Encontro analisa e antevê o futuro da indústria broadcast

NAB 2015/SET e Trinta 2015 – 2ª Parte

por Fernando Moura, em Las Vegas

Nesta segunda parte da cobertura da edição 2015 do SET e Trinta avançamos para soluções satelitais, estado da arte do UHDTV, estruturas e infraestruturas IP e diferentes formas de contribuição de vídeo

A oferta de novos conteúdos, em diferentes formatos e para uma gama muito maior de dispositivos, irá solicitar do broadcaster uma agilidade ainda maior no provisionamento de Novas Mídias”, disse André Altieri (CISCO)

Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) realizou novamente em Las Vegas o SET e Trinta, um seminário exclusivo da SET que reuniu lideres de opinião tanto brasileiros como internacionais, profissionais e empresas que discutiram, durante três movimentadas manhãs, as principais novidades em tecnologia de broadcasting e novas mídias da indústria audiovisual.
Este ano, o evento decorreu de 13 a 15 de abril, nas salas N116, N117 e N118 do pavilhão de exposições do Las Vegas Convention Center durante o NABShow, em Las Vegas, Estados Unidos. Como tem acontecido nas últimas edições, as atividades começaram sempre às 7h e se estenderam até as 9h, quando a feira americana abria as suas portas para visitação.

Workflows completos via IP em 4K
A NAB 2015 mostrou, como já referimos em edições anteriores, que a tendência da indústria é migrar para ecossistemas interconectados via IP.

Assim, Hugo Gaggioni (SONY) apresentou no SET e Trinta 2015 uma série de equipamentos da marca que podem compor um workflow completo em 4K.
Na palestra “4K / UHDTV”, o executivo apresentou os lançamentos da marca referentes a esta nova tecnologia de captação de imagens. Entre os destaques, falou do PMW-PZ1, um equipamento 4K/HD SxS Memory Player, de reprodução e armazenamento de baixo custo para aplicações 4K/HD e pós-produção. Esta solução multi-formato suporta 4K (24p até 60p) e vídeo HD, e uma variedade de formatos, incluindo XAVC Intra & Long, MPEG HD422, e MPEG H. O PMW-PZ 1 trabalha com um slot para cartões SxS, uma saída HDMI, 4 saídas 3G/HD-SDI, saída de áudio analógico (L/R), e uma tela colorida de LCD no painel frontal. Estas interfaces permitem perfeita reprodução, cópia e monitoramento de vídeo tanto 4K como HD através de uma gama de aplicações de vídeo profissionais e de consumo.
O equipamento permite gravar e realizar backups de forma simples através das interfases USB permitindo cópia de arquivos SxS diretamente em dispositivos de arquivamento externo.
O sistema cria um log de cópia (formato CSV) no dispositivo de armazenamento USB externo para que os usuários possam verificar facilmente os nomes dos arquivos copiados.
Ainda falou dos novos lançamentos da marca e como a empresa nipônica desenvolveu um workflow completo em 4K para ser utilizada pelos clientes da marca.

Hugo Gaggioni (Sony) afirmou que “o IP é uma das principais novidades e que os equipamentos interconectados via IP são o futuro da indústria”

Tecnologias 4K e 8K< Neili Noriaki Ugo (PANASONIC) analisou o avanço da tecnologia para formas de captação cada dia mais avançadas em 4K e 8K que já chegam ao mercado e esperam ser utilizadas no Japão nos Jogos Olímpicos Tokio 2020 com transmissões por espectro de conteúdo em 8K.
Na palestra “Desenvolvimento da Tecnologia para Broadcasting 4K/8K” Noriaki Ugo afirmou que o caminho está feito e as companhias já estão desenvolvendo soluções para este tipo de captação e produção. Numa palestra muitíssimo interessante pela quantidade de dados fornecidos, o executivo da Panasonic realizou uma análise pormenorizada da tecnologia 4K e 8K, e quais os seus principais diferenciais e benefícios.
Ele explicou ainda o padrão TV UHD BT.2020, o HDR (High Dynamic Range) e como se está programando a transmissão dos Jogos Olímpicos dos quais a empresa é parceira oficial. Ainda falou das formas em que o sinal 4K é transmitido com sistemas de cabeamento 6G, 12G-SDI, óptica e transmissão IP.
Outro dos pontos tratados por Noriaki Ugo foi a interface óptica do UHD que trabalha com um sensor único de 2/3 polegadas, e os seus benefícios, entre os quais destacou a saturação de cor e as diferenças que esta tecnologia pode gerar devido à expansão óptica.

