O negócio da televisão em busca de sua metamorfose

O presidente e CEO da NAB, Gordon Smith, aproveitou seu discurso de abertura para destacar a importância de se investir em tecnologias que promovam a entrega do conteúdo em qualquer plataforma ou formato. Apesar da feira ter o tema Metamorfose, o CEO disse que o broadcast jamais perderá a relevância que sempre teve na história, mesmo com o advento da entrega de conteúdos em devices móveis

Nº 132 – Abril 2013

Por Alexandre Minghini, Fernando Moura e Flávio Bonanome

REPORTAGEM

Com o tema Metamorfose, a edição 2013 da NAB realizada na mesma Las Vegas que há muitos anos evoluiu de um deserto longínquo à uma das cidades mais iluminadas do mundo, reuniu profissionais de todo o globo – preferencialmente das Américas – e convidou os participantes a (re)pensar a mutação que o mercado de broadcast atravessa. Mas, uma câmera com super resolução, uma atualização de software, ou um estande com som alto, muito LED e jovens se acotovelando para conseguir algum souvenir são coisas que nós já sabíamos que iríamos encontrar no Las Vegas Convention Center entre os dias 06 e 11 de abril. O que ainda ficou só na expectativa, no casulo, talvez seja a apresentação de um novo modelo de negócio que irá justificar investimentos em praticamente todos os setores do universo audiovisual – mesmo que os argumentos das marcas sejam convincentes. No intuito de transportar o seu leitor para dentro dos corredores da Feira, conferir as novidades tecnológicas e tirar suas próprias conclusões quanto a real metamorfose do setor, a equipe da Revista da SET preparou uma cobertura que será apresentada em duas partes. Confira a seguir a primeira parte de nossa visita a maior feira de broadcast do mundo.
Em mais um ano de recuperação de um mercado abalado por crises, dificuldades de investimentos e dúvidas quanto a transição de tecnologia e modelo de negócio, a edição 2013 da NAB reuniu mais de 92 mil visitantes vindos de mais de 155 países com 1575 empresas expositoras, 500 sessões de conferências e mais de 1300 jornalistas credenciados. Realizada no Las Vegas Convention Center, entre os dias 06 e 11 de abril, a feira apresentou novidades em equipamentos, soluções tecnológicas e ferramentas que prometem marcar o setor em suas mais diversas etapas da produção, edição e distribuição.
Se pensarmos o caminho que a luz percorre ao entrar na lente da câmera, ser dividida em diversos bits e sair pela tela da TV do telespectador, a NAB faz jus às suas proporções. Nossa equipe encontrou novidades no setor de captação, distribuição e gestão de conteúdo, transmissão e muito mais. Multiplataforma, multiformato, anywhere, everywhere, enfim, a multiplicidade do conteúdo foi sem dúvida um dos pontos fortes da feira por se tratar tão exaustivamente da utilização do 4K.
Caminhões, estúdios, encoders, sistemas completos, câmeras de alta velocidade e compactas, enfim, por todos os lados as novidades de alguma forma ou de outra acompanhavam a produção já em 4K. Por alguns segundos, um estudante desavisado, ou um entusiasta do audiovisual poderia pensar que o 4K já se trata de um formato padrão, de tanto que se fez presente entre os estandes. Muito diferente do oportunismo do 3-D, em 2011, o 4K já está presente no DNA de algumas marcas e realmente não deve tardar para virar uma versão standard de produção.
Seguindo o caminho da luz pelo ambiente de uma emissora, o nosso caminho pela feira mostrou que realmente as marcas estão pensando em grandes formatos. Soluções para conversão, gestão, emissão, grafismo, já anunciavam que estão prontas para a chegada de novos formatos. A multiplataforma também chamou a atenção, pois, talvez uma metamorfose que já esteja em fase de se concluir, seja a utilização de devices móveis complementando a boa e velha televisão da sala.
No outro extremo, a entrega e transmissão do sinal, talvez guarde o grande segredo para o andamento de todo o resto da evolução que vive hoje o setor broadcast. Isto, pois o hábito de consumir o conteúdo audiovisual, pelo espectador, está em transição. E é na arte de encanta-lo e atende-lo ao espectador que se encontra a receita para alinhar a migração da tecnologia. Neste ponto, a equipe da Revista da SET pode conversar, sem pensar em excessos e exageros, com profissionais e fabricantes que estão diretamente ligados à forma de se distribuir o sinal de televisão – e isso inclui rádio frequência, micro-ondas, IPTV, OTT, VoD.

Mas a feira não é mais só tecnologia sobrepondo tecnologia. Atualmente, a NAB tem se mostrado um local para discussão de tendências, apresentação de conceitos e tentativas de implementação de modelos de negócios. Ou nas palavras de seu vice-presidente executivo, Dennis Wharton: “Mais uma vez, a NAB serve como evento de lançamento de tecnologias de conteúdo para os profissionais de comunicação de todo o mundo. Estamos entusiasmados com o apoio contínuo de nossos expositores e participantes, e felizes que a marca da NAB continua sendo uma força poderosa para permitir o avanço tecnológico nos meios de comunicação e entretenimento”.

Captação, a luz em grandes formatos
A NAB 2013 deixou claro que o 4K já é uma realidade, que a tendência é ir ainda mais longe chegando ao 8K, e que a questão da indústria é estabelecer como os broadcasters implementarão a tecnologia 4K em suas emissoras e produtoras de TV. Outra coisa que ficou definitivamente esclarecida nesta edição é que o HD parece ser uma tecnologia ultrapassada e que o 3-D não vingou na indústria da TV. As multiplataformas parecem ser a tendência e o lugar onde mais rapidamente poderá chegar o 4K, já que as principais marcas, players e distribuidores acreditam que a tecnologia 4K está pronta, é viável e pelos muitos profissionais já está sendo utilizada para a produção. Após uma análise detalhada de alguns estandes e conversas com representantes entusiastas, basta saber quando será a vez do 4K na TV Aberta?
Encabeçado pelas grandes marcas, o 4K foi eleito um dos pontos fortes da feira este ano. Por isso, diversas empresas apresentaram câmeras, sistemas de replay e soluções para a realização de produções ao vivo em 4K. O que resta é saber como utilizá-la ao vivo?
Mas, esta claro que a aposta neste novo modelo é forte, por isso a Blackmagic voltou a agitar a NAB. Esta vez com a apresentação da câmera Blackmagic Production Camera 4K e do ATEM Production Studio 4K. A primeira é uma câmera, a Production Camera 4K, como seu nome indica, grava em resolução 4K utilizando seu sensor Super-35mm. A nova câmera da Blackmagic gerou uma enorme agitação nos corredores da NAB 2013 devido a sua qualidade, tamanho e, principalmente, preço.
A pequena câmera Blackmagic Production Camera 4K é compatível com objetivas EF e formatos de arquivo comumente utilizados na indústria cinematográfica, como CinemaDNG RAW e Apple ProRes 422 (HQ) arquivos em 4K. E por falar em lentes e objetivas, talvez a única limitação da câmera seja ter deixado as PL Mount de fora de seus planos.
Por outro lado, o ATEM Production Studio 4, da marca australiana, chega ao mercado como o primeiro switcher de produção do mundo Ultra HD 4K que permite a produção ao vivo no Ultra HD 4k com até 8 entradas, sendo que 4 delas são 6G-SDI e as outras HDMI 4K, incluindo geração de gráficos interna.
O ATEM Production Studio 4K inclui um painel de controle ATEM Software para Mac e Windows que oferece controle completo do switcher desde um laptop ou computador. Este software fornece o controle completo de transições, keyers, entre outros. Os usuários que queiram utilizar um painel de controle de hardware tradicional podem adicionar um Painel de transmissão ATEM de1 M/E ou um Painel de Transmissão ATEM de 2 M/E, e dessa forma operar da forma tradicional.

