Pós Produção de Programa de TV

Terminada a fase de produção do programa de TV, onde estiveram envolvidos diversos tipos de profissionais especializados e muitos equipamentos, o programa está agora totalmente gravado, mas não pode ainda ser considerado um “programa de televisão”. Isto porque as cenas foram gravadas sem muita preocupação de sequências, o áudio precisa ser complementado com efeitos e inserções, alguns efeitos de vídeo também podem ser necessários, enfim, é necessário um toque final.

Esses ajustes são feitos na fase de pós produção. É aqui que todo programa recebe seu acabamento e finalização. Na execução dessa fase, todo o material capturado e também o material de arquivo, que se pretende inserir, precisam estar disponíveis, pois é agora que acontece o processo de juntar e editar tudo, acrescentar eventuais locuções, sonorizações e trilhas sonoras, animações, textos, logos, gráficos e outras coisas mais para fazer com que o produto final possa ser chamado de “programa de TV”.

É comum confundir essa etapa com a “edição” do programa, mas na verdade a edição é apenas uma das tarefas da pós produção. Melhor dizendo, a edição é a parte mais relevante, porém a pós produção não se resume a isto, uma vez que nessa fase que acontecem coisas às quais não se dá quase valor algum, mas são muito importantes. Entre elas estão, a desmontagem dos cenários, da iluminação e dos equipamentos de áudio e vídeo utilizados na fase de produção e a parte burocrática de acertos financeiros e dispensa das equipes, uma vez que as tarefas para as quais elas foram contratadas estão terminadas.

Mas, inevitavelmente, é aqui que acontece a edição, e nós não temos quase nada a falar sobre a dissolução das equipes, a desmontagem dos cenários, etc. Nosso assunto será então… A edição do áudio e do vídeo, o evento mais importante da pós produção.

Nessa fase entram em cena outros tipos de profissionais, agora não mais por trás das câmeras, mas sim à frente de outros tipos de equipamentos. Em geral, os especialistas requisitados para executar os trabalhos da pós produção são:

Diretor de Edição:
Aquele profissional que orienta o trabalho de todos os demais envolvidos. Não é essencial a sua presença no local dos trabalhos, mas é ele que determina as diretrizes a serem seguidas;

Assistente de Produção:
O profissional responsável pela providência dos detalhes relativos à produção do início ao final. É ele quem cuida da viabilidade da gravação e da pós produção, preparando os locais e todo o material a ser utilizado, assim como coordena as desmontagens e acertos ao final das gravações. Na ausência do diretor de produção, o assistente deve tomar as decisões mais urgentes para não deixar que os trabalhos sejam interrompidos.

Editor:
É o profissional responsável pela montagem do produto final ordenando, cortando e adicionando sons e efeitos de vídeo e áudio às cenas que foram anteriormente gravadas. Trabalham com ilhas de edição lineares ou não-lineares e precisam ser profundos conhecedores da operação desses equipamentos e da linguagem técnica envolvida nessa etapa. Espera-se também do editor que ele conheça muito bem os softwares com os quais trabalha para obter deles o rendimento desejado pela produção. A edição é geralmente coordenada por um produtor ou assistente de produção.

Operador de Gerador de Caracteres:
O operador de GC, como é conhecido, é o responsável pela operação do gerador de caracteres, incluindo a escolha dos tipos, cores e tamanhos de letras (fontes) a serem utilizados nos textos, tais como títulos, subtítulos e créditos finais.

Como foi dito na matéria “Programa Piloto” (leia Revista da SET Edição 122), existe uma área da imagem que não será exibida nos televisores domésticos, ou seja, aquela área que está fora da delimitação chamada safe area. Existem, na verdade, duas delimitações de safe area: uma externa para as bordas da imagem e outra interna para os textos. O operador de GC deve também cuidar para que o texto por ele inserido esteja dentro desse limite interno para que ele possa ser lido integralmente pelo telespectador nos seus receptores domésticos.

