IPTV FÓRUM MUNDIAL 2008 APONTA TENDÊNCIAS

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IPTV FÓRUM MUNDIAL 2008 APONTA TENDÊNCIAS
EVENTO ACONTECEU NO RIO DE JANEIRO, ENTRE OS DIAS 28 E 30 DE JANEIRO E REUNIU OPERADORAS E FORNECEDORAS DA TECNOLOGIA IPTV.
Da Redação

Há tempos a tecnologia IPTV deixou de ser apenas um conceito e transformou-se num verdadeiro serviço, com mercado consolidado em alguns países. Esse ganho de mercado gerou novos desafios quanto à entrega de conteúdo e qualidade de imagem, como também no que rege a necessidade de empresas de telecomunicação e provedores de banda larga alternativos diferenciarem-se de outros serviços de TV.
Na busca por soluções capazes de superar esses desafios, o IPTV Fórum Mundial 2008 reuniu no Rio de Janeiro, no final do mês de janeiro, representantes da cadeia de produção de conteúdo, distribuidores, operadores da plataforma IP, empresas de radiodifusão, entre outros, para transmitir a experiência prática de profissionais atuantes na área e desvendar uma infinidade de questões complexas que envolvem o mercado IPTV.
Alberto Luchetti, fundador da primeira IPTV no Brasil – a All TV – e presidente da Associação Brasileira de Empresas de IPTV, acredita que o futuro da TV é a Internet. Para ele, a TV convencional não perderá sua importância, mas “deixará de ser a coqueluche”, ganhando uma sobrevida com a TV digital.
Embora afirme que o governo não chega a prejudicar o desenvolvimento da IPTV no Brasil, Luchetti concorda que o processo sofre atrapalhos quando, por exemplo, o governo cria dificuldades para que empresas de telefonia associem-se a empresas de TV a cabo, como ocorreu com a Telefonica e a TVA. Para ele, as empresas de IPTV estariam sendo prejudicadas, pois poderiam estar vendendo conteúdo.
Para os participantes do IPTV Fórum Mundial 2008, a entrada das operadoras de telefonia nesse tipo de serviço é considerada uma tendência irreversível. A Telemar, inclusive, pretende lançar, ainda este ano, um serviço de IPTV. No ano passado a empresa comprou a televisão a cabo Way TV, que fica em Minas Gerais, mas ainda espera uma resposta da Anatel para operar a tecnologia.
Segundo Sérgio Sevileanu, gerente de soluções de IPTV da Siemens, as operadoras vão concorrer com as emissoras de televisão e os serviços de IPTV concorrerão com a TV digital, visto que existe entre as duas tecnologias uma diferença básica: a IPTV pode atender ao interesse de cada assinante, enquanto a TV digital transmite para vários telespectadores. “Com a IPTV o assinante escolhe o filme que quer ver e assiste no momento em que quiser. Não precisa esperar a hora como no pay-per-view da TV por assinatura”, disse.
Essa mesma opinião é compartilhada por Walter Duran, diretor executivo da Philips no Brasil, cuja empresa também está investindo em IPTV. Para ele a TV digital e a IPTV são concorrentes entre si, mas também com outras tecnologias, como as de TV a cabo e TV por assinatura via satélite.
Um estudo apresentado pelo diretor de análise de IPTV do grupo MRG, Len Feldman, durante a abertura do Fórum, aponta que a base de usuários de IPTV no mundo poderá ser de 72,6 milhões em 2011. Se isso acontecer, representará um crescimento superior a 400% em relação à base do fim de 2007, que era de 13,5 milhões. Para o diretor da TVTelco, Ariel Barlaro, a base de usuários de IPTV na América Latina dependerá muito de mudanças regulatórias. “Se a legislação mudar rapidamente este ano no Brasil e no México, poderíamos atingir 500 mil usuários de IPTV na América Latina ao fim de 2008”, previu.
Carlos Watanabe, diretor de Novos Negócios da Brasil Telecom, lembrou em sua apresentação que hoje existem 250 operadoras envolvidas com IPTV, sendo que a restrição ao broadcast é uma característica do mercado latino-americano, em função do impasse que envolve as concessionárias e as operadoras de TV a cabo, além dos grandes conglomerados de mídia.

