SET 2006 PÚBLICO EM BUSCA DO DIGITAL

SET 2006
SET 2006 PÚBLICO EM BUSCA DO DIGITAL
AUTORIDADES E ESPECIALISTAS  QUE PARTICIPARAM DO CONGRESSO DA SET COMEMORAM A IMPLANTAÇÃO DA TV E RÁDIO DIGITAL NO BRASIL.
Mesa de abertura

A recente escolha do padrão para o Sistema Brasileiro de TV digital e o início das transmissões do rádio digital em algumas cidades brasileiras foram os principais temas discutidos durante a abertura do SET 2006 que aconteceu em São Paulo (SP), no Centro de Convenções Imigrantes, entre os dias 23 e 25 de agosto atraindo público recorde de 12.500 visitantes.
Estavam presentes na cerimônia de abertura: Fernando Pelegio (SET), Alexandre Annemberg (ABTA), Amilcar Dalevo (Abra), Carlos de Oliveira (Abratel), Edilberto Ribeiro (AESP), Everaldo Ferreira (Anatel), Jorge Cunha Lima (Abepec), José Pizani (Abert), Roberto Franco (SET/SBT), além do ministro das Comunicações Hélio Costa.
O presidente da SET, Roberto Franco, destacou a importância da SET e da realização do evento. “É motivo de orgulho para todos nós o papel que a SET vem realizando ao longo desses 18 anos. Nos tornamos uma das mais produtivas e representativas entidades do setor. Além disso, temos que comemorar e nos orgulhar de dois grandes marcos da história das comunicações para o País, os quais a SET muito contribuiu: início das transmissões da rádio digital em caráter experimental e o decreto presidencial que estabelece o início do processo de implantação da TV digital”. Para ele, a transição do mundo digital (tanto rádio quanto televisão) trará benefícios não só para os setores desenvolvidos da sociedade e/ou economia, mas especialmente para o povo brasileiro que tem na radiodifusão o principal ou muitas vezes o único meio de informação e entretenimento.

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O SET 2006 contou com a visita da ministra Dilma Rousseff, na foto ao lado de diretores da SET.
GráficoO clima de otimismo era  visível entre os presentes. Acredita-se que o Brasil entra numa nova era com o rádio e a TV digital. Amilcar Dalevo, Carlos de Oliveira e Edilberto Ribeiro, por exemplo, fizeram questão de rebater as criticas que os radiodifusores vêm sofrendo ao longo dos anos, ressaltando o tempo todo à união do setor na superação dos problemas e na busca do avanço tecnológico. “Todo mundo faz questão de dizer que somos desunidos, mas graças a essa união demonstrada conseguimos a aprovação de um padrão que realmente respeita a radiodifusão nacional”, disse Amilcar.

Já Edilberto acredita que o rádio e a TV darão um salto em tecnologia e qualidade, trazendo desenvolvimento para a indústria e o comércio. “Nós vamos mostrar algo novo, os empresários começam a ficar animados e os empregos surgirão. A previsão é que nos próximos dez anos teremos mais de 100 milhões de aparelhos de TV e 180 milhões de rádio”.
Uma das participações mais aguardada foi a do ministro das Comunicações, Hélio Costa. Em seu discurso ressaltou e agradeceu o papel da SET durante todo o processo de pesquisa e implantação da TV digital e explicou mais uma vez o por que da escolha do sistema japonês. “Quero deixar claro que primeiro, nós não decidimos pelo padrão japonês, nós decidimos pelo Sistema Brasileiro de Televisão Digital, das ferramentas desenvolvidas no Brasil, com base no sistema de modulação japonês. Ele era o único que atendia as exigências do decreto e as imposições, que eu considero rigorosamente corretas: uma televisão aberta, livre e de graça”.

“A transição do mundo digital (tanto rádio quanto televisão) trará benefícios não só para os setores desenvolvidos da sociedade e/ou economia, mas especialmente para o povo brasileiro que tem na radiofusão o principal ou muitas vezes o único meio de informação e entretenimento”.

Roberto Franco, presidente da SET

Durante os três dias de Congresso, 33 painéis foram realizados e, 150 palestrantes e 1.300 congressistas discutiram outros temas como transmissão de dados, sistemas de captação, games e cinema digital, entre outros.
Paralelamente ao Congresso, aconteceu a feira de equipamentos Broadcast & Cable que apresentou as novidades e avanços do setor com empresas nacionais e internacionais. Dessa vez, o evento destacou o avanço científico nacional na área, abordando os aspectos práticos e econômicos da implantação da TV digital. Foram 150 expositores, sendo 30 extrangeiros.
Por dentro do SET 2006
Olímpio
Olímpio Franco é um
dos responsáveis…
Olímpio
Fernando Pelégio, diretor de Eventos da SET.
Quem chega para assistir ao Congresso da SET não imagina o trabalho que envolve a preparação de um encontro desse porte. Assim, podemos dizer que esse processo tem três etapas: antes, durante e depois. O antes é caracterizado por ansiedade, definições de temas, convite a autoridades, palestrantes e patrocinadores, preparação de material de apoio (bolsas, programa, banners, certificados), divulgação, inscrições, sonorização das salas, equipe de tradução simultânea e recepcionistas. O durante é o momento em que se ouve os comentários, se faz ajustes e acompanha os acontecimentos.
Ao longo de um ano, o diretor de eventos da SET, Fernando Pelégio, o diretor de tecnologia, Olímpio Franco, a vice-presidente Liliana Nakonechnyj e os diretores de segmento do mercado, selecionam os assuntos que serão debatidos nos diversos painéis do evento.
Cada diretor de segmento propõe um tema de acordo com a sua área de atuação. No início do ano, as propostas iniciais são revistas e ajustadas para que possam atender as condições atuais do mercado de broadcasting.Também são realizadas pesquisas junto aos associados e colaboradores da SET.  Em seguida, os palestrantes são convidados pelos coordenadores dos painéis e têm início os “call papers”.

