Os caminhos da TV no Brasil

Por cerca de 40 anos a televisão funcionou isoladamente apenas com energia e antena. No começo a imagem era em preto e branco, depois passou a ser em cores, hoje… Bem, hoje as mudanças foram muito além das cores. Depois de um longo tempo, uma grande mudança aconteceu em 2007, quando no dia 02 de dezembro começava, aqui no Brasil, a transmissão realizada pelo sistema de TV digital terrestre (ISDB-T), que além de atender a transmissão para TV normal atingia também a mobilidade. Com esta tecnologia chegou também o Ginga, possibilitando uma nova forma de o telespectador interagir com a televisão.

O ritmo de expansão da TV digital tem sido muito mais rápido do que foi a da TV analógica realizada ao longo de cinco décadas. A TV em cores, por exemplo, após 17 anos, apenas 60% da população brasileira tinha um receptor em cores. Os números, apresentados pelo engenheiro Sérgio Tadeu Guaglianoni, membro suplente do Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD, mostram um balanço positivo com um total de 17 milhões de receptores de TV digital comercializados. Só em 2011 foram vendidos mais de nove milhões de aparelhos entre todos os modelos disponíveis, que totalizam mais de 257 tipos de receptores, incluindo 39 modelos com o Ginga embutido.

“Se considerarmos que há cerca de 8,5 milhões de receptores de TV digital fixos nos lares brasileiros e, que a média de habitantes por domicílio é de 3,3, teremos 20% da população sintonizando gratuitamente a TV digital aberta. Em março de 2011, 45% do território nacional já possuía o sinal digital”, aponta Sergio.

Em uma recente palestra, o diretor de operações da rede Globo, Carlos Fini, afirmou que atualmente, existem aproximadamente 100 milhões de TV no Brasil, sendo que cerca de 70 milhões ainda utilizam tubo de imagem. A TV digital tem cerca de 17 milhões de receptores, existem quatro milhões de portáteis recebendo sinal One Seg, cerca de dois milhões de televisores possuem Ginga embutido e um cada cinco televisores são Smart TV.

O sistema ISDB-TB inclui avanços na codificação de áudio e vídeo, nos padrões de middleware e em vários outros pontos, enquanto mantém as características essenciais de robustez e eficiência que fazem do sistema nipo-brasileiro a melhor opção para o uso racional do espectro. Também oferece a possibilidade de transmissão através de um único canal para recepção fixa, móvel e portátil. Esta última possível somente no sistema ISDB-T, permite intensificar a relação dos telespectadores com a programação.

As expectativas iniciais do sistema nipo-brasileiro foram alcançadas e até superadas. Hoje, além do Brasil, Japão e Filipinas, oito países da América do Sul e dois da América Central adotaram o sistema ISDB-T. “Já os sistemas europeu (DVB-T) e norte americano (ATSC) não tiveram tanto êxito. Em função dos preços altos dos pacotes de TV móvel, a Europa está com muitas dificuldades nos seus serviços de TV móvel/portátil, por não conseguir atrair consumidores. No sistema DVB-T, a TV móvel é custeada pelo pagamento permanente do serviço adicional de TV ao plano de voz de um celular. Tais dificuldades fizeram com que a empresa de celulares Nokia desistisse da sua divisão de TV móvel”, explica Sergio.

O contrário acontece no Japão, onde a TV digital apresenta cada vez mais altas taxas de crescimento. O mesmo acontece no Brasil. “A escolha do padrão de compressão MPEG-4 AVC para o ISDB-TB mostra-se correta, pois atualmente vemos o grupo DVB da Europa, lançando o padrão DVB-T 2.0, que inclui o MPEG-4 AVC. O Japão está analisando como o ISDB-T original poderá evoluir para oferecer MPEG-4 AVC. Por sua vez os Estados Unidos, que não davam importância econômica para a mobilidade da TV digital, foram forçados pelas exigências de mercado a desenvolver e lançar em outubro de 2009, o padrão ATSC DTV Mobile Standard, que faz uso da compressão de vídeo AVC H.264 e compressão de áudio AACv2”, analisa Guaglianoni.