O switcher também possui um multiviewer integrado para 8 entradas, pré-visualização e feeds de programas. As saídas de multiview estão em HD, o que possibilita o uso de qualquer TV ou monitor HD, mesmo ao utilizar Ultra HD. Um programa de conversão de saída permite que um trabalho feito em Ultra HD receba feeds em HD. Ainda, possui uma saída auxiliar, painel frontal feito de metal usinado e botões que permitem fazer mudança de auxiliares ao vivo em seu painel frontal. Para auxiliar essa tarefa, o switcher possui também uma tela em LCD.
Grant Petty, CEO da Blackmagic Design disse que a produção ao vivo é a maneira mais rápida de gerar enormes quantidades de conteúdo Ultra HD rapidamente. “O ATEM Production Studio 4K é perfeito para esse mercado e acreditamos que se tornará o centro de produção Ultra HD ao vivo”.
Mas, falando das câmeras broadcast das empresas tradicionais da indústria, a Sony, acompanhando o cenário internacional, apresentou uma serie de produtos da linha profissional em 4K com destaque para o adaptador HXR-IFR5, para o gravador 4K AXS-R5, para a câmera NEX- -FS700, o novo monitor de LCD 4K PVM-X300 e deu um grande destaque no seu estande há uma sala de projeção com o recém- -lançado projetor 4K SRX-R515. Ainda, vale destacar o adaptador CA-4000 para as câmeras PMW- -F5 e PMW-F55 e os protótipos de monitores profissionais OLED 4K. O novo diretor da Sony Brasil, Luiz Padilha, até então vice-presidente da divisão Broadcast & Professional da Sony América Latina, regressa ao país após vários anos no comando da PSLA (Sony Professional Solutions Latin America Division) justamente para impulsionar tantas ações acerca deste tema e não só. O anuncio foi feito durante o tradicional seminário realizado para os visitantes brasileiros na NAB 2013. Dias depois, no SET e 30, Padilha afirmou que a Sony vai “fazer testes de engenharia com a HBS [Host Broadcast Services] e a FIFA para realizar transmissões em 4K, ao Vivo na Copa das Confederações da FIFA que acontece em junho, no Brasil. Somente em forma de teste para assim, talvez, ter na Copa do Mundo uma utilização de conteúdo 4K, comercialmente”, disse Padilha.

Pela sua parte, Luis Fabichak, gerente de marketing de broadcast da Sony Brasil, comentou que “a qualidade da programação HDTV originada no formato 4K é muito superior à atual e permitirá tanto às emissoras como produtoras construírem agora, catálogos com conteúdo de alta qualidade para o futuro. A tendência para os próximos grandes eventos internacionais é que sejam produzidos com a nova tecnologia 4K ao vivo”, completa Fabichak.
Assim, para Hugo Gaggioni, CTO e VP de soluções profissionais da América Latina da Sony, o 4K é uma realidade, o “que resta saber é como isto vai ser implantado nas emissoras para poder ter um fluxo de produção e emissão neste sistema. Mas, para produção está pronto”.
Para Gaggioni o HD se tornou “inocente” e muito simples, por isso todos os fabricantes “estão trabalhando em 4K porque há uma grande demanda de consumo nesta área devido, entre muitas coisas, ao monitores e telas em ultra definição. O que resta saber é como se fará a transmissão. De resto, os meios multimídia estão avançando muito mais rápido que os broadcasters”.
A Canon apresentou o C500 Live 4K image, além de um fluxo de produção completo em 4K que envolvia um estúdio e um switcher completo com a tecnologia para mostrar a força que tem alcançado esta nova tecnologia. “O que estamos mostrando é um sistema completo de produção em 4K. Por enquanto, as TVs estão começando a produzir em 4K, mas sem aproveitar a maior qualidade desta nova tecnologia. A maior parte utiliza esta tecnologia para arquivo, a nossa ideia é que no futuro seja tudo feito e transmitido em 4K”, explicou José Alvarado, diretor de vendas para América Latina da divisão broadcast, comunicação e tecnologia da Canon.
“América Latina tem mercado para a C500 e para seu fluxo de trabalho em 4K. Os mesmos broadcasters que produzem novelas na região estão comprando o equipamento, a nossa ideia é apresentar um modelo que possa servir para a emissão ao vivo em 4K”, comentou Alvarado.
Por outro lado, a FOR-A trouxe para NAB 2013 a FT- -ONE, a primeira câmera de alta velocidade do mundo, full 4K com frame rate variável que permite realizar super slow motion em 4K. Esta câmera grava com uma resolução 4K até 900 quadros por segundo (fps). Assim, este dispositivo incorpora o inovador FT1-CMOS, um obturador de sensor CMOS colorido. O FT-ONE CMOS foi desenvolvido pela FOR-A para gravar em formato RAW nativo em alta velocidade para a memória RAM interna. Desta forma, o material pode ser transferido para cartões de memoria SSD ou inserida no fluxo de trabalho, por exemplo, de uma emissora tanto em 4K como em 1080i.
Para Pedro Silvestre, diretor de vendas da FOR-A Corporation of America, o conceito da empresa norte-americana é “alta velocidade em 4K para poder tirar da imagem utilizada nos replays, as melhores cenas das jogadas dos eventos esportivos que possam mostrar o lance, nos mínimos detalhes. Esta tecnologia tem aplicações em esportes nos Estados Unidos para determinar o resultado de um jogo, como por exemplo, nos jogos de futebol americano onde os árbitros podem visualizar a imagem, detalhada, antes de definir o que apitar. Isto gera um benefício muito importante em nosso produto, porque não só são mostradas ao público senão também aos árbitros”.

Assim, para Silvestre o 4K precisa ser explorado ainda mais. “Existem muitas aplicações deste tipo que ainda podem ser utilizadas. Nossa FT-ONE permite captar imagens e transmitir em 4K para telas gigantes, cinemas, multiplataformas e aproveitar todos as diferenças que uma imagem deste tipo pode proporcionar ao telespectador. Acredito que a emissão broadcast é só uma parte do mundo 4K, a outra, a maior, esta fora dela”.
E há mais produtos e protótipos com tecnologia 4K, mas esses serão analisados na próxima edição da Revista da Set. Entre os mais importantes, as novidades da EVS que pretendem incrementar as transmissões de eventos esportivos com sua nova solução de replays em 4K.
Mas, o 4K não foi lançamento em todas as grandes marcas, a Panasonic e a JVC revelaram que ainda preferem produzir tecnologia para HD e apresentaram uma série de inovações dentro deste nível de produção.
Mas isso não é tudo, uma centena de novidades visaram outro nível de produção, o HD (1920x1080p) e o 2K (2048x1080p). E não só, nos corredores da NAB 2013 encontramos uma centena de novidades que visaram outro nível de produção. Nesta linha caminharam os destaques que a Panasonic apresentou em Las Vegas, como por exemplo a câmera AJ-PX5000G e o gravador AVC-Ultra AJ- -PD500, os dois com tecnologia AVC-Ultra. A AJ-PX5000G, a sua primeira câmera P2 HD, com gravação nativa AVC- -Ultra e com entradas de cartões de memória micro P2. Esta câmera de ombro, oferece pela primeira vez em P2 HD, gravação em 1080/50p, além de 1080/50i e 720/50p graças aos seus três sensores MOS de 2.2 milhões de pixels com uma resolução horizontal de 1000 linhas e uma sensibilidade de F13. Também foi apresentado o AJ- -PD500, o primeiro gravador P2HD com gravação nativa AVC-ULTRA e entradas de cartões de memoria microP2.

