SET 2005

SET 2005
O MELHOR DO BROADCAST NO SET 2005
AUTORIDADES E ESPECIALISTAS PARTICIPARAM DO CONGRESSO DA SET QUE, EM SUA 14ª EDIÇÃO, MAIS UMA VEZ CONFIRMA SUA IMPORTÂNCIA JUNTO A PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DE BROADCASTING .
Colaboraram na cobertura do SET 2005: Alberto Seda Paduan, Camila Baltrusch, Edson Geraldo Benedito, Milena Brito e Sueli dos Santos
Convergência, regulamentação, estratégias e perspectivas de mercado. Esses foram alguns dos temas abordados durante a abertura do SET 2005 que aconteceu em São Paulo (SP), no Pavilhão de Exposição Imigrantes, entre os dias 21 e 23 de setembro. Paralelamente ao congresso, aconteceu a Feira de Equipamentos Broadcast & Cable que apresentou as novidades e avanços do setor com expositores nacionais e internacionais. Mais uma vez, o evento conseguiu reunir a comunidade brasileira direta e indiretamente envolvida com o segmento de broadcasting de fabricantes a profissionais da área. O evento comprovou sua posição de importância para os profissionais que marcaram presença nos três dias de evento. Foram 830 congressistas, 140 palestrantes, 150 expositores distribuídos em 87 estandes que receberam a visita de 8480 pessoas.
O presidente da SET, Roberto Franco, destacou a importância do evento. “É motivo de orgulho ver que o profissionalismo no Brasil continua crescendo e continuamos a ter um desempenho e projeção similares a do primeiro mundo no que diz respeito a radiodifusão e telecomunicações”.
Ele ressaltou que a entrada de Hélio Costa no Ministério das Comunicações está cercada de expectativas positivas. “Dá uma felicidade muito grande quando o ministro das Comunicações, Hélio Costa vem a público dizer que é preciso respeitar o empresário e as empresas do setor. Temos de nos preocupar com o cidadão e como oferecer a tecnologia ao povo brasileiro”. E destacou: “Se discute como se a tecnologia fosse feita para ela própria, como se os negócios tivessem fim neles mesmos; falamos de que tecnologia adotar, de como vai ser feita a convergência, do modelo de negócio, e às vezes, esquece-se de falar do cidadão, do profissional e do empresário”.
O momento de discussão atual é interessante, diz Franco. Afinal, o conhecimento gerado no Brasil fruto dos últimos 15 anos de pesquisa sobre TV digital volta a ser discutido. “São debates feitos com base em todo esse período de pesquisa, é um momento muito agradável para participarmos desse congresso”.
Uma presença esperada foi a do presidente da Anatel, Elifas do Amaral. Em seu discurso, ele disse que o setor terá muitos desafios nos próximos anos. “Talvez, o mais significativo para nós da Anatel, está no desafio de adequar a regulamentação a um novo contexto que vem sendo tratado pela convergência e pelas inovações tecnológicas”. Segundo ele, isso vai provocar impactos em toda a cadeia de valores das telecomunicações incluída a radiodifusão até alcançar o usuário. Por conta disso, Amaral revelou que está em andamento a criação de um grupo interministerial que será responsável pela elaboração de uma proposta de lei de comunicação eletrônica de massa para estabelecer as diretrizes de um modelo de transição para o mundo da convergência. “Um modelo que seja eficiente e possibilite o desenvolvimento da cooperação regional, além de reduzir as barreiras de entrada e assegurar a concorrência entre os atores econômicos bem como preservar a diversidade cultural e o acesso à informação”, disse o presidente da Anatel. Para ele, as exposições e trocas de experiências do Congresso da SET ajudam na contribuição para o crescimento do setor de tecnologia de broadcasting.
Amaral considera que são boas as perspectivas tecnológicas e reguladoras para o setor de tecnologia de broadcasting. “Essas perspectivas se concretizarão com o crescimento da base de clientes dos serviços de vídeo, dos acessos em banda larga, da ampliação de penetração geográfica e da efetiva competição entre os serviços”, analisou.
O presidente da Abert, José Pizani, destacou o momento atual. Para ele, a radiodifusão brasileira vive um momento privilegiado pelo início das transmissões do rádio digital e pela proximidade da escolha do padrão de transmissão para a TV. “Hoje, esta geração que aqui está na qual eu me incluo tem a responsabilidade de decidir ou de encaminhar uma decisão que toda nação será beneficiada”, disse.

