fato relevante às pessoas”, concluiu.

O jornalismo na televisão não pode mais andar na velocidade de antigamente, na opinião do consultor Henrique Camargo. “A tecnologia e a engenharia precisam oferecer soluções rápidas e flexíveis, que agilizem o workflow. As câmeras com modem LTE já nos possibilitam começar a pensar nisso. O telejornalismo precisa ser ágil. As pessoas querem ver o que está acontecendo, de forma rápida,” disse.

Além das unidades móveis, SNGs, dos mochilinks e das câmeras com tecnologia LTE, o executivo lembrou da importância dos drones, das câmeras de trânsito, dos vídeos de redes sociais e dos decoders e encoders IP neste cenário. Softwares como o WhatsTV e o Mitto também são fundamentais e têm sido usados por emissoras em todo o país, assim como as entradas ao vivo a partir de smartphones via Skype. Os aplicativos próprios também são fundamentais para que o telespectador se sinta parte da emissora. “O que não falta hoje são recursos para o jornalismo ser mais ágil e mais inovador. A informação é o mais importante.”

Salustiano Fagundes, CEO da HDX Smart Solutions, afirmou que, se hoje quisermos realmente entender algum acontecimento para contar uma história em linguagem audiovisual, precisaremos utilizar as múltiplas possibilidades narrativas oferecidas pelas novas tecnologias. “Os veículos têm que estar também nas redes sociais para oferecer credibilidade ‘em tempo real’ e onde a pessoa estiver”, destacou.

O jornalismo imersivo é outro aspecto ressaltado por Fagundes. Em 2015, o The New York Times ofereceu óculos de imersão para os seus usuários e exibiu vídeos filmados por três crianças sírias, mostrando aos assinantes um olhar 360 graus do acontecimento e fazendo com que eles se sentissem parte do acontecimento. Isso é fundamental. A imersão é um caminho. E a tendência é que a realidade virtual barateie com o tempo.”

“Por que não também as emissoras regionais e locais produzirem notícias para o mundo? Por que não a Amazon Sat, por exemplo, produzir documentários e jornalismo regionais para um público mundial? O jornalismo precisa ser repensado e as universidades precisam repensar os seus currículos. São os jovens que efetivamente vão repensar o futuro”, acrescentou.

Eliezer Reis, gerente de projetos da Snews, apresentou um fluxo de trabalho completo para telejornalismo.  “A automatização traz novas ferramentas que permitem às empresas trabalharem no mercado, mas o conteúdo de qualidade será sempre o diferencial. Aliar a tecnologia à produção é fundamental neste cenário, com um fluxo integrado de produção em que seja possível ter flexibilidade e agilidade. É isso que fará a televisão viver.”

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SET Norte 2017

A SET realiza nestas quarta (29) e quinta-feira (30/11) o SET Norte 2017, em Manaus. O evento chega a sua décima sétima edição com o foco no switch-over do sinal analógico no Brasil e nas transformações da indústria.

O SET Norte é um seminário sobre as principais tendências tecnológicas na área do audiovisual para a produção e distribuição de conteúdo em ambientes multimídia. É parte integrante de uma série de encontros organizados pela SET há 20 anos, em todas as regiões do Brasil (SET Sul, SET Norte, SET Centro-Oeste, SET Nordeste e SET Sudeste).

Local: Studio 5 Centro de Convenções (Av. Gen. Rodrigo Otávio, 3555 – Distrito Industrial, Manaus)

Horário: 8h30 às 18h

Data: dias 29 e 30 de novembro

Programação e inscrições, clique aqui.

Para acompanhar ao vivo, visite este link.

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