SET e trinta 2008

ESPECIAL
NAB 2008
SET e trinta 2008
TRADICIONALMENTE REALIZADO DURANTE A NAB, EM LAS VEGAS, O SET E TRINTA REPRESENTA O PRINCIPAL EVENTO PARA NETWORKING BRASILEIRO NOS ESTADOS UNIDOS
Da Redação

Roberto Franco falou sobre o potencial de crescimento dos produtos nacionais de transmissão e recepção.

Inserido desde 1991 no contexto da NAB, o SET e Trinta, realizado entre os dias 14 e 16 de abril, em Las Vegas, contou com a participação de 400 profissionais interessados em acompanhar de perto a divulgação de novos produtos e tecnologias, apresentados por 12 empresas que atendem ao mercado de broadcasting.
Fernando Pelégio, diretor de eventos da SET, abriu o SET e Trinta e em seguida convidou o presidente da SET, Roberto Franco, para falar sobre a presença brasileira na NAB.
O presidente da SET disse estar impressionado com o aumento da participação brasileira e feliz por haver um “descolamento da economia do Brasil da crise mundial”, gerando “reflexos bem menores no país” e  permitindo o interesse e a disposição dos brasileiros em acompanhar conteúdos relevantes para o dia-a-dia da radiodifusão em Las Vegas. Roberto Franco falou ainda sobre a TV digital do Brasil, que já está no ar em São Paulo com sinais de “altíssima potência” e equipamentos nacionais sendo usados na transmissão e recepção, com alto potencial de crescimento.

Ministro Hélio Costa citou alguns dos problemas que dificultaram a implantação da TV digital.

Após seu discurso, Roberto Franco passou a palavra para o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a quem chamou de “sócio honorário da SET”. O ministro parabenizou a SET pelos 20 anos e lembrou que no ano passado várias empresas brasileiras estavam na NAB, porém, espalhadas pelo pavilhão de exposições, mas que esse ano as empresas brasileiras conquistaram o Pavilhão Brasileiro, onde todas estavam reunidas. O ministro aproveitou para convidar a todos os presentes, para prestigiarem a abertura dos trabalhos de mais esse fruto nacional e para afirmar que a TV digital “só não decolou na cabeça de alguns, que lamentavelmente ainda estão sonhando com sistemas que ainda não foram aprovados, porque não atendem, rigorosamente, à proposta da TV brasileira, que foi discutida durante dois anos, pelos mais importantes engenheiros, cientistas, técnicos e especialistas do setor”.

O SET e Trinta contou com a presença de 400 profissionais entre os dias 14 e 16 de abril.

De acordo com Hélio Costa, ao contrário de outros países, onde ainda existem vários problemas, no Brasil os problemas foram criados, não pelo sistema brasileiro de televisão, mas, possivelmente, porque algumas medidas, que poderiam ter facilitado a implantação da TV digital, deixaram de ser tomadas, como por exemplo, permitir que o conversor fosse lançado no Brasil ao preço de R$1.080, sem incorporar o Ginga e sem antena. “Não existe TV que funcione sem antena, a menos que estejamos falando de TV a cabo. No caso de transmissão terrestre de TV digital, precisamos de antenas e isso não foi explicado. Isso prejudicou o lançamento da TV digital”, esclareceu.
O ministro Hélio Costa afirmou que, para os próximos lançamentos, serão oferecidos cursos gratuitos para antenistas, assentadores, instaladores de antenas, para que eles aprendam a instalar a TV digital e possam explicar para o comprador o funcionamento da televisão. “Estes são os pequenos erros que estão sendo sanados”, concluiu.

Novas tecnologias para transmissão digital no Brasil
O evento SET e Trinta da NAB está hoje entre os principais eventos do setor de broadcast e, por conta disso, a RFS tem estado presente nas últimas edições, reforçando seu posicionamento neste mercado. Durante a feira de Las Vegas, a RFS realizou centenas de contatos com clientes e prospects de todo o mundo.
Na ocasião, a empresa pôde mostrar cases da implantação da TV digital no Brasil, além de novas soluções de cabos e acessórios, a partir dos desafios encontrados para a instalação do sistema em São Paulo, painéis UHF em polarização circular para melhoria das transmissões móveis e indoor, além da demonstração de filtros de máscara e combinadores com qualidades otimizadas e painel de patch de tecnologia “rapid-release”, com utilização de alta potência em U-links de 6-1/8.
Para a RFS, eventos desta natureza, que promovem a troca de conhecimentos e a interação de diversos setores de broadcast, são de fundamental importância, porque servem de vitrine para a exposição de casos e lançamentos de produtos. No caso específico do SET e Trinta, a qualidade da organização, aliada ao potencial do segmento, torna necessária a participação das empresas do setor e a RFS, consciente disso, não deixa de participar. (Pilar Lopes / RFS – Radio Frequency Systems).

Criação e distribuição de conteúdo para TV
A Tandberg TV sempre se caracterizou como provedora de soluções tecnológicas avançadas e eficazes para todos os desafios da evolução da TV digital no mundo. MPEG2, MPEG4, HDTV, DVB-S2 e IPTV são exemplos de pioneirismo da Tandberg TV.