Esta nova câmera lançada na NAB 2013 tem a capacidade de gravação AVC-LongG e AVC-Intra100/50 e com ela, a gravação dos codecs DVCPROHD, DVCPRO50, DVCPRO e DV de forma opcional. “O AVC-LongG, foi desenhado para aplicações onde o tamanho do arquivo é muito grande, pelo qual o dispositivo oferece a possibilidade de gravar a 10 bits em 4:2:2 com arquivos muito menores economizando em custos e tempo de transferência em relação ao MPEG-2”, explicaram os responsáveis da marca. Ainda, é possível realizar masterizações de alta qualidade mediante o AVC-Intra Class200 que proporciona compressão sem perda de visual.
Uma outra qualidade é que este novo dispositivo pode ser utilizado remotamente através de uma conexão sem fios ou por cabo, seja por Wi-Fi ou Gigabit Ethernet. Ainda, é compatível com diversas soluções para transmitir vídeo em tempo real sobre redes de telefonia móvel.
Pesando menos de 3.8 kg, a AJ-PX5000G tem duas entradas microP2, uma entrada SD para Proxy e metadados, e duas entradas para cartões P2 padrão. Esta equipada com funções CAC, DRS e FBC e possui saídas 3G-SDI, HD-SDI, HDMI, como uma interface USB 3.0.
A marca japonesa lançou ainda, o primeiro gravador P2HD com gravação nativa AVC-Ultra, duas entradas para cartões de memoria microP2, duas para cartões P2 padrão, e uma entrada SD para Proxy, metadados e reprodução AVCHD, ou AJ-PD500.

Este gravador possui um desenho robusto, porém pequeno já que ocupa apenas a metade de uma unidade de rack sendo apto para produções em exteriores já que trabalha com alimentação de bateria de 12V; além de pesar menos de 2 kg. Este dispositivo oferece gravação de amplo range de qualidade – desde o AVC-Intra 200/100/50, AVC-LongG 50/25 até o AVC-Proxy. O PD500 converte a gravação em qualidade master AVC-Intra 200 facilmente, pela sua versatilidade, rentabilidade e portabilidade.
Além da tecnologia 4K, a Sony trouxe, também a NAB 2013, a câmera HDC-2570 com interface Digital Triax 3G que antes possuía suporte para 3G apenas com a interface de fibra óptica, que permitia obter resoluções 1080p50/60. A PMW-400, câmera da linha XDCAM-EX também foi lançada em Las Vegas para substituir a PWM- 350, “já consolidada no mercado mundial e brasileiro de câmeras ENG com sistema de gravação em cartões de memória SxS. A grande novidade da PMW-400 é o suporte nas gravações do formato MPEG HD 4:2:2 50 Mbps”, explicaram os responsáveis da Sony Brasil.
Outro lançamento interessante da NAB 2013 foi o da junção da Ikegami e a Arri com a HDK-97ARRI, um novo dispositivo que casa as tecnologias das duas empresas e lança um novo sistema combinando o ARRI Large Format Super 35mm Sensor CMOS com Ikegami Unicam HD Docking Style Camera.
Segundo explicaram os responsáveis da Ikegami em Las Vegas, a HDK-97ARRI é “a poderosa união da tecnologia entre dois líderes da indústria. Esta é uma câmera broadcast de produção e transmissão com características de cinema digital. Em um desenvolvimento significativo, o HDK-97ARRI torna possível utilizar um sensor de grande formato em multicâmera. O resultado é o “melhor dos dois mundos”, o da produção especial e o da produção ao vivo. “Agora, podemos utilizar esta câmera em aplicações de estúdio multicâmera e campo, incluindo a operação da câmera de transmissão convencional e o clássico controle do operador de vídeo de várias câmeras através de CCU”.

Com um sensor CMOS Super da ARRI de 35 mm, a HDK-97ARRI com um circuito de apoio associado, o sistema fornece tais qualidades cinematográficas como renderização de cor natural, excepcional faixa dinâmica e frame rates progressivos de 23.98 p. Ainda, possuí conexão de fibra para o cabo da câmera usando até 2 km SMPTE (297M para SDI x Fibra Óptica). Ainda, operação em formatos padrão e 3G, incluindo 1080/23.98psf 4:4:4; ECC variável (correção eletrônica de temperatura de cor); viewfinders diferentes de 2 polegadas, 7 polegadas e 9 polegadas disponíveis; interface de lente objetiva elétrica para lentes objetivas PL com íris manual ou automático (zoom servo e foco); e todos os wide range da ARRI.
“A ARRI se orgulha de estar colaborando com a Ikegami, uma empresa que tem sido um verdadeiro líder no campo da imagem da televisão profissional desde os primeiros dias do vídeo”, disse Franz Kraus, diretor administrativo da ARRI. “A parceria representa uma grande oportunidade para ambos, mas o mais importante é que combina a alta gama dinâmica e estética cinematográfica do nosso sensor de 35 mm com um sistema de câmera de transmissão que cria novas oportunidades para os clientes com as melhores tecnologias de ambos os mundos.”
Pela sua parte, Naoki Kashimura, diretor do conselho de administração, estratégia de produto e marketing da Ikegami, disse em comunicado que está muito satisfeito com a parceria com a ARRI já que “há muitos traços comuns entre as duas empresas – incluindo a nossa visão e abordagens para a produção. Esta câmera estabelece um casamento mais refinado entre o front-end da ARRI, com os mais altos níveis de know-how para o mercado de cinema digital, e o back-end da Ikegami, que é conhecido em todo o mercado de broadcast pela sua tecnologia de processamento de vídeo em tempo real. Acreditamos firmemente que o HDK-97ARRI é um sistema de câmera topo de linha, que será reconhecido como inovador em todo o mundo.’’
Pela sua parte, a grande novidade da JVC foi o lançamento da GY-HM70 ProHD, uma câmera de ombro, pensada para reportagem e diretos de jornalismo, Full HD com registros de 1080/60p, 1080/60i, e 480/60i (SD), com um sensor de imagem CMOS 1/2.3-inch de 12 megapixels, gravando no formato AVCHD progressivo a 28 Mbps para cartões de memória de estado sólido duplo. Também permite gravação de vídeo de alta velocidade para cenas em câmera lenta, a 300 fps (resolução de 720×480).
A GY-HM70 está equipada com uma “objetiva grande angular de 29,5 mm de alta qualidade que oferece um desempenho de zoom dinâmico 16x. Oferece um estabilizador de imagem óptico, foco automático e foco auxiliar”, explicou Pedro Luiz Mees, gerente comercial da JVC para América Latina para quem a maior virtude desta câmera é “que ela funciona com 3G realizando web streming e não é só. Com um computador tendo VLC e uma boa placa de vídeo posso fazer streaming para internet e com algum decoder do mercado posso decodificar H.264 e enviar para a emissora um sinal HD”.

Em comunicado, a JVC Professional Products Company afirmou que a inovação continua definindo sua linha de produtos. “Mas, o ProHD ainda mantém o seu fluxo de trabalho em MPEG-2, proporcionando um nível de consistência que é importante para as emissoras. E nós expandimos nossa linha de câmeras ProHD para fornecer modelos que atendam às necessidades de produção de estúdio, EN, e jornalismo multimídia”. Nesse sentido, Mees anunciou que a JVC vendeu mais de 500 unidades da GY-HM70 ProHD para a BBC de Londres que pretende utilizar a câmera em exteriores nas afiliadas que a emissora tem em todo o mundo. “Isso mostra como estamos produzindo para o mercado. A BBC gostou da hipótese de utilizar a câmera em externa, emitir por streaming e poder conectá-la através de IP para controlar todos os parâmetros por controle remoto, desde foco, íris, até as funções mais avançadas do menu, ou seja, o operador tem remotamente mais acesso a câmera que teria se utilizasse um CCU”.
A Grass Valley anunciou na NAB 2013 o GV Director Integrated Non-linear Live Production Center. Segundo os responsáveis da marca, muito mais do que um switcher de produção, “um novo paradigma dinâmico de fluxos de trabalho de produção” que trabalha de uma “maneira simplificada e entrega conteúdo ao vivo através de múltiplas plataformas de distribuição. O GV Director é adequado para todos os ambientes de produção, tais como igrejas, ampliação de imagem (IMAG), instituições de ensino, bem como locais fixos, estúdios de produção e caminhões de externa”, explicou Mike Cronk, vice- -presidente de marketing da Grass Valley, para quem “o GV Director é apenas uma parte da estratégia de oferecer aos seus clientes soluções de baixo custo, o trabalho eficiente da Grass Valley”.
O GV Director funciona com um painel de 26 botões com rótulos OLED, T-bar e um sistema touchscreen de 8 polegadas. O sistema permite inserir gráficos em tempo real, efeitos e mídia baseada em arquivos.
Nesse sentido, a Ross Video, apresentou o Vision Octane Production Switchers Go 3G. Este switcher utiliza a nova tecnologia de processamento de 1080p (3G). O Vision 3G da Ross Video foi construído com base na engenharia do Octane, mas como a inclusão do novo FPGA (Field Programmable Gate Array), um novo conceito tecnológico que permite a produção de 1080p sem redução de recursos do sistema.
Este novo switcher chega ao mercado com as mesmas opções de chassi do Octane, mas está equipado com novas placas de processamento de vídeo que não só trabalham em 1080P/50 ou 1080P/60, senão que também adiciona um sistema dual de 2D DVE resizers e combina cada chave MLE, bem como mais dois canais DVE para transições. Isso faz que o Vision 3G possa criar até 8 shots box em cada MLE do sistema e produza transições dinâmicas. Além disso, a Vision Octane 3G ampliou significativamente o MLE Media Stores, permitindo que cada MLE possa segurar até 8 GB de armazenamento e realizar o playout gráfico.
Para Juan Ortolan, diretor de vendas para América Latina, o importante é estar perto das necessidades do mercado, por isso, explicou na estande da Ross Video na NAB 2013 que foi lançando em Las Vegas o Carbonite 10, um switcher MLE, uma evolução dos Carbonite 1 e 1M, uma versão mais simples e acessível para o mercado. Este novo painel de controle está disponível com 16 ou 24 entradas SDI Multi-definição e 9 entradas externas. O novo Carbonite 10 pode ser configurado com el novo sistema Carbonite+ e possui processamento multimídia além de possuir as novas interfaces gráficas LiveAssist e MediaManager da Ross Video.