Tipos de Edição
Até o final dos anos 1980, as edições eram feitas apenas com a utilização das próprias máquinas que gravavam e reproduziam os sinais de áudio e de vídeo, ou seja, as VCR (Video Cassete Recorder) ou VTR (Video Tape Recorder). Essas são as afamadas máquinas de video-tape, as quais interligadas, convenientemente, constituem uma “Ilha de edição linear”.

No início da década de 1990, começaram a ser usados alguns computadores que salvavam o vídeo e o áudio aplicados à sua entrada e, além disso, utilizavam programas que permitiam a edição desses sinais e a adição de fundos musicais e efeitos de transição de vídeo. Era o início da chamada “edição não linear”. Uma coisa de louco! Os editores não lineares, profissionais especializados e muito requisitados na época, ficaram com a pulga atrás da orelha, pois essas máquinas prometiam acabar com aquele primeiro tipo de edição de vídeo.

Mas, a despeito do progresso tecnológico envolvendo a edição não linear, atualmente, ainda podemos encontrar um número, até expressivo, de emissoras e produtoras que utiliza ambos os métodos de edição, embora com máquinas mais modernas, mas sem dúvida alguma, a tendência é o completo e iminente domínio da versão “não linear”.

Edição linear
A edição em fita constitui a chamada “edição linear”, por causa da forma de acesso aos dados nela contido, ou seja, numa sequência linear, um após o outro. O acesso só pode ocorrer avançando ou atrasando a reprodução da fita. É algo como tentar organizar uma fila de crianças conduzindo os meninos para o final da fila e as meninas para frente. NÃO É PERMITIDO PULAR CRIANÇA e deixar para mudá-las de posição mais tarde. Assim, só existe uma forma de fazer isso: é seguir a fila, sem pular nenhuma criança, para mudá-las de posição.

Uma “ilha de edição linear” tem a configuração básica mostrada na figura 01.

O sistema é constituído por duas máquinas com a função de reproduzir as fitas de vídeo e uma terceira máquina com a função de gravar os resultados e produzir a fita máster. Pode ainda conter uma mesa de corte (switcher) e deve ter um equipamento chamado “controlador de edição”, cuja função é controlar todas as máquinas envolvidas de forma a facilitar o trabalho do editor.

Durante a gravação do programa, ao longo da mesma fita, foi gravado, além do áudio e do vídeo, um sinal formado por pulsos de referência, chamado time code, que é exibido no monitor de vídeo como mostrado na figura 02.

É um código de oito dígitos cuja função é possibilitar ao editor a localização precisa de determinados pontos de áudio e vídeo na fita. Esse código, uma vez gravado na fita, não variam nunca. No exemplo mostrado na figura 2, TCR significa Time Code Recorded os números apontam para 00hora:04 minutos:08 segundos:22 quadros. Por aí podemos ver a precisão dessa marcação. Se esses números forem digitados no controlador de edição, a máquina fará com que a fita “corra” para exatamente esse ponto. Se a fita for mudada de máquina, essa outra máquina encontrará exatamente o mesmo ponto, pois a marcação está na fita e não na máquina.

É bom alertar para o seguinte: as seis primeiras duplas de dígitos dizem respeito ao tempo, ou seja, horas, minutos e segundos. A última dupla se refere ao número de quadros e vai até 30, pois esse é o número de quadros por segundo no nosso sistema de televisão.

Esses caracteres são gravados numa trilha separada dos sinais de áudio e vídeo. Portanto, só são exibidos durante a reprodução da fita se o operador habilitar essa apresentação. Em outras palavras, num programa pronto o telespectador não vê o time code. Assim, durante o processo de edição, o editor pode, através desse sinal, marcar os pontos de entrada e de saída da edição na fita máster. Dessa forma ele consegue fazer uma seleção eletrônica dos takes a serem utilizados.

A edição linear constitui uma tarefa bastante trabalhosa que demanda muito cuidado e tempo. Qualquer erro, necessidade de mudança de pontos de edição ou alterações de projetos se transforma num enorme transtorno. Por isso, requer um alto grau de planejamento e organização.

