A produção jornalística e sua relação com a tecnologia

O primeiro painel do último dia do SET Sudeste 2019 abordou o jornalismo e a produção remota de conteúdo.

Para o moderador Marcelo Bossoni “não são as novas tecnologias que influenciam mudança nos hábitos e a forma de produzir conteúdo, na verdade, é o comportamento humano em cima dessas tecnologias que influencia a produção”.

Erick Soares, expert em tecnologia da Sony, afirma que o dilema da indústria hoje, em termos de jornalismo, é pensar na produção buscando uma maior eficiência. “É preciso ter mais agilidade, mobilidade para produzir mais volume de conteúdo em menor tempo, ou seja, ter maior capacidade de cobertura e criar conteúdo de jornalismo”. Dessa forma, o conteúdo regional ganha destaque, pois a rápida cobertura do factual é relevante para a região.

Iúri Jainan, da Broadmedia, destacou a existência de várias formas de distribuição de conteúdo. “A transmissão ao vivo ficou cada vez mais ampla e estar ao vivo em diferentes plataformas é cada vez mais importante. Ao invés de esperar que o expectador venha até você”, afirmou.

“Você não somente transmite a notícia. Você transmite a notícia de dentro da notícia”, destaca Lucas Morais, da 2Live. Ele também chama atenção para “a importância da agilidade, mobilidade e estrutura para dar a notícia in loco para que ela não seja dada por meio de redes socais”.

Eduardo Mune, da TVU, falou da importância de salvar e compartilhar o conteúdo rapidamente por meio da mochilink.

“As equipes de jornalismo poderão produzir mais conteúdo, tanto ao vivo, quanto remotamente. Antes um repórter fazia duas matérias, agora poderá fazer mais, pois tem agilidade para produzir, armazenar e compartilhar”, disse.

Raphael Severo, da Lawo AG, falou sobre dois cenários de produção remota com fibra apagada. O primeiro deles tratou sobre a conexão direta entre devices de transporte. “As fibras podem ser conectadas de forma redundante diretamente no device de transporte não sendo necessário a utilização de switch para conexão entre os sites”, pontua.

O segundo cenário é sobre conexão através de switches. “As fibras são conectadas de forma redundante ou não através de switches para conexão entre os sites e, não só os equipamentos de transporte podem ser conectados a infra, mas caso exista no sistema equipamentos que suportem o padrão de transporte em IP, o fluxo pode ser endereçado diretamente ao end device, afirmou Severo.

Encerrando o painel, Guilherme Bernardes, da TV Globo Minas, apresentou um case de produção remota do estado de Minas Gerais.

É necessário pensar no negócio. A conta tem que fechar, então como fazer sem comprometer a equipe e orçamento? Para isso é preciso preparar a equipe para assimilar a tecnologia, adaptar ao contexto em que você está inserido e testar, testar e testar”, encerrou.