“O sucesso do Carbonite é notável e continua a exceder as nossas expectativas. Este switcher já vendeu mais de mil sistemas desde a sua introdução”, afirmou Nigel Spratling, Diretor de desenvolviemnto de switchers da Ross Video. “Isso porque na Ross Video ouvimos atentamente os nossos clientes para ajudar a tornar os nossos produtos melhores. Com isso, entendemos que muitos gostariam de adquirir um Carbonite, mas estava fora do seu orçamento. Assim, criamos o Carbonite 10 para fornecer um switcher de baixo custo, mas com muita potência e a um preço mais acessível “.

Todas as perspectivas
Da cabeça ao bolso, na terra, no céu, na água e no ar, o melhor ângulo, a melhor tomada e a busca pelo quadro perfeito parece definitivamente a busca pelo quadro perfeito parece ter sido alcançada. Foi surpreendente ver o que as marcas estão oferecendo para esportes, jornalismo ou ficção.
Mesmo não sendo mais uma grande novidade no pavilhão central da NAB, o estande da GoPro não trazia mais uma espetacular novidade compacta e dinâmica como nos anos anteriores, fora a atualização de firmware que resolve o “congelamento” momentâneo que a câmera HERO 3 estava apresentando, o que chamou a atenção da nossa equipe foram as diversas soluções de periféricos encontradas para este equipamento. Steadicams, suportes, monitores e até mesmo uma aplicação que proporciona uma visão 360º do ponto de gravação puderam ser encontrados em pequenos estandes e circulando pela feira.

Também compacta, mas altamente poderosa, a câmera de bolso apresentada pela Blackmagic colocou o estande da canadense mais uma vez no hall dos mais visitados da feira. A Blackmagic Pocket Cinema Camera é uma ferramenta para ser utilizada em todos os ambientes que a já conhecida Blackmagic Camera Cinema normalmente não seria a mais indicada. “Criada para ser uma câmera de rápido manejo e fácil de operar, a nossa Blackmagic Pocket foi projetada devido aos vários pedidos que tivemos por algo ainda mais compacto e de comprovada qualidade e definição que a Blackmagic Cinema Camara que lançamos no NAB 2012”, comentou Dan May, presidente da Blackmagic. Com um sensor super 16mm, pode ser utilizada com jogo de objetivas MFT, captura em HD (1080p), com PRO-RES e compressão CinemaDNG. “Sua utilização não difere em nada uma máquina voltada para consumer, você grava em cartão SD que é só colocar, gravar e tirar. Com uma bateria que carrega na tomada normalmente”, completou May.

Com data de distribuição prevista para julho de 2013, a Blackmagic Pocket Cinema Camera sairá por U$ 999 nos EUA e segundo seu presidente não deve ser apenas uma GoPro de luxo. “É um pouco dos dois. As pessoas que são cinematógrafos e diretores independentes podem fazer uso da câmera tal qual o público de consumer. Profissionais que querem tomadas com qualidade em lugares onde uma câmera de formato padrão não entra, como um lugar apertado, dentro de um carro, numa zona de guerra. Há milhares de aplicações possíveis. No fundo é só uma câmera high-tech, linda e acessível”, finalizou.
A NAB mostrou uma série de novas câmeras e dispositivos de captação de imagens que trazem um variado leque de possibilidades para os broadcasters, desde câmeras 8K até câmeras de ombro com web streaming passando pelas opções de cinema e as mais económicas para esportes radicais. Por isso nos corredores da edição 2013 da NAB foi possível ver desde dispositivos de captação colocados em helicópteros com autonomia de 6 horas e hipótese de emitir um sinal HD até a 20 km da antena de recepção até câmeras instaladas em capacetes, carrinhos a controle remoto, etc. A premissa da indústria é transmitir de onde estiver, captando qualquer quadro sem limitações de ângulo e com as melhores soluções de envio e recepção de imagem. Por isso, já é possível colocar uma câmera da RED em um helicóptero telecomandado, colocar câmeras de ultra alta definição em carros telecomandados ou colocar uma objetiva PL Mount, da Canon, em um sistema da Gates Underwater Products.

A gestão do conteúdo
Desde a chegada da tecnologia tapeless que as emissoras e produtoras de conteúdo têm se equipado e migrado para tecnologias que facilitem e tragam agilidade para o workflow da empresa. Segundo Arnault Lannuzel, diretor de vendas para América Latina da Broadpeak, o conteúdo está na ponta da fila puxando e impulsionando as mudanças. “Estamos tendo vários tipos de mudança, principalmente na produção, preparação e distribuição de conteúdo. O conteúdo está mudando e todos os setores devem se adaptar. Essa migração vem nestes três setores”, contou.
A popularização do Cloud Computing torna o trabalho da Midia Asset Management cada vez mais simples para os gerentes de conteúdo dentro das grandes emissoras. Soluções simples, baratas, baseadas em interfaces intuitivas pipocavam em cada canto da feira, como se uma porção de empresas tivesse entendido que este é um caminho extremamente lucrativo, mas o mercado ainda não tivesse se decidido por um padrão de trabalho.

Uma destas empresas é a Signiant. A prestadora de serviços hospeda um serviço para agilizar o processo de envio, recebimento e partilha de arquivos, tudo baseado em uma interface de Web Browser, podendo acessar os conteúdos de qualquer lugar. Para o NAB 2013, a marca estava demonstrando o Media Shuttle, que é uma solução para transferência de arquivos, sem restrição de tamanho que promete uma velocidade maior do que a transferência de servidores públicos ou tradicionais FTPs. A vantagem do sistema é ainda uma ferramenta de checagem de envio, impendido que arquivos errados, corrompidos ou com XMLs faltantes sejam encaminhados.
Media Asset Management não é nada sem uma grande capacidade de armazenamento de informação. Além dos sistemas e fluxos de trabalho capazes de criar metadados e realizar pesquisas rapidamente, é preciso que a emissora faça um grande investimento em equipamentos de armazenamento para garantir que todo conteúdo esteja em condições de uso quando necessitado.