Os desafios
São muitos os desafios a serem vencidos para finalizar a implementação do sistema de TV digital no Brasil. “Para a maior parte da população, os preços dos receptores são elevados. Para as emissoras cabem as tarefas de encontrar meios financeiros para aumentar a sua oferta de programas em alta definição e ao mesmo tempo expandir a distribuição do sinal digital em todo o território nacional. Num país de proporções continentais como o nosso, isso certamente demandará vários anos para ser concluído plenamente”, diz o membro do Fórum.

Na opinião da atual presidente da SET, Liliana Nakonechnyj, talvez o maior dos desafios seja conscientizar a população que a TV digital está disponível, e que através de uma simples antena de UHF é possível receber gratuitamente, em suas residências, imagens e sons de qualidade ímpar no mundo.

Levar o sinal digital aos milhares de municípios brasileiros é um grande desafio, que demanda investimentos vultuosos e mão de obra qualificada. Segundo Liliana Nakonechny, “o sinal digital já pode ser recebido por metade da população brasileira, em sua maioria concentrada nos grandes centros”. Diante do caminho que se tem a percorrer, emissoras, fabricantes de transmissores, fabricantes de receptores, entidades, academia e governo estão buscando fortalecer o setor e vencer os desafios.

Ao Ministério das Comunicações cabe uma das maiores parcelas do desafio da interiorização: o de adequar o fluxo de trabalho interno para a aprovação de milhares de novas estações digitais a cada ano. Liliana lembra que o Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão Digital (PBTVD) também é um desafio. Ele é um plano de transição, que prevê canais para parear os analógicos outorgados até a data da análise, mas não considera as milhares de retransmissoras secundárias ou os outros milhares de pedidos de retransmissoras pendentes no Ministério.

Interatividade Ginga
O Ginga é o middleware para TV digital mais avançado do mundo. Emprega uma tecnologia que proporciona ao telespectador todos os meios para obter acesso à informação, educação à distância e serviços sociais, utilizando apenas a sua TV digital. O Ginga é uma especificação aberta, de fácil aprendizagem e livre de royalties, de modo que qualquer programador possa produzir conteúdo interativo, impulsionando a programação de TVs comerciais, educativas ou comunitárias. Com o Ginga, o Brasil tornou-se o primeiro país a oferecer um conjunto de soluções em software livre para TV digital. O Ginga é um middleware constituído por um conjunto de tecnologias padronizadas.

Entretanto, por razões diversas e totalmente alheias à fantástica eficácia do Ginga, a interatividade da TV digital no Brasil ainda não se consolidou. Não se cumpriram em larga escala ainda as promessas de serviços na TV aberta parecidos com os serviços da internet. Já existem diversos aplicativos no ar, mas por enquanto, poucas pessoas os vêem. Na opinião de Sergio, “a implementação do Ginga não está como se esperava porque houve demora nas negociações sobre os direitos de royalties da Sun pelo uso da linguagem Java no Ginga-J, seguido do tempo necessário para normatizar, tecnicamente, o Ginga pela ABNT, e mais recentemente ainda, pela necessidade de elaborar uma suíte de testes com o software, para assegurar a plena interoperabilidade dos sistemas. Estas dificuldades já foram superadas e agora o Ginga só tende a se expandir mundialmente”.

Após a redução dos investimentos no processo de interatividade com o Ginga, o governo percebeu que os trabalhos e investimentos devem ser retomados. O middleware nacional foi concebido com ferramentas flexíveis e poderosas, mas sua padronização só foi feita, até o momento, para seu perfil mais simples, explica Liliana. “A padronização de perfis mais avançados é necessária para que ele ofereça possibilidades realmente interessantes aos usuários, tais como interagir com a programação de TV através de dispositivos pessoais, ou fazer a ponte entre o mundo broadcast e o mundo broadband”.

Para o professor Guido Lemos, do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital da Universidade Federal da Paraíba, o Ginga abre um novo mercado e faz com que o software e as aplicações atinjam os telespectadores em suas casas. Hoje, tudo que pensamos no início para o Brasil, passa a valer para dez países latino-americanos, com potencial de atingir mercados também na África.