 

CES 2008 APRESENTA O FUTURO DOS ELETRÔNICOS
EVENTO ACONTECEU NO RIO DE JANEIRO, ENTRE OS DIAS 28 E 30 DE JANEIRO E REUNIU OPERADORAS E FORNECEDORAS DA TECNOLOGIA IPTV.
Da Redação

A Consumer Eletronics Show 2008 provou mais uma vez ser a maior do mundo, ao apresentar, através de mais de 2.700 expositores, subdivididos em 30 categorias de produtos, aproximadamente 20 mil novos produtos e tecnologias, nas dependências do Las Vegas Convention Center, em Las Vegas, Nevada. Os quatro dias dedicados ao evento – 7, 8, 9 e 10 de janeiro – pareceram pouco diante de tantas atrações e novidades a serem exploradas, mas foi tempo suficiente para que grandes fabricantes, como a Sony, Panasonic, Toshiba, LG, Philips e Samsung fizessem seus lançamentos, parcerias fossem desfeitas e declarações de personalidades como Bill Gates tornassem inesquecível a 41° edição da CES Internacional.
O fundador e quase ex-funcionário em tempo integral da Microsoft, Bill Gates, fez o pré-lançamento da feira no dia 6 de janeiro, com previsões para o que chamou de “segunda década digital” e definiu três elementos-chave para a nova década. O primeiro, segundo Gates, será a “experiência em alta definição” tanto de áudio, como de vídeo. O segundo é que todos os aparelhos eletrônicos “estarão conectados por serviços”, o que permitirá compartilhar a informação entre uma multidão de usuários, sem a necessidade de estabelecer pontes entre os aparelhos eletrônicos. E o terceiro elemento, qualificado por ele como “o mais subestimado”, são as novas formas de interação com computadores, telefones e outros aparelhos eletrônicos, ou seja, nós, humanos, comandando as máquinas com fala, gestos e olhares. “Estamos ainda bem no começo das transformações que os softwares nos permitirão. Durante a próxima década digital, as tecnologias tornarão nossas vidas mais ricas, mais produtivas e mais completas de maneira profunda e excitante”, disse.
Bill Gates deixa a Microsoft em julho deste ano, quando pretende se dedicar à Fundação Bill & Melinda Gates, criada em conjunto com sua esposa para incentivar e financiar iniciativas ligadas à educação e saúde em países subdesenvolvidos.

O futuro em Las Vegas
De acordo com a primeira previsão de Gates, os monitores de todos os computadores, vídeo games, TVs e telefones celulares serão de alta definição e as casas terão tantas telas, que cada parede também se tornará uma. A previsão pareceu também fazer parte dos prognósticos dos fabricantes, já que a feira estava completamente tomada por televisores de telas finas, para todos os gostos e necessidades e com leves variações entre si, demonstrando o enorme investimento feito pelas grandes marcas, a fim de ganhar o mercado com novas tecnologias.
A Panasonic, inclusive, chegou a anunciar que todos seus televisores entre 26 e 103 polegadas, de plasma, ou LCD, passarão a ser do tipo Full-HD este ano. “Não temos mais dúvidas de que o consumidor deseja a alta definição”, disse Shiro Kitajima, presidente da divisão de consumo da empresa.
Outra atração do segmento foi a apresentação de TVs com a tecnologia OLED, que promete ocupar o espaço dos plasmas e LCDs no futuro. A tecnologia utiliza uma substância orgânica que brilha e acende quando submetida à eletricidade, o que elimina a necessidade de iluminação traseira (backlight) e torna possível a utilização de gabinetes ultrafinos, com poucos milímetros de espessura. No entanto, durante uma entrevista coletiva realizada pela Sharp, o presidente da companhia, Michael Troetti, afirmou que não é o momento de apostar na tecnologia OLED, sendo necessário “aumentar a produção e a demanda”, além de “ampliar a curta vida útil” das telas.
Antenados à causa ambiental, vários expositores da CES Internacional mostraram produtos que economizam energia, como dimmers para controlar a intensidade da iluminação nas residências ou ainda os controles inteligentes, que ajudam a economizar energia nas horas de pico.