Por conta disso, muitas eram as empresas do ramo que fizeram questão de trazer suas soluções para demonstração durante a feira deste ano. “Antigamente, toda sequência filmada que não era considerada ‘boa’, era descartada. Hoje os profissionais perceberam que todo conteúdo é bom, desde que possa ser monetizado”, afirmou Alice Borda, representante da marca no evento. Neste cenário, para que seja possível tornar rentável o reaproveitamento de um conteúdo, é preciso de duas coisas. Primeiro que ele esteja disponível quando necessário e segundo que o custo de armazenagem seja baixo o suficiente para compensar o registro. “Nós estamos trazendo para NAB sistemas de storage com preços super agressivos, que são excelentes sistemas para se armazenar tudo que não merece ficar em discos de alta performance. Desta forma, diminuímos o custo por terabyte e garantimos a monetização de qualquer conteúdo”, completa. Se vamos falar de como o fluxo de produção de conteúdo deve se transformar nos próximos anos, não se pode deixar de falar das novidades anunciadas pela Avid durante a NAB 2013. Durante uma coletiva de imprensa cheia de expectativas, a fabricante norte-americana anunciou as novas versões de seus dois carros chefes, o Media Composer e o Pro Tools, bem como uma nova gama de soluções para o sistema Avid Interplay.
Durante a conferência, o CEO da empresa, Lois Hernandez, fez um grande discurso sobre a necessidade de manter, ou recuperar, uma posição de liderança no mercado. Para tanto, criou o conceito “All Media is Manage”, sob o qual o Media Composer 7 foi apresentado. A nova plataforma de edição não-linear da marca tem como principal mote apresentar um fluxo de trabalho acelerado e otimizado para entregar fontes em alta resolução e operacionalização automatizada.
Entre as principais novidades da NLE, estão a capacidade de permitir trabalhar em 2K, 4K e além e entregar o conteúdo diretamente em HD, o recurso de trabalhar em formatos de alta resolução, tirando o tempo de transcoding, controle do áudio geral com inserção de plug-ins para compressão, equalização e metering, entre muitas outras coisas.
Já no que diz respeito ao áudio, o novo Pro Tools 11 trouxe algumas mudanças de paradigma. A primeira delas é a exclusão de qualquer formato de Plug-in que não seja o AAX 64 bits. Esta é outra mudança: a arquitetura toda do software agora está em 64 bits. Para finalizar o que mais chama atenção no novo software é o Offline Bounce, que permite entregar mixes até 150 vezes mais rápido, e a baixa latência que permite inserir plug-ins em tempo real na linha de trabalho.

Outro ponto de destaque da empresa foi no segmento de Media Asset Management. “Mais de 33% dos conteúdos produzidos e arquivados podem se transformar numa fonte rica de monetização, desde que sejam facilmente acessíveis”, explicou o CEO. Com isto em mente, a Avid anunciou durante a feira o Interplay Production 3.0, que traz diversas melhorias de fluxo, também em uma nova arquitetura 64 bits, do sistema de gerenciamento da marca.
No caso de geração de grafismo, já começam a aparecer soluções para ser utilizadas com tecnologia 4K, por isso diferentes empresas apresentaram soluções visando esta tecnologia. Um exemplo disso foi o lançado na NAB 2013 pela Brainstorm Multimedia, a empresa espanhola anunciou o suporte 4K e QuadHD Multimedia para gráficos 3D em tempo real e cenários virtuais em toda a sua linha de produtos.
Apesar da empresa estar trabalhando sistematicamente na criação de frame buffers para HDTV, David Alexander, o diretor de vendas da Brainstorm pensa que é necessário começar a criar soluções para 4K sem perder o foco em HD que é o que grande parte do mercado precisa neste momento. Nesta edição da NAB, a empresa apresentou uma versão do eStudio na qual é possível criar gráficos 3D em tempo real com uma saída de vídeo 4K, o que aumenta a sua flexibilidade para “garantir a compatibilidade com a mais recente tecnologia audiovisual e formatos, reforçando a visão à prova de futuro da empresa”, disse Alexander.

Ainda, a Brainstorm apresentou o BrainNews 3.5, um software compatível com MOS. Este sistema totalmente escalável integra gráficos para entornos de noticias. Assim, permite que os jornalistas e produtores das emissoras possam personalizar e combinar gráficos de alta qualidade nas suas rotinas de trabalho sem a intervenção constante dos designers.
O BrainNews 3.5 introduz novas características no sistema, desde o seu motor de trabalho até as ferramentas disponíveis na sua interfase de trabalho com aplicações especificas para cada um dos processos e se torna compatível com a nova linha de produtos da empresa, a Aston 3D que integra entornos de produção com sistemas de jornalismo, servidores de vídeo, NLE e outras aplicações para produzir rápida e facilmente gráficos com uma ampla gama de possibilidades. Ainda, o BrainNews 3.5 é compatível com o Avid iNEWS Command, e pode ser integrado aos sistemas da Harris e Octopus.
A Vizrt realizou uma série de apresentações ao mercado visando o mercado HD, mas olhando para a tecnologia 4K pelo que agora o Viz Engine da marca possui soluções para realizar gráficos em tempo real pensando em renderização IP e resolução de streaming em 4K, isto porque a empresa esta focada em soluções de fluxo de trabalho integrado por vídeo e gráficos de produção e distribuição.
Além das demonstrações de gráficos em 4K, a Vizrt apresentou a integração do Viz Media Engine com a próxima versão do Adobe Premiere Pro software o que oferecera aos editores um acesso mais eficiente ao material permitindo-lhes parar, procurar e selecionar a partir de Viz Media Engine diretamente dentro dos painéis em Adobe Premiere Pro.
Por outro lado, a Hybryd TV, apresentou na NAB 2013 soluções de trackless virtual studio, tecnologias de realidade aumentada, sistemas de câmeras robóticas, interação de segunda tela e a interação das suas soluções com switchers da Snell e Blackmagic Design.
Entre os destaques, o Krypton 3D, um sistema que a marca francesa aprimorou e agora pode realizar em tempo real realizar integrações em chroma com gráficos e soluções integrais ao vivo realizadas com a junção de câmeras robóticas que incluí um novo módulo de efeitos 3D, capacidade de gráficos múltiplos de varias camadas e shader para o mapeamento de relevo e profundidade automático do estúdio o que permite trabalhar em diferentes cenários ao mesmo tempo, em tempo real com uma simples configuração previa.

Oliver Cohen, Ceo da Hybrid explicou a Revista da SET que este sistema de estúdio virtual permite ser utilizado em conjunção com sistemas robóticos híbridos. Também pode interagir com todos os dispositivos de rastreamento de movimento de terceiros.
A portuguesa wTvision exibiu em destaque o Poker Stats CG, a mais recente novidade da empresa que permite criar gráficos em tempo real de jogos de pôquer. O Poker Stars incluiu o desenvolvimento do projeto (integração do Poker Stats CG com mesa RFID e cartas), a implementação dos gráficos oficiais do EPT (European Poker Tour) e o serviço de operação durante a transmissão ao vivo.
O sistema RFID, explicou Bruno Parreiras, diretor para América Latina da wTVision, permite uma operação simples e sem falhas, uma vez que o sistema reconhece as cartas (identificadas por tags únicas) e os gráficos são mostrados automaticamente. Com este sistema o operador gráfico está livre para analisar as tendências do jogo e as estatísticas detalhadas, mas também para fornecer gráficos de interesse geral como leader boards, contagem global de fichas de apostas e análise da performance dos jogadores.

O mercado em metamorfose
Assim como citou o vice-presidente de tecnologia para as Américas, da Amberfin, Simon Adler, o setor se encontra em uma mudança pontual para o mercado mundial. “Tanto novidades no mercado de captação quanto nas formas de entrega de conteúdo estão no olho desta metamorfose”, disse.
E essa metamorfose era facilmente percebida ao longo dos corredores da feira, a cada estande, era possível observar mudanças não só em termos de soluções inovadoras, mas como também em reestruturações dentro das próprias companhias.
Entre as empresas que literalmente encarnavam o mote “Metamorfose”, a Miranda apresentou no NAB 2013 os balanços de seu primeiro ano sob o guarda- -chuva da gigante Belden, que além de aquisições de novas empresas, no Brasil está trazendo profissionais já conhecidos no setor. Como por exemplo a recente vinda de Ricardo Milani, da Farnell Newark, que agora chega para assumir o cargo de gerente de vendas técnicas, da Belden. Além dos diversos elogios às possibilidades que a participação dentro do grupo de empresas permite, o novo presidente da companhia, Márcio Lopez, informou que “finalmente estamos terminando de integrar tudo o que a Belden tem à nos oferecer dentro das soluções já tradicionais da Miranda”.

