Novo conceito de TV Everywhere

Chega ao Brasil o Slingbox 350, equipamento que leva sinal da sua TV para qualquer dispositivo, em qualquer lugar. O dispositivo permite assistir a conteúdos de TV paga e serviços premium a partir de dispositivos fixos e móveis, onde quer que o usuário esteja.

Nº 139 – Dez 2013 e Jan 2014

Por Fernando Moura

Reportagem

OO Brasil se tornou o primeiro país da América do Sul a contar com oferta local do Slingbox 350, dispositivo que permite transformar qualquer computador, tablet ou smartphone na TV de cada usuário, reproduzindo o conteúdo de televisão assinado por ele para onde quer que ele esteja, em qualquer lugar do mundo, sem cobrança de mensalidade.
Este dispositivo permitirá que conteúdos Premium, como Pay Per View ou quaisquer outras programações contratadas em sistema a la carte, também possam ser acessadas via Slingbox 350, sem que o usuário pague nada a mais por isso. No Brasil, o equipamento será distribuído pela brasileira Flex, que proverá suporte técnico local e garantia de um ano para o produto.
“O equipamento funciona fazendo streaming de vídeo. Ele recebe o sinal do decodificador da TV por assinatura e faz streaming do vídeo na internet, assim, o usuário pode ver sua programação de TV de onde estiver, desde que tenha um dispositivo conectado em banda larga cabeada ou Wi-Fi. Para o bom funcionamento do Slingbox, a recomendação é que, no local de instalação do aparelho, se tenha ao menos 500 Kbps de taxa de upload e, no local de recepção, a partir de 250 Kbps em caso de uso de smartphone e a partir de 500 Kbps em caso de uso de tablet, notebook, computador ou outro dispositivo similar”, disse à Revista da SET o diretor da Flex, Décio Libertini Neto.

Como utilizar
Para Neto, o sistema é mais do que TV Everywhere. “Estamos falando não apenas de levar TV a qualquer lugar, mas sim de levar a TV do usuário, a sua programação de TV, a qualquer lugar. Quanto à implantação, o equipamento é implantado no lugar onde fica instalado o decodificador de TV do usuário. A partir daí, faz o streaming de vídeo, a partir do sinal do decodificador, para seus dispositivos, onde ele estiver. Vale lembrar que, para evitar a replicação de conteúdo, o Slingbox permite apenas um acesso individual por vez. Ou seja: não é possível que mais de um usuário, ou mais de um dispositivo, acesse o mesmo Slingbox ao mesmo tempo”.

Isso porque, “para acessar o streaming do Slingbox via smartphones ou tablets, é preciso baixar o aplicativo Slingplayer, nas lojas de aplicativos de cada fabricante (Apple, Android). Para dispositivos com iOS, por regra da Apple, só é possível utilizar o mesmo aplicativo baixado para, no máximo, cinco dispositivos diferentes – um de cada vez”.
O mesmo aplicativo pode ser utilizado, segundo Neto, no iPhone e no iPad, “resguardadas as diferenças de tela entre os dois equipamentos. Já nos dispositivos com sistema Android, o mesmo aplicativo pode ser utilizado em todos os dispositivos Android que o usuário possuir, desde que tenham o mesmo ID. Porém, no caso do Android, há um aplicativo para smartphone e outro, diferente, para tablet”, explicou.
Este novo sistema permite streamming ao vivo. “O usuário pode ver sua programação contratada ao vivo de onde quer que esteja. Ele tem a possibilidade de levar sua TV por assinatura em viagens, passeios, ou mesmo sair da sala e continuar assistindo aos programas em qualquer cômodo da casa”, explica Libertini Neto.
O equipamento, que é fabricado pela californiana Sling Media, se conecta a qualquer fonte de áudio e vídeo (AV) e é compatível com padrões de definição SD e HD, incluindo gravadores digitais de vídeo (DVRs), set-top-boxes digitais e receptores de satélite. Além disso, segundo a empresa, é compatível com todas as operadoras de telecom e sistemas operacionais de tablets e smartphones.
Para Maurício Perez, gerente da Sling Media para a América Latina, este dispositivo “é a melhor forma de levar toda a experiência de sua sala de TV para qualquer lugar que você vá. É o produto de mais alta performance em sua categoria disponível no mercado, e, ao lançá-lo no Brasil, trazemos para o país uma inovação dentro da categoria que nós mesmos criamos”.
Segundo a empresa, entre importação e nacionalização do produto, a Flex investiu R$ 1 milhão no lançamento do Slingbox 350, e projeta vender 50 mil unidades nos primeiros 12 meses da parceria.
A Revista da SET inquiriu Libertini sobre a eventual emissão de conteúdos próprios ou se só será mesmo uma forma de assistir TV everywhere. “O Slingbox não produz conteúdo, ele faz streaming de vídeo a partir do sinal do decodificador de TV por assinatura, ou seja: permite assistir à sua TV em qualquer lugar, como se estivesse na sala de sua casa. Além dos canais por assinatura do usuário, o equipamento também permite assistir a conteúdos premium que o usuário tenha assinado, como pay per view,” disse.