A qualidade dos equipamentos, embora excelentes para o auge da fase, deixa um pouco a desejar se comparada com os atuais, e com isso, a qualidade das edições segue a mesma linha. O que contava bastante para o sucesso do sistema, na época, era o excelente nível dos profissionais, geralmente, formados na prática dos anos e anos de super dedicação como editores, comandando aquelas imensas máquinas quadruplex, verdadeiras obras de arte da engenharia de televisão que envolviam simultaneamente as tecnologias eletrônica, elétrica e mecânica, obrigando técnicos e operadores a se tornarem profissionais faixa larga (o termo é uma forma de se definir aquele profissional que faz de tudo um pouco, parodiando o termo técnico que especifica uma faixa de radiofreqüência bastante abrangente) na sua manutenção e operação.

Não quero, de forma alguma, menosprezar os profissionais de hoje com exatamente o mesmo valor daqueles mais velhos. Só que cada um no seu quadrado! É como pilotar um Eletra II e um Boeing 707. Ambos voam, sem dúvida, mas com níveis de recursos totalmente diferentes.

Formatos de ilha de edição linear
As bitolas e a forma de acondicionamento das fitas de vídeo identificam o formato e nomeiam a ilha de edição linear. Esses formatos são bem distintos, englobando desde as fitas contidas em carretéis com larguras de 2 polegadas, 1 polegada, ¾ de polegada, meia polegada, as fitas cassetes, mais recentementes as DV’s, MiniDV’s entre outras (figura 03).

É comum, nas emissoras e produtoras, se referir a uma determinada ilha de edição como “ilha de 2 polegadas”, “Ilha Beta”, “Ilha UMatic” e assim por diante.

Para os saudosistas, a foto a seguir pode ser guardada como recordação dos tempos áureos da edição linear. A máquina, uma VR2000 quadruplex de 2 polegadas da Ampex Corporation, fotografada em pleno funcionamento durante a NAB de 2006, provocou a curiosidade de inúmeros visitantes da mais badalada feira de equipamentos de radiodifusão do mundo. Muitos daqueles curiosos trabalharam bastante tempo com essa máquina. Outros, nem nascidos eram quando ela era usada. Foi um emocionante contraste entre o pioneiro e o novíssimo, mas como diz o folheto colocado sobre ela, é uma bela representação do “nascimento da gravação do vídeo”.

Edição não linear
A edição não linear é um processo totalmente digital, cujas principais características são a flexibilidade e a agilidade. O equipamento utilizado é um computador dedicado e de alto desempenho, contendo placas de captura e os famosos softwares de edição que permitem mágicas, truques e até milagres. Em grandes sistemas, esse computador atua interligado aos servidores de arquivos de grande porte e aos dispositivos de armazenamento (storage) especialmente desenhados para essa função.

O nome “não linear”, a exemplo do que explicamos no modo de edição anterior, define a forma de acesso aos dados armazenados. O computador permite que esse acesso seja aleatório, tomando cenas arquivadas em qualquer posição do sistema de armazenagem não importando que elas estejam no início, meio ou final do arquivo.

Retomando o exemplo da fila de crianças, agora É PERMITIDO PULAR CRIANÇA e deixar para mudá-la de posição mais tarde. O importante é organizar a fila! Isso torna o acesso muito mais rápido do que na edição linear.

Nesse processo, os takes que foram gravados digitalmente ou digitalizados posteriormente, pois qualquer gravação em fita pode ser digitalizada e editada num sistema não linear, passam a ser tratados como arquivos gravados no sistema de arquivamento central ou no próprio HD (hard disk) do computador. Assim, podem ser acessados numa ordem aleatória sem maiores problemas.

Uma facilidade oferecida pelos sistemas de edição não linear é a EDL (Edit Decision List). Trata-se de uma lista de informações gravada pelo computador a respeito da edição realizada. A EDL possibilita, por exemplo, localizar as cenas selecionadas no sistema de arquivamento, modificá-las ou mudar sua posição no vídeo de uma forma totalmente segura e rápida quantas vezes for preciso, sem que com isso a qualidade do material gravado seja prejudicada. O fato desses computadores estarem conectados aos servidores de arquivos e às storages facilitam enormemente o tráfego de arquivos ganhando performance.