Perspectivas otimistas
Com a aprovação da Lei da TV por assinatura e o encerramento da consulta pública sobre a fabricação de aparelhos com o Ginga embutido, são grandes as perspectivas para 2012. Para Liliana, toda essa movimentação aumentará a responsabilidade da SET com relação ao seu objetivo principal de difundir as tecnologias mais avançadas aos profissionais do setor, de forma a apoiar as melhores ofertas à população brasileira. A nova lei da TV por assinatura, por exemplo, trará um enorme impacto ao mercado de oferta eletrônica de conteúdo audiovisual no Brasil e, consequentemente, à Engenharia de Televisão. A obrigatoriedade do Ginga nos aparelhos de TV abrirão espaço para a interatividade.

De acordo com o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa, existem algumas ações fundamentais que devem acontecer em curto prazo. A obrigatoriedade sobre a integração da interatividade nos dispositivos é uma delas. “O governo acompanhará junto à indústria de recepção este processo, porque esta questão irá, inicialmente, facilitar a conquista do projeto “Operador de Rede Comum da Rede Pública Federal”. Com a interatividade, os canais públicos federais são fundamentais para auxiliar a população, na área de saúde, educação, imposto público, segurança e outros”, diz.

Outra questão é a política de popularização do conversor. “Existem entre 60 e 80 milhões de brasileiros sem condições de trocar seus televisores, portanto necessitando do set-top box. Existe também a questão do incremento e fomento da criação dos conteúdos interativos e não interativos em High Definition. É necessário criar fonte de financiamento para os interessados em produzir em HD ou interatividade, não só estimulando essas emisdos sores em ampliar seus espaços em HD, mas também gerando mais empregos na área de software, vindo a incrementar o setor. E uma última questão, talvez a mais importante, é a do financiamento das emissoras de TV com relação a compra de equipamentos para fazer frente as entidade financeiras dessa migração. Isto já está em curso e o Ministro Paulo Bernardo já está à frente para estudar uma política específica para descobrir de que maneira podemos alcançar toda a população.

“Em conversa com os europeus, eles nos dizem que a questão da interatividade não decolou na Europa porque foi deixada a mercê do mercado. Em países como Itália, França e Inglaterra não houve uma política governamental. A nova tecnologia falhou também. Não adianta criar leis com relação à produção de equipamentos e conteúdo, se não ensinar a população a utilizar o controle remoto e explicar para que servem, por exemplo, determinados ícones na tela. Para essas novas tecnologias deve-se fazer a inclusão e a alfabetização digitais de uma forma bem didática, utilizando a TV e a internet.

Liliana afirma que além de manter as questões sobre TV digital em seu congresso nacional e nos eventos regionais, a SET continuará com os grupos de trabalho específicos em vários aspectos de TV digital. Entre eles estão: SET – Melhores Práticas – criado para promover a compatibilidade das transmissões à norma da TV digital; SET – Canalização Digital – que estuda as demandas de canais de TV para a transição analógico/digital, para o período pós-transição e dá apoio à Abert e ao Fórum SBTVD nos assuntos relativos ao espectro; SET – Loudness que recentemente entregou a recomendação da SET ao Ministério das Comunicações e à Anatel relativa às emissoras de TV. De acordo com Liliana, é possível que o mesmo grupo inicie também um estudo em conjunto com a ABTA relativo às operadoras de TV por assinatura”. A TV híbrida também é foco da SET, que está planejando iniciar um novo grupo de trabalho, para estudar este segmento.

Fórum SBTVD divulga pesquisa do IBGE
De acordo com os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sinal de TV digital aberta chegou a 457 municípios. Segundo a pesquisa, esses municípios possuem uma população de aproximadamente 86.641.005 pessoas, o que equivale a 45,4% dos brasileiros.

A maior parte desses municípios está na região Sudeste, que compreende os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, totalizando 159 municípios com o sinal digital de pelo menos uma emissora, a exemplo de Araguari (MG), que passou a fazer parte da área de cobertura no último mês de setembro, e Campos de Goytacazes (RJ), que teve o sinal digital inaugurado neste mês. A região Sudeste possui 59% de sua população com acesso ao sinal. Em São Paulo, cerca de 70% da população, ou seja, mais de 28 milhões de pessoas, estão cobertas pelo sinal digital. No Rio de Janeiro a cobertura atinge 65,7% dos habitantes, que podem receber o sinal da TV digital em televisores, dispositivos móveis ou em notebooks utilizando um aparelho com saída USB.

