TESTES E DIRETRIZES PARA SISTEMAS DE TRANSMISSÃO

RÁDIO DIGITAL
Por Ronald Barbosa

TESTES E DIRETRIZES PARA SISTEMAS DE TRANSMISSÃO

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – ABERT, com o objetivo de auxiliar as emissoras que realizam testes de rádio digital, autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, equipou um veículo para dar suporte às medições.
Os pontos abrangidos pelos testes compreendem:
• Os testes no local do transmissor AM e FM analógicos;
• Os testes no local do transmissor AM e FM digitais; e
• Os testes de campo em AM e FM.
Basicamente, os testes no local do transmissor em FM analógico servirão para uma avaliação da máscara de RF analógica. Essa máscara tem seus parâmetros estabelecidos no Regulamento Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora em Freqüência Modulada, aprovado pela Resolução nº. 67, de 12 de novembro de 1998.
O mesmo ocorre para os testes no local do transmissor em AM analógico. O monitoramento da máscara de RF baseia-se na plotagem feita com analisador de espectro e o seu comportamento no tempo.
Quando são acrescidas as portadoras digitais, tanto para AM, quanto para FM, será necessário o conhecimento de alguns parâmetros, a fim de avaliar, por exemplo, a relação da portadora de RF analógico/digital.
Essa relação depende do tipo de combinação espacial de antena (dual) ou do tipo de amplificação utilizada (comum, alto nível e médio nível).
Além disso, há que se ressaltar as diferentes situações de instalação de cada emissora, que num redimensionamento de sistema deve buscar uma avaliação do seu parque instalado, para que se tenha uma perspectiva de dados medidos, coerentes com os dados planejados.
Nos testes de campo em AM e FM há que se caracterizar os limites da cobertura digital nos pontos chamados de pontos de falha, estabelecidos em quatro pontos cardeais.
O ponto de falha representa o ponto no qual a recepção digital se perde por mais de 12 segundos.
O veículo para uso nos testes deverá ter capacidade para medir sinais analógicos e digitais, bem como avaliar as máscaras dos sinais analógicos e digitais transmitidos.
Rádio Digital
Caracterização de Testes de Campo.
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Veículo utilizado para medição.
A ABERT está concluindo a montagem e iniciando o processo de sondagem de medições, utilizando o parque instalado das emissoras em Brasília para testes.
O carro foi apresentado no 24º Congresso Brasileiro de Radiodifusão e criou-se a expectativa de sua utilização pelas emissoras de rádio em todo o país.
A configuração do veículo para uso nos testes é descrita pela iBiquity de forma clara para a obtenção de dados e preenchimentos dos formulários, como o  exemplificado no Formulário 1.
Os formulários foram submetidos à Consulta Pública nº. 771, como contribuição da iBiquity-ABERT para ajudar na obtenção e avaliação dos dados pelas emissoras.
Na publicação da Resolução relativa à Consulta Pública deverão ser acrescidas outras informações, oriundas das diversas contribuições que foram apresentadas.
Rádio Digital
Da Redação

BRASIL TERÁ PADRÃO HÍBRIDO

Rádio DigitalEm reunião realizada no dia 1° de agosto, pelo Conselho Consultivo de Rádio Digital, formado por representantes do governo, radiodifusores, indústria, usuários, movimentos sociais, universidades e anunciantes, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que o padrão de rádio digital a ser adotado pelo Brasil será constituído de um sistema híbrido. O modelo será composto do sistema americano IBOC (In Band on Chanel) da Ibiquity, para as rádios AM e FM e do sistema europeu DRM (Digital Radio Mondiale), para as rádios de ondas curtas (OC).
O Ministério das Comunicações encaminhará à Casa Civil, em setembro, um relatório final, com o texto do decreto que estabelece o padrão de rádio digital que será adotado no país. No entanto, as 16 emissoras de rádio AM e FM que operaram, em teste, a tecnologia americana IBOC, durante os últimos dois anos, deverão entregar os relatórios finais, com a análise do período de estudo, dentro de 30 dias.
Os testes para a tecnologia DRM, que serão realizados pela Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) e a Radiobrás, ainda não começaram. Para Takashi Tome, pesquisador do CPqD, entre as características tecnológicas que precisam ser observadas na prática estão a cobertura, qualidade do sinal recebido, recepção em todos os pontos e qualidade de áudio do sistema.
Segundo o presidente da ABERT, Daniel Slaviero, o importante agora é discutir o preço dos receptores. ”A questão do padrão já está muito madura para decisão. O que precisamos é discutir quanto custará o receptor e possíveis inovações tecnológicas que a academia e a indústria venham a fazer ou a sugerir para o padrão IBOC”, disse.
De acordo com o ministro das Comunicações, as fabricantes de eletrônicos Samsung e Sony, que também participaram da reunião, mostraram-se dispostas a fabricar rádios com recepção digital e analógica, que custarão no varejo de R$ 60 a R$ 70. O ministro descartou, por enquanto, a produção de conversores, como acontecerá na indústria de digitalização de receptores de TV, constatando que o preço ainda é muito alto.
Hélio Costa pretende incentivar a indústria a fabricar equipamentos com preços acessíveis, através da redução de alíquotas de impostos. “Os fabricantes contaram que no preço do set-top box da TV digital, 40% é a margem de lucro do fornecedor e 35% são impostos, especialmente PIS/Cofins e ICMS. Isso pode acabar acontecendo também na fabricação dos rádios digitais”, ressaltou.
Os primeiros equipamentos receptores devem estar disponíveis seis meses depois da decisão. As emissoras AM ganharão qualidade de FM e as FM passarão a ter qualidade de CreviD. De acordo com o professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Carlos Nazareth Motta Marins, as emissoras AM devem ser as primeiras a fazer a migração, porque terão benefícios mais imediatos. “As emissoras AM passarão a ser concorrentes diretas das FM”, diz.
Além da melhoria da qualidade do som, o novo sistema vai permitir a transmissão de dados. Nos displays dos rádios, as emissoras poderão exibir informações sobre música, temperatura, trânsito, esportes, publicidade e outras. Carlos Marins avalia que a popularização do rádio digital será mais rápida que a da TV, porque o rádio é um equipamento presente em outros dispositivos, como celular, ou automóveis. Nesse caso, seria um diferencial para essas indústrias oferecerem, o mais rápido possível, produtos equipados com a nova tecnologia.