O que é Avid Everywhere

Nº 145 – Set/Out 2014

REPORTAGEM

O diretor regional da Avid para América Latina, Ariel Sardiñas, conversou com a Revista da SET no SET EXPO 2014 para explicar um pouco melhor do que se trata a nova e enigmática visão da empresa.

Durante a NAB 2014, a Avid reservou para si o primeiro dia de atividades, ainda antes de começar as tradicionais conferências de imprensa. Na ocasião, a empresa norte americana organizou um grande evento para os jornalistas e profissionais do mercado onde seu CEO, Luois Hernandez apresentou a todos o Avid Everywhere. Alardeado como um novo conceito e visão de futuro da marca, para quem esteve presente no evento tudo soou mais como uma obra de ficção científica. A série de conceitos de fluxos de trabalho colaborativo, computação em nuvem e venda de ativos de mídia parecia incrível, mas anosluz de se tornar realidade para o profissional do broadcast brasileiro. Conforme os meses foram passando, pode-se observar a evolução de produtos e chegaram os primeiros cases de instalação das novas plataforma funcionando, o Avid Everywhere tomou uma forma mais real. Foi o momento então de nos questionar se de fato havíamos entendido do que se tratava esta nova visão. Aproveitando a presença dos principais executivos da marca no Brasil para o SET EXPO 2014, a Revista da SET conversou com o diretor regional da América Latina Ariel Sardiñas. Durante a conversa, o executivo frisou o empenho da Avid em construir a nova visão e nos explicou um pouco melhor do que se trata o conceito.


Revista da SET:
O que de fato a visão Avid Everywhere altera no dia-a-dia de quem trabalha com mídia?
Ariel Sardiñas: Em termos bem gerais, Avid Everywhere não é um produto, mas sim uma visão da empresa. E esta visão surgiu com o propósito de unificar a Avid com um propósito único, mas também para que o mercado nos visse como um todo, e tivesse certeza para onde estávamos indo. Em sua forma mais simples, é uma forma de poder unir os criadores de conteúdo com sua audiência. Nós queremos ser a plataforma que vai gerenciar este vínculo entre a criação e o consumo.
Esta visão não se dá somente por conceitos abstratos, mas tem uma base, que são os produtos que temos e todos já conhecem. Agora veja, para poder habilitar esta visão estamos desenvolvendo o Media Central Platform, que não é um produto que nasce hoje e termina amanhã, mas sim uma evolução de nossa tecnologia, baseada em quatro pilares fundamentais. Nestes pilares estamos cada vez mais introduzindo novas ferramentas, desde a criação de conteúdo, até a distribuição e a monetização.
Estamos abordando uma ampla linha tecnológica, desde a criação, até MAM, armazenamento etc., mas não pretendemos fazer isso sozinhos. Um dos pilares da Media Central Platform é o Conectivity Tool Kit, que é um sistema para facilitar a integração de produto de terceiros, para além de APIs e SDKs, para que eles possam nos ajudar a levar esta visão à algo tangível ao mercado.
Esta etapa, de integração com terceiros, virá na segunda geração do Avid Everywhere, que também integrará o Avid Marketplace público e privado. Estes “mercados” é algo que estamos implementando para poder maximizar o sistema de colaboração, não somente entre Avid e seus parceiros, mas entre a Avid e outros clientes e produtores de conteúdo independentes.

Revista da SET: Poderíamos dizer que o Conectivity Tool Kit é algo que vai permitir transformar o Media Central Platform em algo como o Android ou iOS (sistemas operacionais de smarthone), que oferecem ferramentas para que desenvolvedores criem aplicações?
Ariel Sardiñas: Sim, este é um modelo que estamos emulando com nossa plataforma. O Conectivity Tool Kit vai permitir aos desenvolvedores de aplicações trabalhar sobre nossa plataforma, permitindo que o Media Central Plataform se converta no “sistema operacional” da indústria de televisão e que os aplicativos sejam próprios da Avid e de Terceiros.
Os Public e Private Marketplace surgem então para unir este entorno, esta comunidade profissional. Seguindo sua analogia, poderíamos compará-los aos desenvolvedores de Apps para celular, ou seja, vai permitir que as pessoas possam desenvolver aplicações de filtro ou de efeitos sonoros, por exemplo, e possam comercializar isso em um mercado público, da mesma forma que hoje alguém compra um App e sabe que vai funcionar em seu celular.
No mercado privado a ideia é poder habilitar fluxos de trabalho colaborativos entre agências de publicidade e produtoras, por exemplo, entre um canal de televisão e um parceiro, de forma protegida e confiável. É uma visão bastante audaciosa e o tempo dirá se dará certo. Nosso CEO está empenhado que isso seja uma realidade.

Revista da SET: Quando falamos de “Marketplace”, estamos falando de uma grande quantidade de servidores em nuvem para hospedar todas estas aplicações. Como a Avid pretende lidar com isso?
Ariel Sardiñas: A postura da Avid é de não dizer ao cliente como ele deve implementar sua visão de futuro. O que queremos é oferecer a possibilidade que seja tanto em uma nuvem privada, como pública, ou híbrida. Isso vai depender muito do que o cliente aspira. Da mesma forma que queremos oferecer uma filosofia de licença muito diferente do que temos hoje, que é permanente. O que queremos é implementar, sobretudo na América Latina, é poder utilizar licenças flutuantes, por exemplo, ou por assinatura, onde uma universidade poderia valer-se de uma licença flutuante, dependendo da quantidade de estudantes, por exemplo.

Revista da SET: Ou seja, partir para o já conhecido conceito de SOA (Software as a Service)?
Ariel Sardiñas: Exatamente. E isso é o cerne da coisa. O próprio Media Central é uma Service Oriented Platform (Plataforma Orientada à Serviço), para poder habilitar seu fluxo de trabalho.
Esta é a visão da companhia. É claro que ainda continuamos trabalhando em desenvolver nossos produtos, como Media Composer, Pro Tools, Isis, mas com o tempo, nossa plataforma central, o Media Central, será onde acontecerá todo o trabalho pesado (processamentos), todo o back-end, e as aplicações ficarão muito mais leves
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