De acordo com o presidente, para o grupo, o mercado de broadcast é uma parte de quatro segmentos de atuação. “Sob a tutela da Belden, podemos ter mais estabilidade e serviços à oferecer para estes mercados”. Além deste balanço, o executivo explicou a ação de compra da fabricante inglesa de software Softel. “Trata-se de uma empresa que constrói sistemas de metadados. Sempre houve um buraco em close caption e legendas na cadeia de tudo o que a Miranda fazia, e agora temos este novo HX, que é um produto para este fim inclusive em VoD e OTT”, completou.
No que diz respeito à novidades de produtos, além de uma enorme quantidade de equipamentos, o grande anúncio foi uma parceria realizada com a Sony para equipar uma unidade móvel da empresa inglesa Telegenic, tornando-a a primeira com capacidade de operar em 4K para transmissão ao vivo da Europa. O caminhão terá capacidades HD ou 4K utilizando as câmeras HDC-250R, PMW-F55 da fabricante japonesa.
Já no restante do fluxo, a OB Van contará com MVS- -800X, os roteadores NVISION 8500 da Miranda, que é otimizado com SMPTE RP-168-compliant, Switching quad- -link 3 Gb/s que mantém um fluxo coerente e sincronizado.
Outro elemento que tem mudado para se adaptar ao futuro do broadcast é o áudio. Seja com novos codecs de alta resolução ou surrounds de 22.2, as empresas envolvidas neste segundo elemento da radiodifusão correm atrás da evolução tecnológica. Por outro lado, há quem esteja trazendo soluções para um cenário muito mais ligado à necessidade do que a evolução tecnológica.

Loudness
Esta é a palavra que vem assombrando os pesadelos da maioria dos responsáveis técnicos de emissoras ao redor do mundo. De acordo com a legislação brasileira, a partir de julho deste ano, todas as emissoras que não seguirem o padrão de -23 LKFS de nível percebido de áudio sofrerão severas punições, chegando até a terem seu direito de transmissão suspenso.

“Loudness é uma coisa séria, mas nem é tão complicado assim”, explicou Tommy Goodson da Leader Instruments. A empresa, que trouxe diversas novidades em monitoração de áudio, é uma das que está na crista do desenvolvimento sobre o assunto. “No fundo, estamos falando de um medidor estilo VUmeter que não se pode deixar passar de determinado nível, e pronto. As pessoas só precisam parar e ler sobre o assunto”, completa.
No estande da marca durante a NAB 2013, a grande aposta eram produtos como o VidChecker, um sistema de QC Checking considerado de segunda geração, pela marca, pois, além de analisar os parâmetros de áudio e vídeo de quatro arquivos simultâneamente, ainda corrige problemas comuns, como Loudness. “É um produto que vai além daquilo que nossos concorrentes estão fazendo hoje”, garante Goodson.
Quando questionado se o surgimento de softwares de produção com controle de Loudness poderia ser uma ameaça aos produtos da Leader, Goodson foi categórico. “Não. Existem softwares muito bons, que custam meros U$ 500, rodam em um notebook e podem fazer todo o trabalho. Mas para usá-los você precisa de uma produção toda file-based, e não entra em conta programação feita ao vivo”, explica.
Outra novidade era o LegalEyes, um sistema completo A/V que aceita fontes SD e HD-SDI, legaliza níveis de vídeo e áudio, e traz uma saída SDI. Um adendo interessante, é que, entre as opções de saída de monitoração, o produto traz o HDMI. “(É…) de certa forma consideramos isso uma falha no sistema. O HDMI é uma tecnologia criada para consumo, mas que tem sido abarcada pelo mercado profissional por uma questão de largura de banda. É um cabo barato que carrega vídeo em 4K e áudio multicanal. Eu honestamente não gosto de vê-la sendo usada profissionalmente, mas integrar tudo em SDI é muito caro”, confessa Goodman.
E o que dizer da nova etapa de investimentos da Senheiser, que apesar de se tratar de uma empresa 100% dedicada ao ramo do áudio, não deixou de servir como um termômetro das tendências no mundo broadcast, apresentadas na feira. Prova disso era a presença de um novo produto voltado para quem faz produção de conteúdo utilizando câmeras DSLR. Para quem está acostumado a ver os microfones da fabricante alemã equipando as principais aplicações de broadcast e esporte, o novo MKE 600 pode ser uma boa surpresa.

O produto é direcionado a videomakers que buscam o som já padronizado da marca também para suas produções, com uma boa resposta de graves e recursos como o filtro “low cut” e a espuma que acompanha o microfone para minimizar ruídos de vento ou manuseio. Além do shotgun, a empresa estava realizando demonstrações do sistema Digital 900, apresentado ao Brasil na Expomusic 2012.
Por fim, a Sennheiser aproveitou a NAB para anunciar o lançamento de mais um produto da família de monitores da Neumann. Batizado de KH 310, a novidade é uma versão maior e mais encorpada do KH 120 lançado em 2011. A solução é equipada com novos drivers, transdutores de alta qualidade, blindagem eletromagnética, buscando equipar estúdios modernos que procuram potência e definição de áudio para gravação digital de alta resolução. O produto também se destaca pelo uso do princípio de dispersão matematicamente modelada ou MMD (Mathematically Modeled Dispersion), que, junto à unidade de cúpula com liga metálica, minimiza reflexões no plano vertical.

De acordo com Jeff Berg, gerente da linha pró-áudio da empresa para o Brasil, o produto deve trazer uma retomada de mercado para a família Neumann. “Muitos clientes, ao ouvir o KH 120, esperavam que ele soasse como os monitores de grande porte dos nossos concorrentes, o que não acontecia, por se tratar de um produto de menor porte. O KH 310 veio para abraçar esta necessidade”, explicou.
Outra renomada fabricante presente na feira – e que também possui expertise em áudio – deixava bem claro que o momento no áudio para broadcast é de tranquilidade. A japonesa Audio-Technica, que é especializada na fabricação de fones e microfones de alta-qualidade não trouxe grandes novidades em termos de produto para a feira, mostrando que em questão de som, não e preciso reinventar a roda. “Para o áudio, as revoluções 4K, VoD, OTT não muda muito como as coisas são feitas. Ainda captamos o áudio da mesma forma”, contou Fred Ginsburg, especialista de gravação em vídeo e cinema.
Apesar da falta de lançamentos, a marca soube aproveitar a feira. Em seu estande, no pavilhão Pro-Áudio, estavam expostos seus best-sellers em fones e microfones à disposição para testes comparativos, além da realização de workshops sobre técnicas de microfonação e captação ministradas pelo próprio Ginsburg e o engenheiro de áudio da HBO, Robert Bigelow, seguindo a tendência de ações educacionais como forma de conquistar o mercado.
Cada vez mais preparada para suprir a infraestrutura para a inovação, a Riedel Comunications preferiu não entrar nos debates sobre novas formas de tecnologia para broadcast. Levando em conta a vocação da companhia em prover soluções de transmissão e comunicação em redes, a marca continuou o trabalho que faz de melhor.