Alertas
O presidente da Rede Bandeirantes e da Associação Brasileira dos Radiodifusores (Abra), Johny Saad, também participou da abertura do SET 2005 e fez um dos discursos mais críticos. Em tom de preocupação, Saad expôs seus receios com o setor de radiodifusão e elogiou a postura do ministro Hélio Costa de querer conversar com o setor. “Não éramos sequer convidados para as reuniões, aliás, com a TV digital formaram-se grandes comissões, acho que até o Sindicato das Senhoras da Amazônia foi convidado, mas os radiodifusores não foram convidados, nós não participamos do que aconteceu até aqui”, ironizou. Para ele, o setor de radiodifusão corre perigo e cobrou união: “É preciso que nossa classe esteja unida, é importante que estejamos juntos”.
O presidente da Rede Bandeirantes cobrou transparência nas mudanças que vão acontecer no mundo digital. “É preciso que estejamos atentos não só aos equipamentos, mas também a desestrutura que temos hoje dentro do nosso mercado, corremos o risco de uma perigosa concentração na área do DTH, da TV paga, tanto no satélite quanto no cabo”, avisou. Para ele, a concentração acaba com a radiodifusão. Saad disse ainda que é preciso estar atento a questão da convergência. “Essa conversa interessa muito às companhias telefônicas e temos que tomar cuidado porque estamos sob legislações diferentes, é preciso que tenhamos uma visão estratégica, política, territorial e vermos que papel o Brasil vai jogar no futuro”, alertou. Para ele, não se pode ter apenas uma visão técnica. “Existem desequilíbrios na área de televisão paga, existem muito mais produções estrangeiras do que produções nacionais. Ora, isso não vai afetar a nossa juventude? Estamos produzindo de forma equilibrada? Estamos preocupados com isso?”, questionou.
Joanilson Ferreira, secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, também esteve presente no SET 2005. Em seu discurso, ele destacou que o Ministério das Comunicações, na gestão do ministro Hélio Costa assume suas responsabilidades, principalmente no que tange a área de radiodifusão “onde temos que fazer toda uma política de orientação e fiscalização de uso do espectro e conteúdo e o Ministério não vinha fazendo esse papel”. Ferreira frisou que a regulamentação não pode ser confundida com intervenção. “O papel do governo é zelar pelo uso correto do espectro para que a sociedade esteja adequadamente protegida, seja de pressões econômicas, seja de pressões tecnológicas”. Sobre convergência, Ferreira disse que é um termo relativamente novo e que leva em consideração marcos regulatórios, mas dividiu responsabilidades: “Somos todos responsáveis para que os avanços tecnológicos não sejam fator desagregador da sociedade”. Ele disse ainda que o governo está atento às possíveis negociações com parceiros ou com países sobre a abertura de mercado para as produções nacionais. Sobre a escolha do padrão, o representante do Ministério das Comunicações garantiu que o governo não vai determinar padrões e que não haverá adiamento para o anúncio do padrão de TV digital.
Ferreira disse ainda que a secretaria que está sob sua responsabilidade, a Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, passa por um “choque de gestão” para buscar simplificar o processo e procedimento. “Não é justificável que uma solicitação dos senhores fique parada por até três anos por falta de análise do Ministério”.

“Espero que o congresso seja um fórum para discussões divergentes e que possamos tirar um caminho de consenso para que possamos ter conteúdo eletrônico, negócios de audiovisual, cinema, televisão e rádio voltando a crescer e acompanhar o resto do mundo”, Roberto Franco.
“Vamos ver se juntos, deixando para trás o que passou, podemos rediscutir e avançar em direção ao futuro porque já estamos atrasados e precisamos recuperar esse tempo perdido”, Johny Saad.
“Este evento merece ser saudado pela sua capacidade de alinhar-se com a proposta mundial da convergência uma vez que amplia o seu âmbito de atuação para os mercados de tecnologia de produção e distribuição de conteúdo eletrônico e multimídia”, Elifas do Amaral.
“O Ministério das Comunicações vem se reestruturando e tomando de novo esse papel de orientar políticas e de conduzir toda essa questão tecnológica”, Joanilson Ferreira.