Consumidor local
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul, segundo Perez, porque “representa um mercado atrativo, formado por consumidores muito atentos e adeptos ao estilo de vida mobile, com registros vendas de smartphones e tablets em constante elevação”.
Perez reforça que “o consumidor brasileiro é muito ativo no uso de televisão e redes sociais, e contempla perfis para os quais o produto é muito adequado, como os fãs de esportes, executivos, políticos, artistas e outras pessoas que precisam viajar constantemente e não querem perder acesso à programação de sua TV de casa, e toda a geração jovem, ligada à tecnologia”.
O Slingbox 350 “muda o conceito de TV quando quiser, com programação gravada, para TV onde quiser, com transmissão real,” finaliza Perez.
Segundo os executivos da empresa, os desafios que o SlingBox teve que superar para desembarcar no Brasil foram muitos. “Além da alta carga tributária, que é um desafio para todas as empresas e operações estabelecidas no País, superamos as particularidades do mercado, em um complexo processo de nacionalização do produto que passou pelo desenvolvimento de diversos controles remotos nacionais, adaptação do site, contato com players e estruturação do suporte técnico local”, explicou.

Revista da SET : Se já se paga um valor pelo equipamento Slingbox, por que é necessário gastar um valor considerado no app?
Décio Libertini, diretor da Flex, distribuidora do Slingbox 350 no Brasil: O aplicativo é um produto separado e requer recursos adicionais de engenharia e desenvolvimento para várias plataformas, além de sua manutenção. Não cobramos nada a mais do usuário que quiser assistir aos conteúdos via Slingbox via web, em PC ou Mac, por meio do watch.slingbox.com. Além disso, ao contrário de outros aplicativos de vídeo, quer sejam de serviços OTT, quer sejam de operadoras de TV a cabo, que , normalmente, são parte de uma taxa de assinatura mensal, o Slingbox é uma compra de uma só vez, sem qualquer mensalidade. Você paga pelo equipamento, e, se preciso, paga pelo app, uma única vez.
Revista da SET : Porque é que o app iOS não é binário universal?
Libertini: Devido ao tamanho e características que podem ser oferecidos em cada dispositivo – o que pode ser oferecido para tela de tablet não é o mesmo para smartphone. Por isso oferecemos aplicativos separados para dispositivos, embora o aplicativo do iPhone possa ser usado no iPad. O aplicativo SlingPlayer, tanto para iOS quanto para Android, é otimizado para cada tamanho de tela, aproveitando o maior espaço no tablet para integrar mais recursos. Os aplicativos necessitam de recursos para garantir a compatibilidade com as várias plataformas, e vamos continuar a integrar novos recursos.

Revista da SET : O SlingBox não é de uso exclusivo para uso com TVs por Assinatura, por que a página de programação do IR foi retirada do ar? Ele é vital para o controle de outros equipamentos.
Libertini: O Remotes.slingbox.com foi excepcionalmente intensivo em recursos e o fórum de usuários no answers. slingbox.com, assim como a área de Remotes Request, têm sido uma ótima opção para a maioria dos usuários (embora o fórum seja somente em Inglês , os usuários brasileiros podem postar lá também). Vamos monitorar continuamente estes fóruns e ajudar os clientes em todos os sentidos em que pudermos.
É importante lembrar que os usuários do Slingbox têm todos os controles remotos nacionais customizados, o que faz parte do processo de nacionalização do produto e torna muito mais fácil o uso do controle virtual. E caso algum controle não esteja na base de dados, basta o usuário enviar a informação ao suporte do Slingbox no Brasil que o controle será incluído na próxima atualização.