Na bela Salvador, de 25 a 26 de setembro, 170 apaixonados por tecnologia de televisão participaram do SET Nordeste 2008. Com patrocínio da TV Bahia, 16 palestrantes abrilhantaram o evento, em sua terceira edição, que teve a presença dos seguintes diretores da SET: Antonio Paoli (Nordeste); Daniela Souza (eventos); Ronald Barbosa (rádio); Valderez Donzelli (editorial) e também de Silvino Almeida, Anderson Fernandes e Jaime Fernandes – dos comitês de eventos e diretoria Nordeste – e, ainda, do consultor Euzébio Tresse.
Na abertura, Paoli deu as boas vindas; Daniela representou Liliana Nakonechnyj, presidente da SET e, em seu nome, desejou bom Congresso para todos. Valderez discorreu sobre as novas diretrizes e desafios da sua diretoria, enquanto Tresse ressaltou que, embora tenhamos o melhor sistema de TV Digital do mundo, o que vai dar robustez a ele é o conhecimento total por parte de todos, desde o mais alto executivo até o mais simples operador.
O mercado apostou no evento. A Panasonic demonstrou a câmera P2 HD. A Sony também esteve presente com a sua linha completa do Sony Network Solutions. Outras empresas distribuíram seus catálogos no hall do hotel.
Tapeless
O Congresso iniciou com Erick Santos, da Sony, que apresentou o tema “Workflow para Jornalismo Tapeless”. Santos demonstrou o tema principal e falou também sobre desafios para reduzir investimentos mantendo a qualidade, ou aumentar esta sem contrapartida daquela.
“Vídeo sobre IP” foi o assunto de Sidney Brito, da Scopus. Ele ensinou como trabalhar com os conceitos de Broadcast, Multicast e Unicast. Para o Vídeo sobre IP citou todos os tipos de rede e deu a receita de bolo para encapsular.
Carlos Fructuoso, da Linear, palestrou sobre “Transmissão de TV Digital no Brasil e Multiplexação de sinais ISDB-TB”. Fructuoso informou que o Brasil é líder mundial no uso do MPEG-4 e que os EUA acabaram de aderir ao formato. Por fim, deu dicas de como operar o Multiplexer.
Já o assunto de Rodrigo Nascimento, da Rede Globo e do Fórum SBTVD-T foi “Normas e Produtos Disponíveis no Mercado”. Ele revelou que atualmente o Módulo Técnico do Fórum trabalha na Harmonização das Normas do ISDB-TB com o ISDB-T para que, juntos, eles se tornem um único padrão internacional.
Medições
Por sua vez, Silvino Almeida, da Tektronix/Farnell Network, trouxe o tema “Medidas no Mundo Digital”. Almeida expôs um diagrama de olho com Jitter em que o alinhamento pode ser corrigido (com reclocking), mas não o timing. Ele instruiu a usar o sinal Arrowhead para avaliar como o sinal analógico vai ficar em digital.
“Desafios na Implantação da TV Digital no Brasil” foi o tema de Divaldo Lopes, da STB. Lopes fez um resumo do diagrama de blocos da TV Digital incluindo o canal de retorno para interatividade e explanou o funcionamento do Multiplexer.
João Paulo Quérette, da iMagenharia, falou sobre o “It’s a Final Cut World 2008: Apresentação do filme Cut Server”. O Final Cut é um gerenciador de mídias e workflow. Não é ilha e pode ser integrado com qualquer mídia, inclusive web. O palestrante demonstrou o recurso, pelo qual se pode produzir em Salvador, editar em Pequim e ver no iPhone.
O representante da Screen Service do Brasil, Fabrizio Pires Reis, encerrou o primeiro dia levando adiante o painel “Transmissão Digital de Sinais – Parâmetros de Performance e Suas Conseqüências”. Reis evidenciou, entre outras coisas, que, para uma dada C/N, precisa-se controlar ruído, distorções e potência.
Segundo dia
Willian Sakata, da Agilent, abriu as apresentações com o tema “Medidas Digitais nos Transmissores ISDB-TB segundo as normas da ANATEL”. Sakata revelou o set-up usado nas medidas e passou alguns conceitos. Um deles foi que as medidas mudam porque a potência está espalhada por todo o canal.
A seguir, Ronald Barbosa, da SET e Abert, abordou “Rádio Digital – padrões existentes e testes realizados”. Em sua peroração, Barbosa desnudou o panorama atual, em que a grande maioria das rádios brasileiras já digitalizou os estúdios. “Falta só a transmissão”, disse.
Na sua vez, David Duarte, gerente de vendas da Harris do Brasil, apresentou “Redes Integradas e Sistemas Implementados”. Como integrar telefone, rede corporativa e vídeo? “A idéia é juntar tudo na cabeça de rede e distribuir para todas as afiliadas”, afirmou.
Anderson Fernandes, da Rede Bahia, foi o responsável pelo painel “Sistemas Irradiantes da Rede Bahia”. O trabalho iniciou em Julho de 2008, na Anatel, quando se definiu o plano da canalização para Salvador; Fernandes narrou esse plano e suas implicações.
Conteúdos
Diretora da AD Digital e da SET, Daniela Souza esteve à frente do painel “Como armazenar e gerenciar conteúdos compartilhados em um ambiente totalmente tapeless”. Daniela mencionou o case da MTV, onde o sistema é integrado, inclusive com inserção de metadados e automação de off line/near line/on line.
O painel “Medidas de campo em Redes de Freqüência Única (SFN)” teve a condução de Bruno Amo, da Anritsu. Amo afirmou que o SFN é ideal para serviço móvel: tudo na mesma freqüência, no mesmo tempo e com o mesmo conteúdo. As vantagens são claras, pois se economiza local, ganho de recepção e não se precisa usar outro canal.
Outro palestrante com painel interessante foi Reyne Terada, da Line-Up. O tema era “Instalação e Integração de Sistemas HD em 3G”. Terada passou vários highlights. Um deles é que o grande desafio é fazer uma infra-estrutura para operar 24 horas/dia, sete dias/semana e com vida mínima de 15 a 20 anos.
O fecho das palestras foi dado por André Altieri, da Cisco. Seu tema: “Como Conviver Com Conteúdo em MPEGs 4 e 2, HD e SD, na Rede e de forma amigável através de Transcoding”. Altieri exibiu um vídeo mostrando as soluções com formatos limitados pelo aparelho. Um segundo vídeo demonstrou que se pode assistir qualquer conteúdo em vários dispositivos e que este pode ser personalizado. “O vídeo já foi incorporado pelo IP. Se a rede não é compatível, terá de ser adequada”, finalizou.
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