Definições
A maior das definições parece ter ficado a cargo dos padrões Blu-ray e HD-DVD. Dias antes do início da feira, a Warner Home Entertainment Group, uma das maiores distribuidoras de filmes do mundo e tradicional apoiadora dos formatos de alta definição, divulgou seu apoio exclusivo ao Blu-ray. “Nossa intenção é abrir uma janela de oportunidades e acabar com a confusão na cabeça das pessoas”, afirmou o Barry Meyer, CEO do estúdio.
Depois do anúncio, uma festa que seria promovida pelo HD-DVD Group em Las Vegas foi cancelada e os sucessores do DVD, que há tempos vinham disputando o mercado e, como Meyer mesmo disse, confundindo a cabeça das pessoas, distanciaram-se ainda mais na preferência do consumidor.
Estudos estatísticos da Home Media Research indicam que as vendas de títulos em Blu-ray ultrapassam as do HD-DVD nos Estados Unidos, a uma margem de quase 2 para 1. Já na Europa, para cada filme vendido em HD-DVD, três são vendidos no formato Bly-ray, segundo dados da consultoria GfK.

Executivos da indústria juntam-se a Gary Shapiro,
presidente e CEO da CEA, na cerimônia de
abertura oficial da International CES 2008.

Outra parceria desfeita dias antes da feira causou desconfiança quanto à continuidade do projeto que previa a venda de laptops a baixo custo para países em desenvolvimento. A Intel desistiu de participar do projeto sem fins lucrativo com a fundação OLPC (One Laptop Per Child) e atribuiu a decisão às divergências com o fundador da organização, Nicholas Negroponte. Após mais de um ano de conflitos públicos entre a Intel e a OLPC, um representante da fabricante de chips passou a integrar o conselho da OLPC em julho e a companhia planejava anunciar um novo laptop de baixo custo OLPC com base em um microprocessador da Intel na CES 2008, mas o representante da Intel saiu do conselho da OLPC e o novo equipamento foi cancelado. No entanto, Negroponte continua tocando o projeto de um notebook educacional de baixo custo e agora trabalha em conjunto com a Microsoft, para desenvolver um sistema que rode os sistemas operacionais Linux e Windows. Além disso, a fundação OLPC deve unir-se à Fundação Bill & Melinda, para realizar projetos educacionais.


Bill Gates em sua última apresentação como
presidente da Microsoft, na pré-abertura
da International CES 2008.
Novidades
Mais que um palco para grandes lançamentos de tecnologias e dispositivos, como disse Gary Shapiro, presidente e CEO da Associação dos Consumidores de Eletrônicos (CEA), a feira vem cedendo seu espaço também para protótipos de produtos, caracterizando-se pela crescente participação de tecnologias ainda em desenvolvimento, mas que chamam a atenção de seus freqüentadores.
Assim aconteceu com a Panasonic, que exibiu a maior TV de plasma do mundo, com 150 polegadas e demonstrou a comunicação entre TV e reprodutores de mídia, através da tecnologia SiBEAM, que transmite o sinal em alta definição, em baixas distâncias, por um padrão sem fio. Esta tecnologia de comunicação via rede sem fio representa um desafio para as grandes marcas, que pretendem superar a crise na economia americana e atender às exigências da nova geração de jovens, através da convergência de tecnologias – aparelhos de celular, TV, computadores e player DVD.
A Mitsubishi não deixou por menos e apresentou sua televisão a laser, capaz de reproduzir duas vezes mais cores do que as telas convencionais e com contraste praticamente infinito, devido sua emissão de luz pura e concentrada.
Além destas, milhares de outras inovações para a próxima geração de televisões digitais prometem estar disponíveis ainda em 2008. É o caso do protótipo de sistema de TV digital móvel, que a LG pretende lançar nos Estados Unidos. O Mobile Pedestrian Handheld (MPH) entregará sinais de alta qualidade a automóveis que viajam por até 225 km/h, em qualquer lugar que o serviço esteja disponível. “O MPH envia um ou mais canais de TV móvel utilizando uma pequena parte do sinal ATSC de 19,4 Mbps, para que as torres de TV possam transmitir os sinais de TV móvel junto ao canal HDTV já existente”, informou Woo Paik, presidente e Chief Technology Officer da LG.

Visitantes assistem a demonstrações das
últimas tecnologias em equipamentos
eletrônicos.

Acompanhe a seguir, na seção Novidades, alguns dos lançamentos da CES 2008, que prometem agitar o mercado mundial de eletrônicos.