A segunda maior região com sinal digital aberto é a Sul, com 113 municípios cobertos, inclusive com mais de uma emissora em diversas cidades. Cascavel (PR), por exemplo, passou a receber a programação em alta definição da RPC, afiliada da TV Globo, desde outubro de 2011, além de já receber o conteúdo da TV Tarobá, afiliada da TV Bandeirantes. O estado do Paraná também passou a contar, em 2011, com a programação digital da RICTV afiliada da Rede Record em Curitiba. Em toda a região Sul, 37% da população moram em cidades com sinal de TV digital.

Em outubro, Fortaleza (CE) entrou para a lista da Record de afiliadas digitalizadas, por meio da TV Cidade. Na capital cearense, além da Record, é possível assistir à programação em HD da TV Verdes Mares (Globo), Rede TV!, TV Ceará, TV Jangadeiro (SBT) e TV União. Em todo o Nordeste, outros 80 municípios contam com o sinal da TV digital, correspondendo a 31% da população dos nove estados.

O Centro-Oeste, por sua vez, possui 67 municípios com o sinal da TV digital, com um alcance de 56% da população, enquanto o Norte soma 37 municípios que concentram 33% da população de todos os sete estados. Para ampliar esses percentuais, um dos principais objetivos das emissoras é interiorizar a transmissão do sinal gratuito a partir de 2012. Em Goiás, 59,6% da população vive em cidades onde já existe o sinal da TV digital – seja pela TV Anhanguera, TV Tocantins, TV Rio Vermelho, TV Serra Dourada ou Rede Record.

“Esses números consolidados mostram que as emissoras estão investindo fortemente na digitalização de suas transmissões, para que todos os brasileiros tenham acesso a essa nova tecnologia e possam desfrutar de uma qualidade de imagem muito superior e com recursos de interatividade sem nenhum custo mensal”, afirma Roberto Franco, presidente do Fórum SBTVD.

Mesmo diante deste cenário incentivador, as emissoras enfrentam desafios para disseminar o sinal digital. Para a implementação desta nova tecnologia existem investimentos e custos operacionais, é necessário uma enorme demanda de trabalho técnico, tem o treinamento das equipes para atuarem na nova tecnologia, sem contar a dificuldade para obter as licenças para as estações digitais que, de acordo com o Ministério das Comunicações, estão sendo feitos trabalhos para agilizar os processos.

Em paralelo a isso, “não se pode cessar investimentos na atualização de equipamentos de produção e na exibição de cada emissora ou até mesmo na substituição de equipamentos analógicos obsoletos. As equipes precisam continuar mantendo e operando a planta de transmissão analógica” relata Liliana, diretora de tecnologia de transmissão da TV Globo. Atualmente, a Globo possui 45 emissoras e várias retransmissoras que estão transmitindo o sinal digital, cobrindo cerca de 50% dos domicílios com TV. “Em 2012 deverão ser iniciadas as transmissões digitais em mais um conjunto expressivo de emissoras da rede, bem como retransmissores de cidades mais populosas. Nosso plano é acelerar ao máximo a implantação da TV digital para que a grande maioria da população brasileira possa celebrar a Copa 2014 em alta definição”, vislumbra.

Switch Off
Muitas são as dúvidas sobre o desligamento das transmissões analógicas de TV em 2016. As discussões entre governo e setores envolvidos – fabricantes, emissoras e entidades – giram em torno de questões como a oferta de sinais digitais e a base instalada de televisores com capacidade de recepção digital. Segundo André “o prazo médio para o switch off é de dez anos, até porque a população precisa de tempo para se estruturar e, então, receber o sinal digital. O nosso prazo está sendo cumprido e como nós temos dois grandes eventos no Brasil, foi solicitado pela presidente Dilma Roussef, que além da TV digital a banda larga também esteja funcionando.