Em seu estande no pavilhão central, a Riedel apresentava duas novidades. A primeira era o MediorNet MN- -GV- 2, um cartão de interface que permite a usuários de câmeras 3G da Grass Valley (LDK e LDX) para acessar dentro da infraestrutura de fibra do MediorNet. Outra novidade, também no mesmo estilo, era a expansão das soluções RockNet para consoles de áudio da Solid State Logic (SSL) e a série Si Compact da Soundcraft. A nova tecnologia permite integrar as soluções dentro da rede Digital Rocknet via protocolo MADI padrão.
Apesar de ter sua identidade totalmente “metamorfoseda” , a Harris Broadcast anunciou mudanças em sua apresentação para o mercado, mas com o objetivo de manter suas ações. Depois de marcar forte presença durante a NAB 2012, a fabricante foi vendida para o grupo de investidores Gores Group e passou os últimos 12 meses em um clima de suspense e expectativa sobre como se apresentaria nesta edição da feira.
Logo na conferência de imprensa, ocorrida no dia anterior à abertura do evento, o CEO Harris Morris tratou de desmistificar a questão. “Novo logo, novas ideias, novos mercados, o mesmo DNA”, afirmou o executivo.
Durante o evento, a empresa começou por apresentar um novo logotipo. “Este logo representa a ligação entre o cliente e o conteúdo, através do fluxo de produção, para qualquer momento em qualquer plataforma, e onde nós nos encaixamos nisso”, explicou o CEO.
A postura da Harris durante a NAB 2013 sempre se pautou em demonstrar o interesse da Gores Group para além da estratégia financeira e a preocupação de estar à frente dos novos paradigmas de modelos de distribuição. “Eu acredito que neste novo modelo, a forma de monetarizar as produções para que possam ser distrbuídas muitas vezes em diferentes plataformas é baixando o custo. É preciso que o processo de sair da produção e chegar ao espectador, deve ser cada vez mais otimizado, e é ai que nossos novos produtos estão entrando”, explicou Morris.
Sobre a nova fase da empresa como parte do Gores Group, o CEO é bastante otimista. “Eu nunca estive tão empolgado em fazer meu trabalho. Os nossos novos ‘proprietários’, não são um grupo capitalista que está querendo só fazer dinheiro com o Harris. Eles se interessam pelo mercado broadcast e querem trabalhar com ele”, conclui.
Para os fabricantes de equipamentos de medição e normalização de pesadelo o Loudness não tem nada. Com a outorga do Calm Act nos EUA e legislações similares na Europa, Ásia e América Latina, cada vez mais é possível ver o pavilhão de áudio da NAB sendo dominado por empresas focadas em fornecer este tipo de solução para os broadcasters, pautadas numa suposta demanda por equipamentos do tipo nos próximos anos.
Apesar disso, há quem tenha “caído na real” sobre este tema. “No começo, confesso que fiquei bastante empolgado com a possibilidade de venda de produtos para a regulamentação de áudio nas emissoras. Agora, porém, o tempo já passou e não foram feitos tantos negócios assim”, afirmou Don Bird, CMO da Wohler durante a coletiva de imprensa da marca no evento.

De acordo com o executivo, os broadcasters perceberam que é muito mais prático, e até barato, investir para fazer o processo de normatização correto desde o começo e no Ingest, ao invés de investir em equipamentos de controle no fim da cadeia. “Fora isso, há as empresas que possuem menor orçamento, e que acabam optando por comprimir todo o áudio para se adaptar à norma em detrimento da qualidade”, completou.
Mesmo com esta análise mais realista, a Wohler ainda acredita que há grandes oportunidades de negócios no mundo do Loudness. “Temos percebido que há potencial em fornecer projetos para a normalização do legado já produzido e que à qualquer momento pode ser reutilizado como arquivo ou reprise”, afirmou Bird.

Visando estas e outras aplicações a marca teve como seu grande anúncio o RadiandGrid, que é uma nova plataforma de automação de mídia que promete soluções eficientes em transconding, conversão de padrões e processamento de áudio (incluindo Loudness). “Conforme os broadcasters se preocupam com o desafio da entrega multiplataforma, eles estão usando a transformação de conteúdo fornecida pelo RadiantGrid, que estabelece um fluxo de trabalho baseado em arquivos rápidos e inteligentes”, conclui Brid.
Metamorfoses normalmente são processos rápidos. Quanto ágil é uma adaptação, mais preparado se está para encarar a nova fase. Apesar disso, as consequências de uma mudança podem perdurar por muito tempo. A Utah Scientific que o diga. Após deixar de ser uma empresa pública e partir para a privatização, a companhia ficou mais de 20 anos sem atuar no mercado brasileiro. Agora, graças à parceria com a integradora Video Systems, a empresa completa 18 meses de atividade em território nacional “e acabamos de fazer nossa primeira instalação no país”, comemora Rich Hajdu, vice-presidente da fabricante.
Toda esta alegria em estar presente no país tem uma motivação muito especial. “Hoje o mercado latino-americano é chave para nós, pois os Estados Unidos está saturado. Todo mundo já tem nossos produtos e opera em HD”, confessa Hajdu. Em compensação, ele vê no Brasil uma grande oportunidade com a implantação das TVs Públicas e migração para o digital.
Apesar disso, a empresa acredita que a “revolução 4K” possa reabrir portas em mercados que já possuem sistemas consolidados, como Europa e EUA. Para dar suporte a isso, a Utah apresentava na feira um routing switcher chamado UTAH-100/UDS, com capacidades de suportar sinais 4K oferecendo sinal 6 Gbps UHD-SDI. “Ao contrário do 3-D, eu acredito muito que o 4K vá pegar, mas acho que ele será importante somente na produção e transmissão de esportes. Portanto, devemos ter ilhas de equipamentos 4K dentro das instalações de uma emissora, não toda ela neste formato”, afirma Hajdu.
Já para o Brasil, o vice-presidente acha que a realidade do 4K está um pouco mais distante do núcleo dos negócios. “Não acho que Copa do Mundo e Olimpíadas serão o grande motor dos negócios de broadcast no Brasil. Digo isso, por que o grande volume de vendas está muito mais interessante nas inúmeras redes públicas que devem surgir e querem operar em HD do que vender somente para a Rede Globo que vai operar em 4K”, concluiu.

Outra empresa que também tem procurado distribuir as atenções para o pequeno broadcaster no Brasil é a Axon. Apresentando uma postura muito animada com o mercado nrasileiro, a fabricante apresentou estratégias de mercado para fixar raízes no país. “Para nós o Brasil é o mercado mais importante da América Latina, e a aceitação dos profissionais tem sido muito boa. Por conta disso, nossa estratégia para o país vai além dos eventos esportivos, mirando também o broadcaster das pequenas cidades como forma de criar permanência da Axon o Brasil”, explicou Alfredo Cabrera, diretor de vendas para a América Latina.
Apesar do discurso sobre as redes legislativas, TVs Públicas e emissoras do interior, Cabrera não destaca a importância das grandes redes. “Claro que todo fabricante quer trabalhar com a Globo, SBT, Rede TV e Record, mas o negócio com os pequenos broadcasters é o mesmo. Eles não conseguem lhe prover o volume que uma grande rede lhe dá, mas é um mercado muito interessante e atraente”, afirma.
No estande da marca que, segundo Cabrera esteve sempre cheio de brasileiros, estava sendo demonstrado o AVB (Audio Video Bridging), montado pela Audio Video Aliance. “Temos aqui 4 vídeos 3G passando por um switcher à 10 Gigabytes por segundo. O nosso AVB está garantindo a sincronização do áudio e também o timing”, explicou o diretor.

Além desta demonstração, a Axon estava com 15 novos produtos na NAB. Entre os principais destaques podia-se conferir o GIX100/110, um sistema de dois canais 3GB/s, capacidade de trabalhar com vídeo HD, SD por SDI com funcionalidade switchover. Outra novidade era o HLD 100, um sistema de delay de vídeo que pode atrasar até seis horas de vídeo HD SDI usando compressão JPEG2000.
De fato, as diferentes soluções de gestão de conteúdo tem caminhado sempre para o padrão de grandes capacidades de armazenamento, e possibilidade de acessá- -las de qualquer lugar. É o caso, por exemplo do sistema apresentado pela Xendata, que colocava seus storages SX-520 em arquivamento LTO para trabalhar diretamente dentro do ambiente do Avid Interplay, garantindo acesso à qualquer conteúdo via Web Browser.
Tradicionais fabricantes como a Rohde & Schwarz, usaram a NAB para aquilo que é o cerne da ideia do evento: falar de tecnologia. Logo na abertura da feira, a empresa realizou uma conferência de imprensa em seu estande para falar de sua atual situação de mercado e mostrar todo seu extenso e bem sucedido portfólio de produtos para o mercado de broadcasting. No caso da Rohde talvez a grande metamorfose seja a vinda da fábrica para o Brasil, no final do ano passado.
O primeiro dos destaques que a companhia demonstrou foi o R&S AVH100, uma solução de topo para encoding e multiplexing que agora está disponível, também, para padrões de satélite.