Confirmando a tradição, na implantação da TV digital terrestre brasileira, a Tandberg TV se mobilizou para atender ao exíguo prazo de implantação da cidade de São Paulo. Desenvolveu codificadores HDTV/H264 dentro das especificações básicas para o Sistema Brasileiro de TV Digital, que ainda estavam sendo escritas e que a PHASE obtinha extra-oficialmente.
O resultado é que a Tandberg TV tem a maior base instalada de codificadores HDTV nas transmissões de TV digital terrestre da cidade de São Paulo, com absoluto êxito técnico. O mesmo continua acontecendo em outras capitais.
As novas tecnologias constantemente geram interessantes oportunidades de negócios e serviços, tanto na produção como na distribuição de conteúdo de TV. Por isso a Tandberg TV e a Phase, em parceria, estão sempre atentas às tendências para fornecer ao mercado brasileiro produtos inovadores e no devido tempo para a captura destas oportunidades. (Carlos Capellão – Tandberg/ Phase)Distribuição de sinais em TV digital ISDB-Tb
O forte trabalho da SET leva a cada vez mais elevada qualidade das apresentações do SET e Trinta. Como resultado temos, a cada ano, um número maior de malucos de alto nível capazes de passar o dia inteiro caminhando pelos infindáveis corredores da NAB, participando das atividades noturnas e ainda capazes de levantar às 06:30h para assistir às palestras.
Este ano a Linear, mais uma vez, foi co-patrocinadora das atividades e fez palestra. O tema apresentado: Distribuição de sinais em TV digital ISDB-Tb é de enorme importância no momento em que a TV digital já está em operação em algumas das maiores cidades brasileiras e começa a caminhar para o interior.
Nas grandes cidades sempre haverá a necessidade de gap-fillers, para cobrir áreas problemáticas, por falta de sinal ou por sinal de baixa qualidade. No interior, a tecnologia de Rede de Frequência Única possibilita a cobertura de várias cidades utilizando-se um mesmo canal.
Tudo isto vai levar a uma cobertura completa, com grande facilidade de trabalho e a grande economia de espectro.
Além do transmissor completo e do MUX, a Linear domina também as tecnologias da Rede de Frequência Única. (Carlos Fructuoso / Linear)

Matrizes de grande porte para infra-estrutura
A NVision lançou uma nova plataforma de matrizes de grande porte 3 Gb/s que oferece confiabilidade, flexibilidade, com opções de tamanho e de configuração.
A NVision que lançou a tecnologia  de redundância de crosspoint N-on-1, aproveitou a mesma para a nova plataforma, NV8576, que oferece roteamento de sinais até 3Gb/seg e integridade de sinais sobre cabos coaxiais ou fibras óticas. A tecnologia de expansão linear foi incorporada, permitindo configurar uma matriz de 1152×1152 em dois racks de 32 RU e eliminando a necessidade de DA’s externos. A nova plataforma ficará disponível em tamanhos de 144×144 até 1152×1152.
As matrizes estão disponíveis nas versões “expansível” (a partir de 288×288) ou “não-expansível” (576×1152). Na versão “expansível” as saídas para expansão podem opcionalmente ser utilizadas para ligar aos MultiViewers Kaleido–X da Miranda, formando uma solução totalmente integrada sem ponto único de falha. (Henry Spong – Nvision/Libor)

Visão sobre Sistemas de Multiviewers
A Evertz apresentou sua visão dos Sistemas de Multiviewers, que têm atualmente requisitos desafiadores, tais como:
• Limitada disponibilidade de espaço em rack, especialmente nas UMs;
• Altas quantidades de entradas de sinais e de displays;
• Múltiplos formatos de sinais de entrada (SD/HD-SDI, NTSC, PAL-M, ASI, DVI, Áudio Embedded, Áudio Analógico, AES, etc), incluindo 3Gb/s;
• Integração de Roteamento e Monitoração;
• Alta qualidade de imagem na Monitoração.
A família de Multiviewers Evertz se molda a todo tipo, requisito e dimensão de projeto. Há suporte aos variados formatos de sinais, inclusive 3Gb/s, além de flexibilidade e facilidade de configuração. Intuitivo e amigável, o aplicativo Maestro permite a configuração de toda a família que é composta de:
• MVP – Referência da indústria pela capacidade ilimitada de expansão; total versatilidade de formatos e absoluta flexibilidade de exibir qualquer das entradas em quantos displays se queira;
• VIP & VIP-Advanced – Módulos econômicos e versáteis com opções de 4, 8, 12
Evento SET e Trinta reúne profissionais
renomados do setor.
e 16 entradas e suporte para um ou dois displays;
• VIP-X – Com as Matrizes Evertz Xenon e EQX, estes módulos formam um sistema integrado de Roteamento de Sinais e Multiviewer, mantendo disponíveis todas as portas das Matrizes.
Além da visualização de sinais, os Multiviewers Evertz monitoram a presença e a integridade das entradas, com um sistema de alarmes visuais, sonoros e com log de falhas através do aplicativo VistaLink. (Carlos E. O. Capellão – Evertz / Phase)

