NAB 2012 SE TRANSFORMA NO MUNDO DA MULTIPLATAFORMA

COBERTURA NAB 2012


Por Ronald Barbosa

Nos últimos anos já vem se delineando algumas tendências nas edições da NAB que perceptivelmente, deixou de lado a fixação no broadcasting com a visão de produção para entrega em massa, a fim de tornarem-se novas edições, mas de criação para as especificidades de consumo.

Esse ano isso ficou tão claramente evidente pela agitação que se viu no evento, pois que das palestras de engenharia à exposição de equipamentos, percebe-se que apesar do aumento do número de expositores e dos diversos formatos apresentados para atender as necessidades de soluções de multiplataformas, o evento estava bastante animado, mas com sobriedade e o entra-e-sai de pessoas em salas de reuniões, auditórios e estandes, demonstrava o interesse por algo que está por vir, mas ninguém sabe ao certo o que será!

Particularmente, estive muito interessado na apresentação da Dra. Marina Gorbis, Diretora Executiva do Instituto para o Futuro, que nos deu uma importante palestra sobre principais tendências que moldam o futuro da mídia. Ela não buscou dar soluções, mas as tendências indicadas por ela nos levava a pensar que num mundo de infinitas fontes de informação, no qual os modelos de negócio podem ser iniciados por situações tão incrivelmente diferentes, poderá tornar qualquer pessoa um produtor de conteúdo pelas ferramentas já disponíveis.

Se alguém com um smartphone ou uma câmera digital e um canal no You Tube é um produtor de mídia então todos nós podemos ser um produtor de mídia e isso é uma grande mudança.

Em sua apresentação numa Sessão Geral cujo título era “Making Sense of the Great Content Shift” demonstrou ser excelente pensadora do assunto chamado ‘futuro’ e expôs com clareza muitos pontos que por serem ainda de difícil interpretação, eram colocados com exemplos que nos davam alguns aspectos que eles poderiam seguir e, realmente, estão seguindo. Por exemplo, ela pôs em ordem as mudanças que estão ocorrendo no panorama da mídia comparando os profissionais de outrora da mídia, que ficavam confinados, em trabalhos específicos em suas respectivas rádios, televisões e filmes e hoje os mesmos profissionais já buscam mudanças no sentido de serem criadores, provedores e distribuidores de conteúdo.

Ela também delineou as cinco maiores tendências que formarão o futuro da indústria da radiodifusão e telecomunicações no nível organizacional e individual.

A concorrência entre radiodifusores terá um capítulo extra, pois, agora um novo desafio se apresenta que é a concorrência com o individuo que consegue produzir com custo muito reduzido e através de um canal online consegue atingir uma massa.

Ela explica que é difícil dizer que mídia exatamente e essa. Ressalta, porém, afirmando quem será que está dentro e quem está fora agora, incluindo todos, de pessoas individuais, técnicos, empresas, radiodifusores tradicionais, empresas de softwares, hardwares e outros.

As estratégias de planejamento atuais podem ser totalmente diferentes dos tradicionais exercícios de planejamentos estratégicos e as empresas precisam estar de olho nos sinais exteriores de detecção, criando rápidos ciclos de reação.

A organização da NAB está de parabéns por essa importante escolha, pessoa e tema, a fim de trazer-nos pontos ainda não explorados devidamente numa discussão aberta e de futuro.

As apresentações na área de Conferência de Engenharia de Radiodifusão trouxeram-nos no tema Rádio, ainda importantes questões que foram conduzidas em três dias de conferências.

Um desses temas tratou do desenvolvimento de gráfico em rádio, o que facilita a busca por profissionais e novos profissionais para esse novo campo, que mesmo com suas limitações de faixas de frequências pode ainda assim dar importantes e criativos “menus” para as novas gerações de receptores de rádio.

O rádio digital teve palestras específicas em todos os dias da Conferência de Engenharia, porém num dia determinado todas as palestras eram sobre rádio digital, particularmente sobre HD Radio IBOC systems, seus vários modos de operação, um overview das opções de softwares e hardwares e seu potencial de atualização e alguns estudos de caso sobre instalação de HD Radio.

Outro tema importante apresentado durante a Conferência foi sobre o Teste Nacional realizado pelo governo americano sobre Sistema de Alerta de Emergência e os requisitos sobre o Protocolo de Alerta Comum.

Um dos temas trazidos esse ano versava sobre a economia de energia para os radiodifusores que transmitem em AM um controle do nível da portadora (MDCL) dependente da modulação recentemente aprovado pela FCC.

É conveniente lembrar que no tema sobre desenvolvimento gráfico em rádio, foi tratado o assunto do Rádio Texto para RDS e juntamente com o mesmo a inclusão de vídeo no plano de mídia da estação de rádio.

Nas próximas edições poderemos tratar com mais detalhes cada tema desses apresentados.

Ronald é Diretor de Rádio da SET e Consultor em Tecnologia . E-mail: ronald@abra .inf .br