O processo de implementação da TV digital desacelerou em 2011 quando o novo governo assumiu. Isso se deu em função da urgência em construir o prédio do plano nacional de banda larga antes da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “É necessário que haja uma banda larga com velocidade de tráfego razoável e é por isso que foi criada a Telebrás. Após seis meses voltados para a banda larga, em junho o processo da implementação da TV digital foi retomado com mais afinco.

O então Superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian disse que a Anatel tem trabalhado na administração racional e eficiente do espectro radioelétrico, de forma a permitir a convivência entre canais digitais e analógicos, livre de interferências, durante o período de transição entre as tecnologias, em observância ao que foi estabelecido pela Portaria n.º 652, de 10 de outubro de 2006 e pela Portaria nº 276, de 29 de março de 2010, ambas do Ministério das Comunicações.

A expectativa é que a cobertura da Televisão Digital Terrestre no Brasil seja igual ou superior à cobertura da televisão analógica atual, antes de 2016, ano em que está previsto o fim das transmissões analógicas. Assim, o objetivo é parear aproximadamente 6300 canais analógicos outorgados, e que atendem 2.200 municípios. Hoje o Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão Digital (PBTVD) já conta com quatro mil canais, o que permite o alcance de mais de 1000 municípios brasileiros.

A segunda parte do estudo realizado pelo CPqD sobre a destinação da faixa de 700 MHZ após a transição da TV analógica para a digital mostrou que em cinco capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília – faltarão canais se toda a faixa for destinada para a telefonia. O secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica de Massa do Ministério das Comunicações, Genildo Lins de Albuquerque Neto, defende que a decisão de ocupação dessa faixa seja tomada só em 2016, quando terminará o prazo para as emissoras migrarem do sistema analógico para o digital.

Apesar de reconhecer que o sistema digital ainda não está totalmente popularizado no país, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que medidas estão sendo tomadas no Ministério das Comunicações para acelerar o processo de digitalização das emissoras. “Esperamos que até 2016 já estejamos totalmente prontos para fazer o apagão analógico. Até lá as emissoras vão ter tempo para se adaptar e os próprios consumidores vão querer modernizar seus equipamentos, até mesmo porque teremos uma Copa do Mundo aqui no Brasil em 2014 e as pessoas já vão querer aproveitar a tecnologia”, avalia o ministro.

Para começar a transmitir em sinal digital, a geradora de TV precisa dar entrada no processo de consignação no Ministério das Comunicações. A assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações divulgou que até o fim de 2011, todos os processos de consignação de geradoras (as estações principais nas redes de televisão) seriam finalizados, segundo Lins. “Todas as 400 geradoras de TV espalhadas pelo país vão estar consignadas. Isso quer dizer que a emissora vai poder realizar transmissões digitais e analógicas, ao mesmo tempo, até que o sinal analógico seja definitivamente desligado, em 2016. Do total de geradoras, 100 ainda têm processos de consignação tramitando no MiniCom. Nós destacamos uma equipe específica de engenheiros para trabalhar na análise desses processos de consignação de TV, justamente porque queremos dar mais agilidade na finalização dessas demandas”, previu o secretário.

Lins disse ainda que no mês de setembro foram concluídos os processos de consignação de 19 emissoras, contra 3 processos finalizados entre janeiro e agosto deste ano. A partir de agosto, implementamos mudanças que simplificaram o processo.

Conforme a assessoria do MiniCom, o próximo passo no processo de digitalização da televisão no Brasil é a mudança para as retransmissoras (RTVs). O prazo para que as RTVs iniciem o processo de consignação no MiniCom termina em 2012. De um total de 6.000 emissoras em todo Brasil, apenas 1.700 já deram início ao processo. De acordo com dados da Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, 20 RTVs já estão consignadas e a meta é encerrar o ano de 2012 com 2.000 consignações concluídas para esse tipo de serviço.

A relação completa de municípios brasileiros com recepção do sinal digital de pelo menos uma emissora de TV está disponível no site oficial da TV digital: http://www.dtv.org.br

 

Gilmara é editora da Revista da SET. e-mail: [email protected]