O desafio da integração do Sistema de Jornalismo
Um Sistema de Jornalismo é constituído por diversos componentes que devem funcionar de maneira integrada, formando assim um único sistema de alta interoperabilidade.
Alguns pontos importantíssimos devem ser observados no projeto/implementação do Sistema de Jornalismo:
• O controle do sistema, além dos scripts e pautas, deve se comunicar com os servidores de vídeo, ilhas de edição, geradores de caracteres etc;
• Os jornalistas devem encontrar facilmente os materiais, acessá-los e, até mesmo, editá-los em baixa resolução nos computadores da própria redação, além de conseguir monitorar dispositivos de Ingest e Archive.
Hoje em dia não é mais possível adotar um “formato único”. Os sistemas modernos devem ser capazes de lidar com os diversos formatos disponíveis no mercado, desde as antigas fitas, passando pelos vários Codecs e resoluções, HD, SD e até mesmo vídeos gravados por telefones celulares. O fato é que os softwares de edição devem ser capazes de editar e compartilhar esses formatos criando um único Centro de Mídia.
A infra-estrutura técnica (roteadores, distribuidores, conversores, equipamentos de teste e medição) também deve possuir a capacidade de trafegar múltiplos formatos, desde o vídeo analógico, com áudio estéreo, ao digital entre 0,27 a 3Gb/s, com o áudio 5.1.
São vários os desafios, porém, sendo corretamente implantado, o Sistema de Jornalismo Digital só trará vantagens. Ao trabalhar em digital, a emissora terá um aumento de produtividade, simplificando o seu fluxo de trabalho e aumentando a quantidade e qualidade do conteúdo. Os custos de manutenção serão reduzidos e as falhas técnicas-operacionais diminuirão. Um ponto importantíssimo é que novos mercados, como Internet, IPTV e TV para celular, serão abertos e novas fontes de receita serão criadas. (Felipe Luna / Harris)

Os desafios do HDTV
Um dos principais destaques da Thomson nesta NAB foi o sistema de edição não-linear Aurora. Este sistema tem sido o mais utilizado em todo o mundo e somente no Brasil conta com mais de 20 sites instalados e em plena utilização. Com diversas ferramentas de edição, produção e exibição, o sistema – que foi concebido originalmente para jornalismo – atende hoje a várias outras aplicações como, por exemplo, esportes e pós-produção, podendo começar pequeno e crescer de acordo com a necessidade de cada um.
Na área de ingest, storage e playout, são utilizados os servidores K2, sucessores do conhecido Profile. Na parte de edição para jornalismo, a Thomson conta com as ilhas Aurora Edit, para alta resolução, e estações Aurora Browse, para baixa resolução.
Nesta NAB a Thomson mostrou também uma nova ferramenta da plataforma, o Media Frame, que é uma ferramenta de Media Asset Management (MAM) de busca e catalogação de matérias dentro do sistema da Thomson, tornando muito mais fácil e rápida a busca por vídeos e matérias. Outra inovação foi a apresentação do software de Browse. A nova solução tornou a edição em baixa resolução muito mais completa e poderosa, adicionando novos recursos como Slow motion, Voice Over, Blur, Mosaico, Transições, Luma Key, Color correction, entre outros efeitos nas estações de baixa resolução. O Aurora Browse pode trabalhar com arquivos SD e HD (1080i 50/60 e 720p 50/60) e pode ser utilizado na busca e visualização de matérias e clips em baixa resolução que estão dentro do sistema de archive e no Storage Centralizado.
Na plataforma do Aurora, foi lançada a solução chamada de Aurora Craft. Esta solução integra o software de pós-produção Edius, permitindo mixar diferentes formatos no time line, trabalhando com efeitos em real time (sem render) e suportando vídeos SD e HD. O Aurora Craft também oferece integração com sistemas MOS para softwares de jornalismo como ENPS e iNews, qualidade de serviço, proteção de largura de banda, integração com o playout, novas ferramentas de áudio e a opção de editar diretamente no Storage centralizado dos servidores K2. O sistema também suporta uma variedade de codecs como Canopus Lossless, SD uncompressed, Canopus HQ, DVCPRO HD, DVCPRO 50, DV 25, Infinity JPEG 2000, MPEG-2 / MPEG-1, tornando uma solução bastante aberta e compatível com as tecnologias do mercado. (Bénédicte Fauveau – Thomson)

Processamento de áudio na transição para HDTV
Na implementação do HDTV, o processamento de áudio será um dos maiores desafios, pois existem três problemáticas: o uso simultâneo do áudio em 5.1 e estéreo, a medição e gerenciamento dos níveis de áudio, e o gerenciamento do MetaData.
Para facilitar esse processo, a Miranda traz uma solução de fácil gerenciamento do áudio e com o melhor custo efetivo, utilizando a combinação das placas mais avançadas da linha Densité.
A placa principal XVP-1801 é capaz de fazer as conversões Up/Down/Cross/ARC e ainda pode ser agregada a uma placa complementar para áudio. A DAP 1781 é um processador de áudio que utiliza submódulos de UpMix, capaz de converter um sinal 5.1 a partir de sinais estéreo, mantendo a compatibilidade com o DownMix em casos onde não há receptores disponíveis. Além disso, a DAP tem capacidade de codificar/decoficar o Dolby-E e o Dolby AC-3, medir o Loudness e gerar um Metadata quando o nível ficar fora das especificações estabelecidas. Vale ressaltar ainda a perfeita sincronização do vídeo e áudio entre as duas placas. (Henry Spong – Miranda / Libor)