Outro produto que pareceu um dos focos da companhia foi o AVG050, um BTS compacto com receptor integrado para o padrão ISDB-Tb. “Nas redes de transmissão ISDB-Tb, o sinal de entrada das estações geralmente são alimentadas por satélite, em contraposição ao padrão DVB. Como resultado, um BTS precisa também ser gerado localmente em acordo com o padrão brasileiro”, afirmou Bruno Amo, engenheiro de vendas da fabricante.
Por fim, a empresa destacou o seu EFL 110/210, um produto extremamente portátil que permite medir o grau de interferência nas redes LTE causados por vazamento de sinal da TV à Cabo. Questionados sobre uma possível versão de produto para acompanhar as interferências entre a rede LTE e a transmissão ISDB-Tb, a empresa pareceu bastante interessada, mas ainda sem nenhuma solução pronta para tanto.

Alexandre Minghini
Revista da SET
[email protected]

Fernando Moura
Revista da SET
[email protected]

Flávio Bonanome
Revista da SET
[email protected]

FUTOROLOGIA CONSCIENTE

Fundada em 2009, a Glookast é uma empresa com os olhos no futuro

Voltada para fornecer soluções em design, transição e implantação de sistemas de fluxo de trabalho de multi-formato, multi-resolução e multi-plataforma, a empresa abordava diretamente um dos temas principais da NAB 2013: como criar fluxos rentáveis dentro de uma nova realidade de modelo de negócio. Após criar seus primeiros grandes negócios focando a América Latina, a companhia passa por uma nova fase de exportação de seus produtos para o mercado norte-americano, fazendo desta edição da feira um ponto chave para seu desenvolvimento. Para abordar esta nova fase, bem como para buscar entender toda esta nova onda do broadcast, batemos um papo com Ernesto Santos, CTO da Glookast em seu estande durante o evento.
Revista da SET: Com está sendo esta NAB 2013 para a Glookast?
Ernesto Santos: Está muito bom. Estamos com muito movimento no estande, muito interesse e clientes muito especializados à procura de soluções já qualificadas. Em outros anos havia muita gente aqui com olhar curioso, mas sem um projeto em mente, e este ano o público é mais focado, já com ritmo de projeto e implementação. Está sendo muito bom.

Revista da SET: Ou seja, uma feira para fazer negócios mesmo?
Santos: Sim, definitivamente. Temos muitos clientes entrando no estande já com prazos de projetos e procurando uma solução para adquirir.

Revista da SET: Falando um pouco de mercado, qual a representação da América Latina, e mais especificamente, o Brasil para a Glookast hoje?
Santos: O mercado latino-americano, e principalmente o Brasil, é muito importante para a Glookast por que foi um mercado de lançamento para a empresa. Nós vimos que por várias razões, a América Latina estava mais aberta à novas tecnologias, e a Glookast é sobre usar novas tecnologias para resolver problemas de fluxo de trabalho. E foi ai que nós tínhamos começado os negócios na América Latina, apesar de sermos uma empresa baseada nos EUA. Então esta maior abertura à uma inovação tecnológica no Brasil abriu a porta para experimentar toda esta nova tecnologia, que agora tentaremos exportar para os EUA, onde já começamos a trabalhar.

Revista da SET: Esta maior abertura à tecnologias que sentiram em nosso mercado se deve exatamente a que? Um melhor momento econômico nos demais países?
Santos: Talvez tenha a ver com o momento econômico, mas talvez com o fato de que há vários países na América Latina fazendo uma transição tecnológica. Está começando a ficar óbvio para produtores e detentores de conteúdo que está não só caro, como quase impossível, trabalhar em fita. Por isso esta necessidade finalmente de dar este salto ao tapeless, e com a dimensão da América Latina, este salto é muito notório, pois são projetos muito grandes. Há uma conjugação de uma necessidade da revolução tecnológica com um momento bom de economia.

Revista da SET: Evolução esta que em outros países já aconteceu…
Santos: Sim, mas como nos países desenvolvidos houve uma evolução mais gradual, nem todos terão o nível que o Brasil está chegando agora, pois o país deu um salto muito grande. São operações que foram do SD Analógico para o HD Digital.

Revista da SET: Pode-se dizer que este atraso veio para bem?
Santos: Pode se dizer que sim. É um país que na teoria teria ficado um pouco atrasado, e agora dá um salto para uma tecnologia totalmente nova.

Revista da SET: As palavras de ordem desta NAB têm sido multi-formato, multi-plataforma. O mercado todo fala sobre esta tendência de futuro, mas ninguém sabe como viabilizar isso financeiramente. Qual sua opinião sobre o momento desta evolução?
Santos: Eu concordo totalmente com isso. O que achamos é que esta revolução na distribuição não aconteceu antes por que estamos falando de uma distribuição de conteúdos, mas na verdade estes conteúdos estavam presos em fitas e em prateleiras. Não é fácil trazer esta mídia em fita até os canais de distribuição. Então foi necessário a digitalização, trazer o TI para dentro da produção, para tornar rápida esta produção, tornar conteúdos rapidamente disponíveis para que os canais de distribuição possam usar. Neste processo é preciso a automatização de produção. É preciso fazer com que seja mais rápido executar o fluxo de trabalho. Fazer com que seja mais rápido a notícia chegar no ar, seja mais rápido encontrar mídia usando os metadados para que ela possa ser reutilizada nos diferentes canais e que ela possa ser adaptada para seu canal de distribuição, seja ele Internet, mobile ou regular broadcast. É preciso esta otimização e a inclusão dos metadados que permita automatizar o processo para que seja possível utilizar milhares, milhões de horas de mídia e filtrar o que deve ser enviado e quando, para quem.

Revista da SET: Com isso há um barateamento do fluxo de produção, para poder distribuir este conteúdo à um preço mais acessível…
Santos: Exatamente

Revista da SET: Neste contexto, muito tem se falado que o novo modelo de negócio do broadcast não é mais a publicidade, mas sim a assinatura, com o consumidor final bancando o conteúdo. Você concorda com este formato?
Santos: Esta é a grande questão. É muito difícil a Glookast, como um fornecedor de equipamento, conseguir dizer para os vários mercados qual será o modelo futuro, mas realmente parece que o modelo de subscription será o mais interessante, pois permitirá e diminuirá a barreira de novos usuários para este tipo de sistema. Portanto, ele faz um certo sentido, parece que será por ai que as coisas irão, mas ainda acho muito difícil responder isso.

Revista da SET: E onde a Glookast se encaixa neste cenário de novas tecnologias?
Santos: Estamos demonstrando aqui na feira mais alguns fluxos de trabalho otimizados, temos nossa plataforma base, o Gloobox, em que nós movemos mídia com metadados em diferentes sistemas. O conceito chave em nosso estande este ano é o Parking Media, ou seja, uma aplicação para quando existe uma grande quantidade de mídia filmada, e se usa somente os pontos principais, como em uma transmissão esportiva. Neste caso o que fazemos é criar um fluxo de trabalho que automatiza o processo de “Parkiar” a mídia de alta resolução em sistemas de Storage que tenham custo mais acessível, trabalhando na sua edição e sua pós produção em formatos de menor resolução. O que fazemos neste processo é manter o link entre as várias versões/resoluções da mídia para que os editores possam trabalhar em baixa qualidade, e quando estão prontos para enviar o produto, o nosso sistema possa entregar o vídeo em alta resolução.