A organização do congresso requer forte participação, empenho e integração de todos os envolvidos. As diversas atividades são divididas em projetos e cada projeto tem um coordenador, que atua em uma estrutura organizacional. O sucesso e qualidade só serão alcançados com o comprometimento dos diretores, parceiros e colaboradores, tanto no âmbito nacional quanto no internacional.

No caso da Broadcast&Cable, organizada pela Certame e supervisionada por Fernando Pelégio, da SET, também há um cronograma (definição do local e data, contato com expositores, montagem e etc) que começa a ser pensado um ano antes, mais especificamente no final do evento anterior.

Já o depois é a hora de agradecer aos colaboradores, refletir sobre tudo o que aconteceu e propor novas atividades, ou seja, começar a pensar no SET 2007.
Liliana
…juntamente com Liliana Nakonechnyj pelo conteúdo do Congresso.
Liliana
Alfredo, Daniel e Anna Lúcia, responsáveis pela parte administrativa do Congresso.
Destaques do pronunciamento do ministro

“Nós estamos falando para quem conhece TV digital, sabe a importância do trabalho que foi feito a partir do decreto 4901, de setembro de 2002, quando o governo consegue reunir cerca de mais de 1.200 técnicos, engenheiros, cientistas e especialistas para discutir a questão da TV digital”
“Primeiro, nós não decidimos pelo padrão japonês, nós decidimos pelo Sistema Brasileiro de Televisão Digital, das ferramentas desenvolvidas no Brasil, com base no sistema de modulação japonês. Ele era o único que atendia as exigências do decreto e as imposições, que eu considero rigorosamente corretas: uma televisão aberta, livre e de graça”
“Rigorosamente dentro de todos os preceitos legais, assim foi feito o decreto 5820. Todo procedimento da TV digital obedece, rigorosamente, ao que se estabeleceu como os critérios técnicos legais”Ministro Hélio Costa durante seu pronunciamento.
“O Brasil não pode mais ficar atrasado. O Brasil quer produzir aqui estes produtos, este é o momento, temos condições de colocar no nosso país uma fábrica de semicondutores, temos a possibilidade de criar uma pequena fábrica de chips”
“Essa televisão digital vai revolucionar o Brasil inteiro, por isso, é tão importante termos sim condições de fazer rapidamente o que for possível e necessário para que se comece a implantação, o mais depressa possível”
“Todo mundo terá acesso ao direito à TV, portanto, ninguém vai ser obrigado a vender o seu televisor analógico e comprar de imediato e a qualquer preço um televisor digital. Não, ele compra a sua caixinha. E se não tiver como comprar a sua caixinha vai ser financiado”
“Agora, nós temos procedimentos importantes a adotar, a indústria já está disparada nesse procedimento. Eu estive semana passada em Santa Rita do Sapucaí e encontrei uma empresa nacional produzindo transmissores para TV digital de 10 kilowatts”
“A verdade é que estamos produzindo e vendendo transmissores de alta potência para os americanos que inventaram a TV digital”
“O nosso companheiro da Gradiente fez uma previsão outro dia, de que em mais de três ou quatro anos, a TV digital poderá movimentar cerca de 100 bilhões de reais a cada dois anos”
“Sobre a questão do rádio digital, já estamos um passo decisivo. Desde o ano passado, nós estamos fazendo testes em várias cidades importantes, inclusive aqui em São Paulo. Mais de 20 cidades no Brasil, estão fazendo testes com o sistema Iboc americano”
“Temos dois projetos extraordinários que demonstram os avanços do Brasil. O primeiro deles foi feito numa pequena cidade histórica de Minas Gerais, que se chama Tiradentes. Neste lugar centenário, cheio de casarões seculares e onde nasceu o nosso maior herói da independência, você chega abre o seu laptop e ele já está ligado na Internet em banda larga, sem fio por toda a cidade. Este é o primeiro protótipo do Ministério das Comunicações em parceria com a empresa de processamento de dados da prefeitura de Belo Horizonte e a empresa americana Cisco que trouxe toda a tecnologia”.

Ministro Hélio Costa ao lado de Roberto Franco e Fernando Bittencourt, diretores da SET. O grande interesse pela TV digital reuniu um número maior de participantes. O público superou as expectativas.
Ministro Hélio Costa ao lado de Roberto Franco e Fernando Bittencourt, diretores da SET. O grande interesse pela TV digital reuniu um número maior de participantes. O público superou as expectativas.