Paradigmas entre os Codecs
Tecnologias de compressão para operações em alta definição e baseado em tecnologia de redes TI – atualmente as operações de jornalismo vivenciam um momento de transição e novos paradigmas, como a escolha do codec apropriado que permite operações eficientes em alta definição e em ambientes com convergência de TI, onde alguns dos fatores são: o balanceamento de consumo de banda de rede, capacidade necessária para armazenamento e agilidade nos processos de codificação e decodificação.
Diante desse cenário, a escolha do codec apropriado também precisa considerar fatores de qualidade e eficiência, como por exemplo, oferecer uma melhor qualidade com o mesmo bit rate, ou então oferecer a mesma qualidade com um bit rate inferior. No entanto o grande desafio é que a escolha do codec não pode e não deve ser determinada meramente pela cadência de dados, uma vez que vários fatores influenciam em seu uso e adoção.
De fato os codecs atuais para alta definição como MPEG Long GoP, AVC HD, AVC Intra, AVC Long GoP, possuem muitas semelhanças na estrutura básica do codec, no entanto, o AVC, tanto o Intra-Frame quanto o Long GoP, não fazem uso de todos os recursos ou ainda não foram completamente otimizados, bem como incorporam ainda técnicas que demandam grande poder de processamento, como por exemplo na Entropia de Codificação, que implica em maior tempo de render ou processamento do conteúdo, menor capacidade de processamento de múltiplos streams simultâneos, o que gera um impacto negativo nos processos de edição, expansibilidade e aplicações em sistemas de broadcast, bem como nos fluxos de trabalhos envolvidos na operação.
Além disso, a comparação em termos de eficiência e qualidade deve ser feita em termos de MPEG Long GoP e AVC Long GoP, uma vez que o AVC Long GoP possui uma eficiência ligeiramente maior em termos de qualidade, ao passo que apresenta um impacto significativo em termos de agilidade operacional atualmente, indicando que esta tecnologia poderá ser uma alternativa de alta eficiência no futuro para aplicações de alta definição e consolidando o MPEG Long GoP como a melhor opção diante do cenário completo atual. (Luis Fabichak / Sony Brasil)

Carta enviada por Carlos Alberto Henriques – Portugal
Ex-diretor do Centro de Formação da RTP e atual “training” nas áreas de TV e Cinema Digital
Pela primeira vez, a convite do meu grande amigo Eduardo Bicudo, participei do SET e Trinta e digo que acho o evento dos mais relevantes que assisti, desde sempre, em Las Vegas. Um elevado grupo de profissionais da rádio e da televisão, cerca de 1.400 (segundo informações locais), é obra, tendo em atenção toda a logística que tal situação acarreta, pois os aviões, os hotéis, a reserva da sala (felizmente gratuita face à importância da SET para a organização do NAB), o pequeno almoço, o acesso à exposição e, como não podia deixar de ser, o sorteio no final a relembrar os hábitos Lusitanos por terras de Santa Maria.
A presença nos painéis de elementos relevantes nos vários domínios dão ao acontecimento aquele toque profissional que a SET, nos seus vinte anos de existência, já nos habituou, para além do discurso de encerramento do seu presidente, senhor Roberto Franco, ser reconfortante para todos aqueles que se empenharam em dar do seu melhor para que a hora certa tudo estivesse no sítio.
Tudo bem, dizem alguns associados, faz parte das obrigações de quem assumiu a direcção, pelo que não fazem mais do que deviam.
Errado!
Convencer um senador da República e ministro de Estado das Comunicações, senhor Hélio Costa, a deixar o seu confortável gabinete e deslocar-se a Las Vegas, onde o esperavam alguns adversários da decisão tomada sobre a televisão digital terrestre e fazer discurso demolidor para quem está contra, relevando o facto de ter sido a engenharia brasileira, da melhor, ou seja, a nata, a estudar com total liberdade os três sistemas, não é fácil.
Na minha anterior actividade e na que estou actualmente envolvido sei, por experiência própria, a capitalização da SET nesta área, pois não se afirma de ânimo leve que:
“A SET foi, nestes últimos vinte anos, uma peça fundamental para o Brasil alcançar uma posição de vanguarda na engenharia de televisão e no desenvolvimento tecnológico. A TV digital, livre e gratuita, é apenas uma de suas grandes conquistas. Parabéns pelo trabalho sério e competente”
Assino por baixo!

Nenhuma organização ou país o fez com tanto empenhamento como a Delegação Brasileira, razão mais do que suficiente para as palavras de agradecimento do senhor Ministro, assim como da minha parte um profundo obrigado às facilidades concedidas e à amizade demonstrada.

Ah, já me estava a esquecer!
Parabéns SET por esta vintena de anos de existência.

