EUROPEUS PREFEREM COMUNICAÇÃO SEM FIO

TENDÊNCIA
EUROPEUS PREFEREM COMUNICAÇÃO SEM FIO
PESQUISA FEITA COM EXECUTIVOS DAS PRINCIPAIS OPERADORAS DE TELECOMUNICAÇÕES EUROPÉIAS MOSTRA OS FATORES COMERCIAIS QUE DEVEM IMPULSIONAR O SEGMENTO E AS TENDÊNCIAS PARA CONQUISTAR MAIS CLIENTES.
Da Redação

Em 2004, o mercado europeu de telecomunicações estava estimado em US$ 283 bilhões. Desse total, 80% é de voz. Em 2004, os indicadores registraram um aumento de 22% no tráfego de dados na telefonia móvel e 62% nos serviços de banda larga. Esses foram alguns dos resultados divulgados pela consultoria Atos Origin durante o Futurecom, que aconteceu entre os dias 24 e 27 de outubro em Florianópolis (SC). O relatório The European Telecom Review mostra algumas previsões para o mercado europeu de telecomunicações nos próximos cinco anos e afirma que esse mercado pode atingir US$ 315 bilhões em 2007, indicando uma taxa média de crescimento de 4% ao ano. O estudo mostra também que o conceito de uma conexão física para a voz dos consumidores estará corroído e as empresas comprarão serviços hospedados de telecomunicação.
As operadoras européias travam uma disputa acirrada pelos serviços de valor agregado empresariais e pela atenção do cliente. A convergência de uma infra-estrutura fixa e móvel e a tecnologia de telecomunicações e informações permite que as operadoras ofereçam serviços agrupados a seus consumidores, incluindo voz, TV, Internet e serviços móveis. As últimas previsões do IDC (o instituto selecionado para entrevistar os dirigentes das empresas) demonstram que as conexões voice over broadband (VoBB) na Europa crescerão de 2 milhões em 2004 para 22 milhões em 2008. Juntamente com a Internet e TV, a VoBB será um componente chave dos serviços agrupados.

Fonte: IDC – 2004

Pim Bilderbeek, vice-presidente de Pesquisas Européias do IDC afirma que os CEOs das operadoras de telecomunicações estão transferindo a atenção do corte de custos para o crescimento de receitas lucrativas. “Conseqüentemente, estão sendo lançados novos modelos de negócios, sendo que as arquiteturas de rede e sistemas de TI vêm mudando rapidamente para prover suporte a esses novos modelos de prestação de serviço”, afirmou.
Ainda segundo o estudo, o acesso em banda larga representa a área de maior crescimento: até o final de 2004 foram registradas cerca de 38 milhões de conexões em banda larga na Europa Ocidental.
Depois de um período de incertezas, o mercado europeu de telecomunicações começa a emitir sinais de estabilidade. As principais operadoras ainda estão concentradas na consolidação de posições, mas sem deixar de lado os investimentos na busca por crescimento e aumento de receita. A tarefa é desafiadora, pois a grande fonte de receita que é transmissão de voz está no epicentro dos ataques, tanto da concorrência interna do setor quanto de novos players que utilizam tecnologias como VoIP.
A saída pode ser disponibilizar aos clientes maior valor agregado no meio físico que os conecta às prestadoras. O ambiente tecnológico é totalmente favorável: tecnologias wireless como WiFi, WiMax e a terceira geração da telefonia celular já se encontram em operação e os serviços de banda larga e VPN tornam-se cada vez mais populares e acessíveis. Gerenciar esse desafio vai ser o grande diferencial competitivo das empresas na busca pela permanência e crescimento. Os indicadores apontam um aumento de 22% no tráfego de dados na telefonia móvel e de 62% nos serviços de banda larga só em 2004. O número de acesso WiFi saltou de 8 mil para 24 mil.

Fonte: IDC – 2004

O estudo aponta ainda que as operadoras têm optado por criar parcerias estratégicas ou desenvolver soluções internas. Além disso, o estudo identificou o aumento na oferta de produtos e iniciativas capazes de disponibilizar conteúdos de TV, jogos, música,fotos e imagens.
Do ponto de vista da base de clientes, as operadoras passaram a focar seus esforços no aumento da receita por assinante, deixando de lado a idéia de obter clientes a qualquer custo. Do ponto de vista estrutural, espera-se que ainda ocorram ajustes e consolidações no setor. As principais empresas européias devem continuar a buscar consolidação como players mundiais e às empresas que optarem por ficarem alheias a esse contexto, restará a alternativa de atuar em nichos e mercados periféricos.

Algumas tendências para o mercado em 2010:
• Modificação no perfil: as empresas devem optar por oferecer serviços integrados de telecomunicações.
• Mudança nos padrões de infra-estrutura wireless baseada em HSDPA com WiFi e também nos padrões baseados em IP/MPLS.
• Deve haver um maior número de empresas especializadas em fornecer de maneira exclusiva infra-estrutura às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações que repassarão essa infra-estrutura a seus clientes finais
• Progressiva redução na concepção de conexão física para o cliente
• Surgimento do conceito de “casa digital”
• Intensificação da disputa por serviços de valor agregado
• Mudança no escopo das empresas de telecomunicações que passam a fornecer conteúdo e meio, inclusive VoIP
• Crescente interação entre empresas de telecomunicações e provedores de tecnologia e comunicação/conteúdo.