Noriaki Ugo (Panasonic) afirmou que o caminho está feito e as companhias já estão desenvolvendo soluções para captação e produção em 4k e 8K. Numa palestra muitíssimo interessante pela quantidade de dados fornecidos, o executivo realizou uma análise pormenorizada destas tecnologias, e quais os seus principais diferenciais e benefícios

Soluções via satélite
O transporte por IP não se reduz a estruturas de cabos, também pode ser realizado através de sistemas satelitais. Thomas Wrede (SES) contribuiu com outro olhar sobre as redes IP, desta vez, o conceito do satélite SAT>IP. A palestra intitulada “O IP-LNB e mais além: o crescente universo de SAT> IP” mostrou aos presentes no Las Vegas Convention Center como o satélite pode ser uma opção de redes IP.
Como noticiado pela Revista da SET nas edições seguintes à realização do IBC 2014 em Amsterdã, o SAT>IP permite, através do set-top box da DTH rotear o sinal para os mais variados devices que existam em casa e fazer que a caixa sirva não só como decodificador, mas também como router.
A implantação do protocolo de telecomunicações SAT>IP, um desenvolvimento de SES, mediante o qual o sinal proveniente do satélite é transformado em um sinal IP no ponto de recepção graças a um pequeno servidor que pode ficar localizado na própria antena ou na casa do usuário, sem ter de realizar instalações complexas nem gerar custos adicionais.
Wrede explicou que esta tecnologia, apresentada originalmente em 2012, permite oferecer conteúdo via satélite de alta qualidade em todas as telas da casa de uma forma mais eficiente com a utilização de um roteador que permite que vários usuários desfrutem dos conteúdos chegados via DTH à residência em diferentes dispositivos IP sejam smartphones, tablets ou laptops.
O executivo mostrou, ainda, alguns casos reais de implementações que já estão acontecendo na Europa, e abordou o que será a segunda geração de padrão para a distribuição de satélite in-home no coax-cable, conhecido como CENELC EN 50607.
O setor satelital continuou sendo abordado no segundo dia do SET e Trinta 2015 com a palestra: “Soluções e inovações para SNG e eventos esportivos” ministrada por Ken Takagi (INTELSAT), que explicou aos presentes as tendências e desafios nas transmissões esportivas no Brasil e América Latina.
Durante a palestra, Takagi afirmou que até 2022 haverá na América Latina mais de 120 milhões de residências com acesso a broadband das quais 52 milhões serão no Brasil. “Por isso, é preciso mudar algumas coisas e gerar mudanças no negócio das empresas de broadcast”.
O executivo explicou os benefícios dos sistemas de satélite de alto rendimento para contribuição e distribuição de conteúdo esportivo e SNG e como estes foram utilizados na última Copa do Mundo realizada no Brasil. Ainda mostrou o que pode vir a acontecer na transmissão dos próximos Jogos Olímpicos Rio 2016. Takagi disse que “os eventos especiais que se desenvolveram e aconteceram na América Latina deram um impulso importante à região e mudaram o paradigma de realização de grandes eventos com redes de SNG. Nestes eventos foi preciso utilizar High Throughput, IP, Two -way, anywhere to anywhere, suporte para multiscreen e triple-play. “Como a próxima geração teremos um ambiente híbrido com satéliteterrestre que suporta a solução de transmissão multimídia “triple-play” em eventos especiais com base IP”.
Para Takagi, a solução passa por plataformas IP como a IntelsatOne Prism, de distribuição de conteúdo e de serviços gerenciados que está integrada com a rede de satélites e a rede terrestre da IntelsatOne. Os clientes de mídia podem realizar múltiplas transmissões de conteúdo incluindo vídeo linear, transmissão de arquivos, VoIP, acesso à Internet e transmissão de dados na mesma plataforma. Ela possibilita aos clientes de mídia implementar uma rede digital utilizando os equipamentos existentes, com pequeno investimento que simplifica a operação da rede.