Carlos Alberto Henriques

Patrocinadores do SET e Trinta:
Ouro – Evertz/Phase, Harris, Linear, Miranda/Libor, NVision/Libor, RFS, Sony, Tandberg/Phase, Thomson
Prata – Ideal Antenas, Intelsat, Megatrax, Newtec, Panasonic, Pro-bel/Videocompany, Screen do Brasil, Telesat, Videodata/Tektronix
Bronze – Oreon, Sennheiser
NAB SHOW E O DESAFIO DA DIGITALIZAÇÃO
EVENTO ENFOCA SUA ATUAÇÃO NA DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE TRANSIÇÃO PARA TV DIGITAL E IMAGENS DE ALTA DEFINIÇÃO.
Da redação
Dentro de alguns meses, a TV analógica sairá do ar nos Estados Unidos, no entanto, aproximadamente 48% dos domicílios norte-americanos ainda não dispõem dos dispositivos necessários para a recepção do sinal digital – televisor e sintonizador – visto que grande parte da população, entre famílias de baixa e média classe, não vêem razão para investir em televisores de grandes dimensões e dispositivos de recepção, para assistir a poucos programas de boa qualidade com imagens de alta definição.
Esse cenário direcionou os trabalhos apresentados na NAB Show 2008, entre os dias 11 e 17 de abril, em Las Vegas, que teve como tema Where Content Comes to Life e motivou a participação maciça da indústria de televisores, com o objetivo de incentivar essa expressiva parcela da população norte-americana a investir num televisor digital, ou pelo menos num sintonizador, a fim de assegurar a recepção dos programas nos EUA, a partir de fevereiro de 2009.
De acordo com o presidente da NAB (National Association of Broadcasters), David Rehr, nos próximos 10 meses deve haver informação mais acessível sobre o que significa a TV digital e a alta definição. “Mais do que simplesmente informar, temos que convencer o cidadão a investir na nova tecnologia, porque o futuro é das tecnologias digitais”, afirmou.
David Rehr demonstra confiança ao falar dos desafios do broadcast.

Rehr também demonstrou confiança e otimismo ao falar dos desafios e riscos que as emissoras de rádio de todo o mundo enfrentam hoje, devido às mudanças tecnológicas e dos modelos de negócios e afirmou que, embora esteja à frente da NAB – o que poderia levar as pessoas a pensar que ele não goste dos presunçosos serviços do Youtube – o Youtube o intriga, por ser engraçado, original e gratuito. Porém, lamentou o fato de os broadcasters estarem desorientados e não saberem como dar as respostas certas ao Youtube, à Internet, ao celular e aos iPods, visto que o modelo de radiodifusão não funciona mais como no passado. “Não busquem o caminho do cinismo. Temos que ver não apenas as portas que se fecham, mas, principalmente, as que se abrem. Aliás, a grande porta que se abre é a porta digital. Muito além da tecnologia, a melhor resposta está no conteúdo de qualidade. Se nós não acreditarmos em nós mesmos, como nós proveremos o futuro? Como nós proveremos nosso negócio e nosso valioso conteúdo?”, questionou.

NAB e seu alcance global
Este ano a NAB Show verdadeiramente cumpriu seu papel de maior evento de mídia eletrônica do mundo, haja vista os milhares de visitantes de centenas de países que estiveram na feira. De acordo com a NAB, 80 grupos internacionais, organizados por líderes de 50 delegações internacionais prestigiaram o evento em Las Vegas, sendo que as delegações da Jordânia, Sri Lanka, Quênia, Nigéria, Angola, Gana, Rússia, Colômbia e Uruguai participaram pela primeira vez.
Por outro lado, o contingente americano sofreu uma nítida queda, talvez movida pela crise que o país tem enfrentado nos últimos meses. Era visível a diferença quando comparado com os anos anteriores, em que a movimentação era grande e os corredores permaneciam apinhados de gente. Cenário de escassez semelhante só fora visto em 2002, por conta da proximidade com os atentados do dia 11 de setembro, nos EUA.
Conforme números divulgados pela NAB, a feira registrou 105.259 mil participantes inscritos, sendo que destes, 28.310 eram participantes internacionais e 1.296 mil eram profissionais da imprensa. No ano passado, no entanto, o número total de inscritos foi de 111.028 mil e, destes, 27 mil eram estrangeiros, o que demonstra o aumento de freqüentadores internacionais e a queda no contingente americano.
O número de empresas estrangeiras também aumentou, ou seja, das mais de 1.600 empresas em exposição na NAB 2008, 550 eram estrangeiras, um número superior as 470 empresas do ano de 2007. Algumas dessas empresas estiveram em pavilhões internacionais, como por exemplo, o Pavilhão Brasileiro, com 14 empresas, o Pavilhão da Bavária, da Bélgica, da China, da França, da Itália e do Reino Unido.
Aliás, o Pavilhão Brasileiro, promovido pela Apex-Brasil, a PSI Eletro-eletrônicos Brasil e o Sebrae, com o apoio do Sindvel e SET, recebeu a visita de 2.000 profissionais e pôde demonstrar seu sistema de TV digital e os equipamentos desenvolvidos pela indústria nacional. O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital fez demonstrações do serviço de transmissão digital para aparelhos fixos e móveis, através de um televisor HD, caixa conversora de sinais (set-top box), receptor USB para computadores – demonstrado num laptop – e um protótipo de celular com capacidade de recepção do sinal digital de TV, instalados no pavilhão nacional.
Não há dúvidas que a presença brasileira foi marcante nesta NAB Show, afinal, a delegação brasileira alcançou a marca de 1.400 representantes, uma das maiores delegações presentes na feira. E não foram só broadcasters e profissionais da área que contribuíram para esse número, mas também autoridades e políticos brasileiros, que tiveram a possibilidade de obter informações sobre as novas tecnologias e suas oportunidades na geração de conteúdos com maior qualidade. Entre os políticos presentes estiveram os deputados Paulo Roberto (PTB/RS), Júlio Semeghini (PSDB/SP), Paulo Bornhausen (DEM/SC), Cláudio Vignatti (PT/SC) e o senador Wellington Salgado (PMDB/MG), além do já citado ministro das Comunicações, Hélio Costa, e sua equipe de assessores.

