Quatro emissoras revelam processo de digitalização
*Raphael Bontempo | |
Rede Vida O processo de digitalização da Rede Vida – das 450 estações retransmissoras, 244 serão digitalizadas nos próximos quatro anos – deverá consumir em torno de R$ 11 milhões, segundo informa o engenheiro Paulo Tukiama. Na aquisição do transmissor (Telavo), antena (slot, da Ideal), conversores de sinal, codificadores HD (Tandberg), codificador one seg (Envívio) e multiplexador (EI-TV), usados na fase experimental foram investidos R$ 750 mil. Tukiama ressalta que a prioridade da emissora é “investir na consolidação da implantação das estações retransmissoras digitais”. Já os equipamentos de estúdio (controle mestre da Grass Valley; conjunto de up-link para transmissão em HD da Xicom e Tandberg), produção de conteúdo (câmeras HD e switchers de edição da Sony; ilhas de edição em HD da Macintosh; mesa de áudio digital da Yamaha, unidade móvel totalmente em HD) exigiram investimentos de R$ 5 milhões. Readequação da parte elétrica A própria equipe de engenharia iniciou o processo de digitalização para a capital paulista há quatro anos, quando a estação retransmissora de São Paulo foi montada em uma nova infraestrutura, com abrigo dimensionado para receber os transmissores (Rohde & Schwarz), analógico (30 kW) e o futuro digital (9 kW), antena de retransmissão painéis banda larga da Kathrein, e o combinador analógico/digital da Teracom. A distribuição do sinal digital em HD (DVB-S/2) é feita pelo satélite Star One C2 – que já transmite o analógico para estações retransmissoras e antenas parabólicas de todo o Brasil. TV Aratu Inicialmente foram seis máquinas com armazenamento central utilizando o servidor Xserver Raid. Neste período a equipe também adquiriu equipamentos de produção: quatro câmeras DSR-400 (DV-CAM) e VTs para ilha de edição que permanecem até hoje. No ano passado a TV Aratu cumpriu todos os itens necessários para conseguir operar em sistema digital. Investir em produção Um dos objetivos atuais é adquirir equipamentos de produção. “Temos apenas três câmeras HD,mas sendo down convertida para 4/3. Para os nossos programas locais seria necessário usar todos os equipamentos em HD. Daremos um passo importante para melhor aceitação de nossa programação”. Cerca de R$ 5 milhões foram investidos até o momento e R$ 3 milhões devem ser investidos para finalizar a etapa, segundo informa Bittencourt. A implantação da edição não foi fácil, porque havia dois profissionais que tinham trabalhado ainda com quadruplex. “Mas em quatro meses eles se adaptaram e hoje nem imaginam a edição com VTs.”. A TV Aratu optou por preparar a própria equipe com treinamentos técnicos e com cursos de TV digital. “A Harris fez comissionamento para o nosso pessoal. Eu mesmo fui na fábrica deles e me preparei para montar o transmissor”. No setor de energia a equipe da TV Aratu não encontrou problemas, pois a subestação da emissora está bem dimensionada, “contudo tivemos que comprar outro no-break , pois o que tínhamos não suportaria as duas cargas, a do analógico e do digital”, conclui Erich Bittencourt. TV Gazeta Foi contratada uma empresa de assessoria e montagem de sistemas de TV, com a função de ajudar na construção e montagem da planta digital. Carlos Henrique Benfica, gerente técnico da emissora, lembra que inicialmente foi feito o projeto de ambientação do local onde seriam instalados os equipamentos. “Construímos uma central técnica com sistema de refrigeração do tipo utilizado em datacenters e com redundância total. Toda a infraestrutura elétrica da área de operações foi elaborada com dupla alimentação e duplo fornecimento de energia”. No parque de transmissores foi instalada uma nova torre autoportante de 72 metros de altura e construída uma nova sala para abrigar os transmissores de TV digital com sistema de climatização dedicado. “Instalamos um novo grupo gerador e dois no-breaks para alimentação individual”, conta José Carlos Beltrame , gerente de Transmissão da emissora. Equipamentos digitais A emissora comprou no-breaks de 40 kVA da APC modelo Smart UPS. Foi adquirido um grupo gerador Stemac de 180 kVA, uma Rede de links digitais bidirecionais, com duplicidade, interligando estúdio transmissor, composta de: 2 rádios TRuepoint em 7,5 e 11 GHz, com capacidade de payload de 155 Mbps; 4 antenas ValuLine alta performance de diâmetro de 0,6 m e sistema NetVx composto de enconders, decoders MPEG e multiplexador. Também houve ampla aquisição de aparelhos para produção e para central técnica. A TV Gazeta também pretende adquirir, em 2010, as câmeras de estúdio em HD, para realizar a transmissão dos telejornais em HD. “Foram investidos R$ 8,5 milhões até o momento”, conta Beltrame. A equipe foi treinada por meio de aulas ministradas pelos próprios fornecedores; pelo Inatel e também por meio de treinamentos realizados pela Uniglobo. E o maior desafio foi instalar a nova planta no mesmo ambiente no qual estava sendo operado o canal analógico. TV Jangadeiro No ano seguinte foram realizadas adaptações no sistema existente para receber os novos equipamentos, como explica o gerente técnico responsável Esdras Miranda. “Fizemos reformas estruturais na sala dos transmissores e projetos da nova subestação”. Nas vésperas da primeira transmissão digital, em maio de 2008, a equipe havia concluído 90% do planejado. Mudanças para o digital Na Central Técnica foi investido em matriz, distribuidores, processadores e multiview. A TV Jangadeiro optou por uma única Central Master de exibição e adquiriu a Iconmaster em HD e SD da Harris. Esdras explica os critérios para definir a captação em HD. “Em virtude de já existirem equipamentos no formato DVCAM na época do investimento, optou-se em adquirir câmeras Sony HVRS270, que captam em HDV e operam num conceito híbrido de fita e cartão de memória, o que nos dará subsídios de migração gradativa ao tapeless”, detalha Miranda. Para edição dos conteúdos em HD foram adquiridas ilhas MacPro, placa de vídeo AJA Kona LHi, com os softwares Final Cut Studio e Adobe CS4 Production Premium. Toda a parte de montagem de rack, cabeamento e diagramação do projeto foi realizada pela equipe da TV Jangadeiro sob orientação dos fabricantes, segundo explica Miranda. Um engenheiro foi enviado à fábrica da Harris para fazer o treinamento do transmissor digital. “É importante que o gestor do projeto esteja bem assessorado pelos setores de compras, importação e contabilidade da empresa para que se tenha continuidade e controle das contas do projeto”, finaliza. * Raphael é repórter da Revista da Set – raphael@ embrasec.com.br, com Pedro Livio
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Correção:
Na matéria ‘TV’s Digitalizando da Edição 111, a foto inferior na página 7 corresponde aos equipamentos da TV Liberal, e não à TV Sorocaba conforme anunciava a legenda. |
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Revista da SET | |
ANO XXI – N.112 – JAN/FEV 2010 |