TESTES E ETIQUETAGEM DE EQUIPAMENTOS DURANTE A COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Desenhado especialmente para a realização do Projeto Copa do Mundo da Anatel o analisador de espectro da Agência reguladora conta com uma antena desenhada por engenheiros do organismo que permite o analise rápido dos dispositivos que utilizam rádio frequência

Agentes da Anatel estiveram em todos os estádios onde foram realizados jogos da Copa das Confederações para tentar organizar o espectro e evitar interferências de frequências. O balanço dos responsáveis foi positivo.

Nº 134 – Julho 2013

Por Fernando Moura

REPORTAGEM HBS no Brasil

AAgência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou uma força tarefa de fiscalização nas seis cidades-sedes onde foi disputada a Copa das Confederações 2013 – Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro – executando um trabalho intensivo de fiscalização, teste e etiquetagem de todos os dispositivos sem fio, tais como: transmissores de mão, microfones sem fio (de mão e de lapela), câmeras sem fio etc.
Segundo Thiago C. H. Botelho, gerente de fiscalização da Anatel entrevistado pela Revista da SET no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, horas antes da primeira semifinal da Copa das Confederações 2013 disputada entre o Brasil e Uruguai, foram fiscalizados 3.648 dispositivos durante os 15 dias da competição dos quais 3.523 foram permitidos e cumpriram os requisitos preestabelecidos pela entidade e 125 foram impedidos de ser utilizados por estar fora de regras.
Segundo explicou Botelho, o projeto da Anatel para a Copa do Mundo quer organizar o espectro e evitar problemas durante a competição, primeiro na Copa das Confederações – uma espécie de teste – e mais tarde, na Copa do Mundo que se realizará em junho de 2014 no país. Para isso, durante o período dos jogos, agentes da Anatel estiveram nos estádios realizando testes preliminares, com o objetivo de aferir se os dispositivos de telecomunicações estavam corretamente configurados, em conformidade com os parâmetros descritos na licença de uso temporário de radiofrequências emitida pela Agência.
Para a realização desta força tarefa que envolveu 190 fiscais nas seis cidades-sedes, e espera ter mais de 200 no próximo ano espalhados pelas 12 cidades-sedes, a Anatel adquiriu novos softwares “que deram mais agilidade a emissão das licenças temporárias de uso do espectro e com novos equipamentos para monitorar o espectro e permitir que as equipes de rádio e televisão que cheguem ao Brasil vindas de todo o mundo possam trabalhar tranquilas e em segurança”, disse Botelho.

Anatel esteve em todos os estádios onde foram realizados jogos da Copa das Confederações, na execução do trabalho de fiscalização realizou teste e etiquetagem, de 3.648, sendo 3.523 permitidos e 125 não permitidos

Estes parâmetros exigiam que todos os usuários que requisitaram o uso temporário de radiofrequências tivessem que apresentar seus equipamentos para teste e etiquetagem. O procedimento foi realizado em postos de controle instalados pela Anatel, na área de Tecnologia da Informação de cada estádio como o instalado no Estádio do Mineirão e onde a Revista da SET conversou com Botelho e com o superintendente de fiscalização da Anatel, Marcus Vinícius Paolucci.

Paolucci, que assumiu a superintendência de fiscalização da Anatel no 30 de abril passado – no marco de alterações na estrutura da Agência que visam a ampliação e eficiência da regulação e a fiscalização dos serviços de telecomunicações -, afirmou que pretende ampliar a regulação e a fiscalização dos serviços de telecomunicações mostrando-se satisfeito com a operação realizada na Copa das Confederações.
“A etiquetagem é uma garantia para quem está usando que não haverá interferência de sinal nos estádios. Assim, a Anatel garante que esse equipamento não interfere em ninguém nem será interferido”, explicou Paolucci.
A ideia da Agência Reguladora é continuar a fiscalização já que para utilizar radiofrequência “é preciso homologar o equipamento e pedir o uso temporário do espectro, por isso estamos realizando essa ação como experiência piloto que repetiremos na Copa do Mundo e faremos na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, no final de julho. A ideia é realizar esse tipo de ações em grandes eventos e com elas dar tranquilidade à mídia que está trabalhando no local”, disse o superintendente da Anatel.
A força tarefa da Anatel começou antes do início da competição em cada cidade-sede. Os agentes da agência reguladora estiveram a postos para a realização de testes cinco dias antes do primeiro jogo em cada estádio e dois dias antes dos demais jogos durante o decurso da competição. Para identificar a etiquetagem, cada estádio teve associada a si uma cor distinta para distinguir equipamentos emissores de radiofrequências e permitir seu acesso ao local. Os dispositivos aprovados foram marcados com uma etiqueta da cor específica do estádio, indicando que seu transporte e operação naquele local estavam autorizados.

O superintendente de fiscalização da Anatel, Marcus Vinicius Paolucci e o gerente de fiscalização da Agência, Thiago C. H. Botelho, avaliam positivamente a força tarefa de fiscalização realizada durante a Copa das Confederações 2013

A etiqueta “uso não permitido” foi aplicada a todo equipamento que falhou no teste de conformidade e que não pôde ter a irregularidade sanada durante o período de testes. Além dos agentes instalados para a realização dos testes, a Anatel espalhou pelos estádios outros agentes para controlar o trabalho das equipes de TV que participaram do evento. As equipes de segurança foram instruídas para direcionarem quaisquer pessoas operando um dispositivo de telecomunicações não etiquetado para a área de Tecnologia da Informação do estádio.
“O balanço da ação foi muito positivo para Anatel e para as equipes de TV porque garantiu a não interferência no espectro”, avaliou Paolucci. Questionado pela Revista da SET sobre a produção de eventos esportivos no país ou outros grandes eventos onde, por vezes, existem interferências de espectro, o superintendente da Agência disse que é preciso que as interferências sejam denunciadas para que, desta forma, a Anatel possa atuar e corrigir os problemas.
“A força tarefa que a Anatel criou para a Copa do Mundo vai adquirir conhecimentos e com as novas tecnologias adquiridas poderemos, se houver demanda das entidades que representam o setor, tentar realizar algum tipo de coordenação que evite os problemas de espectro no Brasil”, disse Botelho. “O feedback dos profissionais da imprensa tem sido muito positivo porque quando se realiza este tipo de ação melhora muito o trabalho. Respeitam-se os limites e se trabalha de acordo com a lei, por isso temos de tentar trabalhar em parceira para assim ter eventos esportivos nacionais sem problemas de interferência, que sabemos que existem”, afirmou.www.anatel.gov.br