IPTV
Os defensores do IPTV dizem que a tecnologia promete não só um competitivo canal de informação, mas a maior mudança estrutural nos modelos econômicos para prover conteúdo aos consumidores. De acordo com John Abel, sócio da Team Lightbulb e co-patrocinador da Telecom 2008 Conference na NAB Show, a área de maior impacto é a de publicidade, que permite muito mais interação e personalização, dando aos consumidores a possibilidade de clicar no anúncio e reagir de forma instantânea.
O assunto IPTV está tão em moda, que foi criado um novo pavilhão na NAB, para servir a indústria do segmento: o IPTV Pavilion. Localizado no Hall Central do Las Vegas Convention Center, o pavilhão contou com 20 estandes e reuniu expositores com foco na distribuição e entrega de serviços de IPTV, com o objetivo de unir conteúdo e tecnologia nova e prover soluções inovadoras para empresas de telecom.
Segundo Michelle Kelly, vice-presidente de marketing da NAB, o termo IPTV foi o mais buscado no site da NAB no ano passado, portanto, sentiu-se a necessidade de uma área dedicada aos expositores de IPTV, no hall de exposições da feira.
No entanto, não foi só no IPTV Pavilion que a tecnologia foi discutida. Ela também foi assunto em diversos painéis, como o ministrado por Enrique Rodriguez, vice-presidente da divisão de TV da Microsoft, cujo tema foi: IPTV Right Now – Where We Are and What We Have Learned.
Rodriguez aponta a tecnologia como a próxima geração da televisão, por ser capaz de criar cenários a qualquer hora e em qualquer lugar, além de estar disponível para

Pavilhão do IPTV reuniu expositores com foco na distribuição e entrega de serviços via Internet.

entretenimento pessoal ou educação. “A combinação de Internet banda larga, com um software poderoso capaz de tornar disponíveis programas de origem IP para quem quiser, está mudando a maneira como pensamos sobre vídeocomunicação. Até agora, a TV tem sido um dispositivo isolado, com limitado acesso para fontes fora do mundo da radiodifusão”, disse.

Mobilidade
O tema mobilidade também foi bastante debatido nesta NAB, principalmente por conta do crescimento de suas possibilidades de utilização. Numa das apresentações realizadas no centro de convenções de Las Vegas, cujo tema foi Cool Gadgets, Hot Content, Brian Cooley, editor da CNET, disse que a tecnologia, que está guiando provedores e consumidores de conteúdo, pode ser dividida em quatro grupos: filmes on-line, tecnologia de mão, tecnologia de carro e rádio digital.
Essas quatro possibilidades puderam ser compreendidas de forma prática durante a feira, visto que várias empresas fizeram demonstrações de suas inovações em mobilidade para os visitantes. A Qualcomm Incorporated, por exemplo, demonstrou uma transmissão baseada na tecnologia MediaFLO por via aérea para um sistema de entretenimento em veículo. A demonstração ocorreu num veículo utilitário esportivo, equipado com duas telas de televisão com resolução VGA montadas na parte posterior dos apoios de cabeça dos bancos dianteiros, onde o receptor MediaFLO, integrado ao console central traseiro, recebia transmissões de televisão de streaming ao vivo em resolução QVGA. Através do controlador do console central era possível exibir o guia eletrônico de canais, mudar de canais e acessar os recursos opcionais do sistema MediaFLO. Mas, de acordo com Brian Cooley, a tecnologia direcionada para veículos, incluirá, além de vídeo, conexão com a Internet.

Brian Cooley, editor da CNET TV, destacou a importância das tecnologias para mobilidade.

Outro ponto discutido por Cooley foi a entrega digital de vídeo on-line. Segundo ele, esta possibilidade faz mais do que tornar visitas a lojas de vídeos ou a caixas de correio obsoletas e sites que oferecem o serviço desenvolvem um modelo promocional que rivaliza com o antigo modelo fornecido pela televisão. “Esta é uma tendência enorme chamada de social bookmarking e é nisso que provedores de conteúdo e produtores precisam estar muito atentos”, afirmou.
Cooley disse, ainda, que plataformas móveis, como os celulares, não estão só enviando mensagens de texto e realizando chamadas de voz, mas também combinando tocadores de músicas MP3, além de vídeo e conexão com a Internet e que isto está contribuindo de forma substancial para o aumento das vendas de telefones celulares em todo o mundo.
Sobre rádio digital, Cooley mencionou o iTunes tagging como um exemplo do futuro da digitalização do rádio, onde o ouvinte poderá ser avisado quando uma determinada música, classificada por ele com uma tag, estiver disponível para download, possibilitando negociação direta do ouvinte com a estação, através do rádio.

Da esquerda para direita, o senador Wellington Salgado, o presidente da Abert, Daniel Slaviero, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente da Aesp, Edilberto de Paula Ribeiro e o deputado Júlio Semeghini.

AESP promove encontro na NAB
A Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo (AESP) promoveu, na manhã do dia 15 de abril, durante a NAB, um encontro que reuniu 353 pessoas, entre empresários, especialistas do setor de radiodifusão e políticos, tais como o senador Wellington Salgado e os deputados federais Vanderlei Macris e Júlio Semeghini. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, marcou presença no evento, bem como os presidentes da ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), AESP e SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão).
Na ocasião, o presidente da ABERT, Daniel Slaviero, fez questão de enfatizar o papel do rádio como instrumento de vital importância na difusão de informações para a sociedade e disse que a realidade vivida nos Estados Unidos servirá de exemplo para o radiodifusor brasileiro, no momento da digitalização do rádio.

