TV Universitária Unesp

Cenário montado para o telejornal Unesp Notícias

Convênio SET/Unesp

Nº 152 – Jul/Ago 2015

por Equipe Unesp*

Televisão foi criada para atender às atividades fim da universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão e desenvolve e utiliza na sua programação a interatividade via Ginga

Cabine de som com mesa Yamaha de 16 canais e monitores Kroma


D
esde as primeiras experiências registradas pela TV Universitária em Recife, no ano de 1968, as emissoras de rádio e televisão universitárias seguem vencendo desafios e obstáculos ao longo de sua história. Problemas financeiros, institucionais, governamentais, dentre outros, inibem, mas não impendem que as TVs Universitárias ofereçam uma programação educativa geralmente ligada ao tripé ensino, pesquisa e extensão. De acordo com a ABTU – Associação Brasileira de TVs Universitárias – a Televisão Universitária é aquela produzida no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES) ou por sua orientação, em qualquer sistema técnico ou em qualquer canal de difusão, independente da natureza de sua propriedade.
É uma televisão feita com a participação de estudantes, professores e funcionários, com programação eclética e diversificada, sem restrições ao entretenimento, salvo aquelas impostas pela qualidade estética e boa ética. Uma televisão voltada para todo o público interessado em cultura, informação e na vida universitária, no qual prioritariamente se inclui o próprio público acadêmico e a comunidade como um todo.
Dentro desta perspectiva é que nasceu o projeto da TV Unesp, uma emissora de sinal aberto, vinculada a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Bauru, cidade no interior de São Paulo, distante 345 Km da capital paulista. Tem como missão entender, utilizar e disseminar o conhecimento teórico e prático construído pela universidade e pela sociedade em conteúdos audiovisuais relevantes para o dia a dia de cada cidadão que a assiste.

Controle de exibição e gravação de programas

O projeto da TV Unesp surgiu com a direção de Antonio Carlos de Jesus, ex-professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Social (FAAC), falecido em 2013 e teve como característica principal o fato de ser implantada já dentro das normas do padrão de digitalização do sistema brasileiro de televisão terrestre.
Paralelamente à instalação de uma TV Digital, Antonio Carlos inaugurou e coordenou os programas de Pós- -Graduação em Comunicação e Pós- -Graduação em Televisão Profissional Digital com o intuito de desenvolver linhas de pesquisa voltadas para a educação, gestão e desenvolvimento de tecnologias para televisão.
Na segunda fase do projeto da TV Unesp, iniciado em 2010 e sob a responsabilidade da professora da FAAC, Ana Silvia Medola (atual diretora) a emissora entrou no ar em 4 de novembro de 2011 e desde então, vem aprimorando sua grade de programação e a participação da emissora em projetos de pesquisa, principalmente no uso da interatividade via Ginga, financiados por projetos governamentais. Este viés de pesquisa, na opinião de Ana Silvia é uma das principais vocações da emissora. “A TV Unesp só tem sentido se atrelada às atividades fim da Universidade, que a pesquisa e o compartilhamento da produção do conhecimento gerada pela Universidade”.

Central técnica da emissora desde onde se emite o sinal da TV Unesp em Bauru, interior de São Paulo