Existem servidores para inúmeros propósitos, mas nesse caso especial eles são do tipo “servidores de arquivos”, ou seja, armazenam e fornecem arquivos entre vários usuários participantes de uma rede. Há um grande número de fabricantes e fornecedores de servidor no mercado. Na figura 05 apresentamos dois exemplos de arranjos de servidores disponíveis no mercado.

Quanto às storages, ou “filers” (arquivadores) como também são conhecidas, são unidades de armazenamento com capacidade razoável. Elas podem, no entanto, serem agrupadas de modo a constituir um “banco” de unidades de grande porte, de acordo com a necessidade do trabalho. Na figura 06 podemos ver um sistema de storage, que trabalha em conjunto com o Nexio Amp, constituído por 16 unidades de 600 Gigabytes cada, totalizando 9600 Terabytes.

Pós produção de vídeo
Em situação normal, a pós produção do vídeo e do áudio são realizadas separadamente e contando sempre com a atuação de profissionais especializados, cada qual na sua área. Em outras situações, porém, os trabalhos podem ocorrer simultaneamente e para isso o profissional deve ter um bom conhecimento de áudio e de vídeo.

A edição do vídeo deve preceder a do áudio, pois o conteúdo de áudio gravado junto com o vídeo em cena é suficiente para permitir a montagem do programa. É claro que o resultado não será ainda aquela maravilha que se espera do trabalho finalizado e que estamos acostumados a assistir na TV, mas a edição do vídeo é apenas o começo. Na figura 07 vemos uma típica ilha de edição não linear.

Na edição do vídeo não é fundamental que se dê muita importância ao áudio, embora ele não possa ser esquecido. Aqui, o importante mesmo é fazer uma emenda mais perfeita possível das cenas, inserções de vídeo imperceptíveis ao telespectador, cortes precisos nos pontos escolhidos, aplicações das artes e textos nas posições exatas e tratamento dos níveis e cores do sinal quando necessário.

Existe uma variedade muito grande de softwares dedicados a essa tarefa. Entre os softwares profissionais mais conhecidos nos lembramos do Final Cut, do Avid Media Composer e do Adobe Premiere. Existem muitos outros, tanto entre os profissionais quanto entre aqueles utilizados para edições menos sofisticadas e domésticas.

O site http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison_ of_video_editing_software mostra uma comparação bem completa entre os softwares dedicados à edição não linear, incluindo as especificações mínimas que os sistemas operacionais devem apresentar para rodá-los, a habilidade que cada programa possui para importar formatos de vídeo High Definition para edição, entre outras informações bem importantes.

O modo de se lidar com o vídeo numa estação de trabalho varia de software para software, mas nunca escapa dos modelos de timeline ou storyboard. As telas exibidas pelos programas apresentam características bastante parecidas com os padrões do Windows, oferecendo botões e comandos específicos para cada função. Alguns até simulam mesas de efeitos de áudio e de vídeo, o que muitas vezes ajudam na execução da edição. A maioria dos comandos é semelhante entre os diversos programas.

Pós produção de áudio
O áudio de um programa é definido pelos especialistas basicamente como sendo uma composição de três tipos distintos de sons. O primeiro deles, talvez o mais importante, é os diálogos entre os atores. Os sons produzidos por esses diálogos podem ser gravados diretamente da cena ou inseridos posteriormente, como por exemplo, uma narração. Por incrível que possa parecer, um som capturado dentro do estúdio pode, em determinado dia ou momento da gravação, ter sua equalização alterada devido a diversos fatores, como por exemplo, mudanças de microfones, elementos do cenário com propriedades mais absorventes ou mais refletivas das ondas sonoras, entre outros.

O segundo tipo são as músicas. As músicas compõem a chamada trilha sonora, que têm a capacidade de complementar as imagens reforçando sua dramatização, sua comicidade ou seu horror. Durante uma pós produção de áudio, o editor ou o produtor pode resolver que essa música precisa ter seu volume aumentado ou diminuído, ou mesmo que seu timbre seja alterado sob determinadas condições para realçar alguma peculiaridade da cena.

A terceira parte é constituída pelos sons que produzem os ruídos das cenas como o barulho de carros, buzinas, chuva, passos de pessoas, gritos de crianças, sons provindos de telefone ou de receptores de televisão, etc.