TVs: um show à parte
Muitas pessoas foram até a NAB Show 2008, a fim de encontrar um substituto para os monitores CRT. Outras procuravam tirar proveito de novas tecnologias, migrando para painéis de LCD, que estão melhorando a qualidade de exibição, especialmente no que diz respeito ao brilho acentuado e ao preto mais profundo, para uso em produção.
Pode-se dizer que estas pessoas saíram da feira satisfeitas, ou mais que isso, surpresas com o que viram.
Além das imagens de alta definição e da confirmação da tendência de que as telas estão cada vez maiores e as imagens cada vez melhores, a feira mostrou a Ultra High Definition Television (U-HDTV), da TV estatal japonesa NHK, que produz imagens de 32 milhões de pixels e alcança até 11 metros de diagonal. De acordo com a NHK, a tecnologia já é utilizada em universidades, museus, conferências internacionais, demonstrações científicas, shows de auditório, eventos jornalísticos e, no futuro, estará disponível, também, para residências de luxo.
Outras novidades puderam ser vistas nas tecnologias 3D e OLED (organic light-emitting diode). Para 3D, foram demonstrados pela Philips, a Samsung e a NHK, televisores já prontos para o mercado, que funcionam através do uso de óculos especiais. Já a tecnologia OLED apresentou-se com uma inovação: aumento da vida útil de seus monitores. Hoje eles são capazes de chegar a 50 mil horas, quase 15 anos de utilização, numa média de 10 horas por dia.
Entretenimento, informação e reflexão da NAB 2008
João Braz – Membro do Comitê Editorial da SET

As câmeras de TV de diversos fabricantes roubaram a cena em vários estandes de fabricantes de peso como a Sony, Ikekami, JVC, Panasonic, Thomson, Canon e muitos outros, mostrando o alto desempenho de seus processadores de 2/3 e de ½ polegada, tanto em câmeras para estúdio e camcorders, quanto para as handcams e microcâmeras. A mídia de armazenamento utilizada pelos fabricantes, considerando o workflow de uma newsroom em tapeless, suporte técnico confiável no dia-a-dia (não somente na implantação e treinamento) e a confiabilidade operacional (thumbnail com multifunções frágeis) é que vão ditar os investimentos nesta área – lembrando que a qualidade da lente é de suma importância em todas as captações visuais.
Consideremos primeiro a mídia: CD, memory card, fitas de metais mais nobres e HD. A Sony evoluiu seu sistema de armazenamento, compatibilizando o CD com memory card de baixo custo para agilizar a transferência de áudio, vídeo e dados com maior velocidade. A Panasonic, com o P2, tem inúmeras vantagens, mas é uma mídia tremendamente cara e, em sua parte operacional (ajustes de campo) certa complexidade para uma maioria de operadores de câmera formados numa escola onde as câmeras tinham partes definidas para o balance, filtro e diafragma; no mais, a fotografia com foco e enquadramento adequado. A Ikekami (primeira a apresentar a opção de mídia em hard disk) melhorou quanto à capacidade de armazenamento. A Thomson melhorou o desempenho das LDK´s, partindo também para os cartões de memória após a experiência com hard disk. A JVC, no início da digitalização, optou pela fita, mas agora tem suas câmeras mais robustas com hard disk. Já quanto ao suporte técnico, cada radiodifusor terá que ver o histórico destas companhias para não amargar prejuízos com a troca de seus equipamentos pela falta de agilidade no atendimento completo de suas necessidades, visando não parar sua operação, como vimos acontecer no Brasil na década de 90, numa grande emissora do Nordeste.  Por último, a confiabilidade operacional será rapidamente detectada pela perda de matérias, ou matérias com má qualidade no ar, nas emissoras que fazem noticiários, devido matérias factuais ou imagens irrecuperáveis.
Dificuldades na escolha pela boa qualidade dos olhos eletrônicos, onde engenheiros, diretores de fotografia, diretores de programas artísticos e telejornais, técnicos e operadores terão que ser extremamente profissionais e trabalharem em EQUIPE para não fazerem má escolha, pois hoje todos nós fazemos parte do negócio e, se o acionista for mal sucedido na compra, o prejuízo será certo e dividido com os responsáveis de toda a cadeia da indústria televisiva. Portanto, não vá por outro caminho que não seja o do conhecimento técnico e o histórico do parceiro que você está trazendo para sua companhia. Não obstante, no vasto campo tecnológico que vivemos, a rentabilidade dos negócios é que dita os caminhos a seguir e os investimentos necessários. O áudio e vídeo migraram da TV aberta para o cabo e, posteriormente, para o satélite de forma mais lenta. Nos últimos dois anos esta migração está quase na velocidade da luz (com um pouco de exagero). A TV aberta e de graça está passando por sua maior mudança no Brasil, que terá que ser concluída nos próximos nove anos. Com toda a concorrência pela frente, o modelo vencedor da TV brasileira terá que ser mantido na essência, mas com grandes mudanças em sua grade de programação, abrindo mais espaço para a programação regional, caso contrário, em todas as mídias assistiremos aos mesmos programas, formatos e as mesmas notícias. O local será o grande diferencial para manter, ou perder pouco, sua participação no bolo publicitário.
A TV está ficando mais tempo ligada, mas acessando conteúdos pagos e, com a possibilidade de novos canais frente à digitalização, quem começar primeiro e fazer bem feito, certamente vai sobreviver à natural concorrência de mercado. A NAB, nos últimos anos, está se tornando uniforme e democrática em relação às mídias eletrônicas. Tem espaço para todos e todos buscam uma maneira de convergir para dar perenidade ao seu negócio, ou fazer sobreviver o que está nascendo. O radiodifusor deverá estar extremamente atento as movimentações do mercado publicitário, que é o mantedor dos grandes campeões de audiência, pois estes não vão à NAB e estão preocupados em inovar e buscar distribuir da melhor forma a verba publicitária disponível de seus clientes no leque de concorrentes que não param de crescer. Atentem não somente à digitalização das geradoras de TV (grandes, médias, ou pequenas).  Os sistemas de retransmissão deverão ser trocados juntamente com os transmissores de cada localidade da área de cobertura destas concessões, ou simplesmente vão perdê-las; sem falar nas pendências legais junto ao MINICON e ANATEL.
Pode parecer estranho sair de uma feira de alta tecnologia, onde vimos a TV 3D da NHK, com previsão de estar operacional no final do próximo ano em Tóquio, ou a TV com o dobro de definição da atual alta definição que começou a ser implantada no Brasil, no último dia 2 de dezembro em São Paulo e fazer ilações em outras direções, ao invés de elogiar o estado da arte da tecnologia, mas volto à lembrança de todos: a tecnologia é commodity, a diferença é o ser humano (isto foi falado por vários conferencistas no Digital Cinema Summit e em outras conferências, como Podcasting Summit, Broadband TV World, IPTV e Broadcast no Full Conference da NAB/2008). Os prazos para a digitalização dos sinais de TV aberta no Brasil estão correndo e vale a pergunta: Vamos ter caixa para entrar no primeiro mundo da tecnologia e talentos suficientes para continuar fazendo da TV aberta brasileira uma das melhores do mundo? Vale a reflexão!

