TV Pública – Os planos da TV Brasil

Em 2 de Dezembro de 2008, as transmissões da TV digital no Brasil completaram um ano. O país comemorou, mas quem ganhou o presente foi a cidade de São Paulo: a TV Brasil, emissora da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), do Governo Federal, que também estava completando um ano, estreou seus estúdios na capital paulista e, ainda, o canal 63, por enquanto o único da rede transmitido em digital – a TV Brasil tem ainda emissoras no Rio de Janeiro e em Brasília, mas ambas analógicas.

Pelo planejamento da EBC, o canal analógico entraria no ar em São Paulo em dezembro, mas problemas técnicos o impediram. Um deles foi com os canais preliminarmente concedidos pela Anatel, o 68 e o 69, em UHF, que, nas potências previstas, se mostraram incompatíveis com os serviços de telecomunicações em operação na capital paulista devido à proximidade de suas freqüências. “O analógico usado em São Paulo deverá ter o número 62”, diz Tereza Cruvinel, presidente da EBC.

O canal analógico deve estrear em março deste ano. Por causa disso, “talvez haja um reforço de equipe ainda não dimensionado”, afirma Tereza. Há 75 profissionais na emissora de São Paulo e cerca de 70% deles são da parte técnica e de jornalismo. “Será preciso ampliar principalmente a equipe técnico-operacional”, afirma a executiva da EBC. Hoje esta geradora produz exclusivamente jornalismo, mas existem planos para a criação de outros tipos de conteúdo a partir de São Paulo, que virão complementar a atual grade da emissora.

Valores
Até o momento, 15 milhões de reais foram gastos no projeto, feito pela equipe de suporte da EBC. Eles envolvem desde a captação e o arquivamento de conteúdo até a transmissão em digital mais os dois canais de São Paulo – inclusive transmissores e a antena. Para hospedar a antena foi firmada uma parceria com a TV Cultura, que cedeu espaço em sua torre. A EBC ainda firmou acordo a fim de compartilhar custos de infra-estrutura com as TVs do Judiciário, do Legislativo e do MEC, o que deve baixar os custos operacionais, e vai fazer uso da multiprogramação. “Este formato atende melhor as necessidades da TV pública por multiplicar a oferta de conteúdos e serviços e ampliar a pluralidade”, diz Tereza.

O investimento inicial é uma fração do total a ser desembolsado pela EBC na TV. Segundo Tereza, em 2008 foram concluídas licitações no valor de R$ 103 milhões para a compra de equipamentos de produção e transmissão digital – incluindo as emissoras de Brasília e Rio de Janeiro. Mas nem todos os equipamentos estarão disponíveis a tempo, o que impedirá a completa digitalização das emissoras antes de junho de 2009.

Revista da SET