Por ser uma emissora universitária, o canal segue as normas da legislação que regulamenta os canais educativos previsto na Constituição Federal. Portanto, por ser uma emissora sem fins lucrativos, ela é mantida pela própria instituição acadêmica e, atualmente, não utiliza nem os espaços de apoio cultural que a legislação permite. Na visão Ana Silvia, a TV Unesp está calcada em dois pilares. “Uma televisão pública, cultural, educativa que cumpre todas as demandas de radiodifusão do país e que, por ser mantida por uma universidade, está atrelada ao ensino, a pesquisa e à extensão”.
A professora ressalta que a TV serve de laboratório para desenvolvimentos de pesquisas, por alunos e professores e desta forma e que ela deve se manter.
A TV possui parceria com a TV Brasil, emissora que faz parte da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), retransmitindo seu sinal e inserindo a programação nos horários permitidos pela cabeça de rede. A programação é emitida nos canais 45 UHF, 46.1 no padrão digital e pelo canal 18 na TV paga.
Dentre os programas exibidos atualmente o telejornal Unesp Notícias chama a atenção por utilizar a interatividade em suas edições. Na verdade, o uso da interatividade via Ginga não se resume apenas em seu telejornal. Atualmente dois importantes projetos sobre interatividade vêm sendo realizados na emissora.
O primeiro e mais complexo é o Global ITV, um projeto de investigação conjunta entre empresas europeias e brasileiras, organizações e instituições de pesquisa, e que tem por objetivo estabelecer bases para uma plataforma interoperável global, abrangendo interatividade em diferentes sistemas de TV digital (como ISDB-Tb, DVB-S / -T/ -C e IPTV).
O segundo projeto é o Ginga.BR.Labs do Ministério das Comunicações. A TV Unesp foi contemplada dentro de um edital lançado pelo governo para produção de conteúdo interativo, quando receberam um laboratório para o desenvolvimento e testes das aplicações interactivas (Saiba mais na reportagem sobre interatividade da TV).

Estrutura
Por ser uma televisão universitária, a TV Unesp possui uma estrutura que surpreende pela qualidade técnica, comparável até mesmo à emissoras comerciais. Está instalada em imóvel de 1.500 m2. Conta com um estúdio onde são produzidos, programas ao vivo e gravados, possuindo um sistema de iluminação gerencial de programas, uma grua Camate de 8 metros e uma steadycam, além de um cenário virtual da Orad, que permite até mesmo animações em 3D e que, atualmente, está em fase final de testes para começar a ser utilizado. A TV possui um total de 10 câmeras.
Para uso externo, tem-se quatro câmeras Sony PMW EX 320 e uma Sony PMW MK 1. Dentro do estúdio são utilizadas 3 câmeras Grass Valley, modelo LDK 4000. Duas delas estão fora de funcionamento aguardando a liberação da manutenção dentro das normas internas da Unesp. Devido a isto, duas câmeras Infinity DCM 1000 tiveram que ser adaptadas para o uso interno. Ainda, são utilizadas 8 ilhas de edição com programas do pacote Adobe, Final Cut Pro e Audacity, programas gratuitos de edição de áudio são utilizados pelo departamento de jornalismo e produção de programas educativos.

Estúdio montado para gravação de mais um programa da TV Unesp

São aproximadamente 50 funcionários diretos, além dos mais de 20 estagiários (alunos do curso de Jornalismo e Rádio e TV), que trabalham para que a programação chegue até a casa dos bauruenses. Para transmitir o sinal da TV são usados: uma Antena Slot Profissional, modelo TTSL4- UA-45-7, 4 fendas, da Transtel; uma Antena Slot, modelo ISD4XX- 22SL, 4 fendas, da Ideal Antenas; um transmissor de TV Analógico, modelo IS7600-DUAL, 2000W da Linear; e um transmissor de TV Digital, modelo DTU 700, padrão ISBD-Tb, 700W da STB.

Sinal Digital
Apesar da TV Unesp estar operando dentro do padrão digital a TV Brasil ainda exibe em SD. Desta forma a emissora recebe esse sinal e o retransmite.
Contudo, a inserções da TV Unesp são transmitidas em sinal analógico e também em sinal digital Full HD.
Por meio de uma portaria, o Ministério das Comunicações estabeleceu o desligamento do sinal analógico para televisão até 2018. Para que ocorra o desligamento completo da transmissão analógica, é necessário que 93% dos domicílios de cada município brasileiro estejam aptos a receber o sinal digital. O primeiro teste de desligamento do sinal analógico acontecerá na cidade de Rio Verde, interior de Goiás, no dia 29 de novembro deste ano. Mas para a TV Unesp isto não será um problema, pois a tecnologia necessária para atender esta demanda já está instalada e em operação, o que faz da TV Unesp uma das emissoras universitárias mais modernas do país.

Matéria produzida pelos alunos Gustavo Zuccherato, Isaac Toledo e Júlia Gonçalves do curso de Jornalismo da Unesp/Bauru como atividade do acordo de cooperação entre a Revista da SET e o Projeto de Extensão Tecnologia em Televisão sob orientação do prof. Dr. Francisco Machado Filho