Antenas de transmissão – NAB2008
Dante J. S. Conti – Membro do Comitê de Eventos da SETNesta edição do NAB, as empresas fabricantes de antenas de transmissão preferiram explorar o evento com uma abordagem “menos visual” e mais aplicada à apresentação de soluções. Encontramos alguns tradicionais fabricantes com os seus habituais estandes repletos de antenas em tamanho natural, algumas empresas exibindo modelos de antenas em escala reduzida e outras simplesmente com balcões de atendimento.
Se for possível traduzir em poucas palavras o que ocorreu durante esta edição do NAB, ao invés de uma abordagem de exposição de produto mais tradicional, as empresas seguiram a lógica de exibir a sua capacitação e valorizar os conceitos e os diferenciais dos seus produtos, no mais tradicional estilo “technology on display”.
Com base instalada de 40 milhões de receptores/caixas conversoras HDTV estimados para o final deste ano e com a data marcada para o encerramento das transmissões analógicas para o próximo dia 17 de fevereiro de 2009, os radiodifusores norte-americanos estão, neste momento, ocupados em finalizar a transição das suas estações para DTV. Uma vez que a indústria de antenas está aquecida, com produtos e tecnologias estabelecidos e mercado comprador, não seria mesmo de se esperar muitas novidades.
Se tivermos que apontar o grande destaque desta edição do NAB, entretanto, menção especial deve ser feita às soluções de antenas de transmissão DTV utilizando polarização elíptica em UHF apresentada por alguns poucos fabricantes. Isto se explica pelo fato de que existe um esforço concentrado para o estabelecimento do padrão de mobilidade a ser agregado ao ATSC até o final deste ano de 2008 e, com isto, já poder introduzir este serviço por ocasião do “switch-off” das transmissões analógicas (maiores detalhes em www.omvc.org).
Portanto, estão sendo revisitados conceitos de modulação, transmissão e propagação aplicados a terminais portáteis e móveis para sinais digitais, onde as antenas de transmissão novamente terão o seu papel/contribuição a desempenhar.

NAB 2008 – Equipamentos para a Exibição
Por Eduardo Bicudo – Vice-diretor de Ensino da SET

A digitalização dos centros de exibição da programação e do jornalismo de todas as emissoras é uma necessidade imposta pela tecnologia digital. Nos próximos anos todas as geradoras e retransmissoras estarão transmitindo seu sinal digital ISDB-Tb em substituição ao analógico PAL-M. Com isto, os investimentos em novos equipamentos e principalmente em treinamento se tornam necessários. A nova linguagem precisa fazer parte da vida dos operadores e técnicos atuais, sob pena de serem substituídos se não se adaptarem.  O desaparecimento da fita é evidente e não tem como fugir. Novas empresas, fornecedoras da nova tecnologia ocupam espaço na venda de equipamentos. Assim, as pequenas e médias emissoras precisam analisar qual a melhor tecnologia e o melhor fornecedor a ser adotado. Lembre-se que é necessário analisar não só pelo menor preço, que é muito importante, mas é preciso analisar muito o melhor suporte no Brasil, pela maior velocidade de atendimento do fornecedor, seja ele fabricante ou representante.