Essa composição de sons precisa ser trabalhada após as gravações, em salas especiais, e numa ordem determinada para constituir o áudio do programa de TV. A ordem é uma escolha pessoal dos editores. Alguns preferem tratar primeiro os diálogos, outros os ruídos de cenas e assim por diante.

As gravações, edições e mixagens desse áudio são feitas em equipamentos utilizando softwares especiais para compor uma DAW (Digital Audio Workstation). Entre esses softwares estão o ProTools, produto da DigiDesign, o SONAR, da Cakewalk, o Vegas, da Sonic Foundry, o Cool Edit da Syntrillium, o Nuendo, da Steinberg, entre vários outros. São programas utilizados preferencialmente para produções profissionais e seu custo chega facilmente na casa dos 30 mil dólares.

A figura 08 apresenta uma configuração de ilha de edição e pós produção de áudio. Nessa configuração é possível ver sob o console, do lado direito, um PC (Personal Computer) e sobre esse console uma mesa de mixagem de áudio, um teclado de computador, um monitor de computador à esquerda e um monitor de vídeo à direita. Os computadores dedicados à edição devem, obrigatoriamente, possuir uma boa placa de captura para que o material a ser trabalhado possa ser transferido para dentro e para fora dele sem perda de qualidade.

Mas, não acabamos de dizer que essa é uma ilha de edição de áudio? Para que então um monitor de vídeo?

Acontece que o profissional que está editando o áudio, inserindo músicas, ruídos e efeitos de áudio têm que saber em que ponto exatamente fazer as inserções, precisando então do vídeo já pronto e de um bom monitor para exibi-lo. Não é necessário dizer que a qualidade da reprodução do áudio nessa sala precisa ser de ótima qualidade e fidelidade.

Na figura 09 temos uma tela de trabalho do software de edição exibindo as trilhas de áudio de um programa. São várias as timelines apresentadas na tela, cada qual representando um tipo de áudio a ser tratado. Uma delas é a principal, ou seja, a do diálogo dos atores. Outra é a referente aos efeitos, outra do som ambiente, outra ainda dos ruídos, e assim por diante, de modo que cada uma pode ser manipulada e alterada sem que as outras sejam afetadas. Ao final da edição, todas elas são habilitadas para a reprodução do áudio completo do programa de TV.

Programa pronto. E agora?
Terminadas as edições de vídeo e de áudio, temos um programa de TV pronto que agora precisa ser salvo como arquivo para exibições futuras.

É perfeitamente possível escolher o formato no qual se deseja executar o play out do arquivo, ou seja, gravá-lo num outro tipo de mídia como DVD ou fita para armazenamento, existindo atualmente diversas opções para serem escolhidas. O que vai determinar qual delas utilizar são a qualidade final e o destino que será dado à ele, pois todos os formatos de gravação disponibilizados comprimem os sinais, e isso pode ocasionar perda de qualidade.

Dependendo da forma com que esse programa for veiculado ou utilizado, uma certa compressão não representará problema algum. Um bom exemplo disso é o próprio sistema de TV digital. No sistema brasileiro, o vídeo é codificado no formato MPEG-4 Part-10, ou H.264, e o áudio utiliza o HE-AAC v2 enquanto que no sistema japonês, a codificação do vídeo é feita em MPEG-2 e o áudio em MPEG- 2 AAC. A compressão oferecida pelo MPEG-4 é bem melhor do que a do MPEG-2, mas visualmente, com muita dificuldade poderemos notar alguma diferença.

Para outras utilizações como na internet, por exemplo, compressões maiores também não representarão obstáculo considerável para a reprodução do vídeo e do áudio. Os formatos de codificação de vídeo como avi, wmv, mpg, mov, mkv e outros desempenham muito bem essa função, e também podem ser recomendados para a utilização em vídeos destinados a programas de televisão.

 

Alberto é Supervisor de Projetos da TV Cultura de São Paulo, diretor da Adeseda – Consultoria e Projetos -, Coordenador e Revisor Técnico da Revista da SET. E-mail: [email protected]