A edição 2015 do SET e Trinta contou com a participação de mais de 450 broadcasters brasileiros, dos quais 150 se registraram por meio da SET para ingressar no recinto da NABShow 2015

Novas formas de análise no mercado broadcast
Robert Rowe (SNELL/LINE UP) trouxe ao SET e Trinta um tema novo, o “Media Biometric”. Ele afirmou que “não é muito frequente que uma tecnologia chegue ao mercado e crie uma nova capacidade na indústria.
O Media Biometrics é o culminar de 10 anos de pesquisa da Snell e fornece novas e inovadoras capacidades dentro do setor broadcast”.
Segundo ele, a tecnologia permite que a infraestrutura de transmissão de mídia se torne consciente e permita que os seus usuários identifiquem e verifiquem qual é a mídia correta e como está sendo tratada e distribuída.
Rowe descreveu a tecnologia e algumas das aplicações que os novos produtos que trabalham com essa tecnologia serão capazes de resolver incluindo algumas implementações do sistema. As assinaturas do “Media Biometric” realizam a análise, identificação, a comparação dos conteúdos audiovisuais e o transporte destes conteúdos. Ele disse ainda que durante a NAB se realizaria a apresentação formal desta plataforma que “mudará a forma de transportar conteúdos audiovisuais”.

Contribuição e distribuição de vídeo
Em outra palestra interessante, Jan Eveleens (AXON) descreveu como pode ser utilizado o vídeo sobre Ethernet por parte dos radiodifusores. A palestra: “Vídeo sobre Ethernet para aplicações em Broadcast” fez uma análise sobre as formas de transmissão utilizadas pelos broadcasters e explicou como hoje já é possível trafegar vídeo “de forma natural” por redes de Ethernet.

Jan Eveleens (AXON) descreveu como pode ser viabilizado o vídeo sobre Ethernet mediante a plataforma IEEE Audio Video Bridging (AVB)

“Durante algum tempo a tecnologia broadcasting trabalhou com infraestruturas de transmissão baseadas em redes dedicadas. A indústria específica de interconexão e interface.
Hoje esta forma de distribuição está chegando ao fim”. Para Eveelens, as redes Ethernet tornaram-se rápidas o suficiente e com as extensões adicionadas desenvolvidas pelo grupo IEEE Audio Video Bridging (AVB), se tornaram confiáveis e determinísticas o suficiente para servir como a próxima geração de infraestrutura, atendendo as infraestruturas de transmissão (ao vivo).
O CEO da Axon disse que o importante é a “interoperacionalidade.
A possibilidade de ter serviços em duas direções e de fácil manuseamento” para criar redes transparentes e de fácil acesso que permitiam trabalhar de forma rápida e eficiente.
Continuando com a distribuição de vídeo, a Haivision analisou o mercado atual e afirmou que um dos principais desafios do setor passa por definir quais são as “limitações de infraestrutura e de largura de banda que representam uma série de desafios para as empresas de broadcast brasileiras e globais”.
Na palestra “Superando o Desafio de Backhaul dos broadcasters”, Abel Honigsblum (HAIVISION) explicou como superar esses desafios gerenciando e distribuindo mais conteúdo a um custo menor, utilizando conexões de Internet públicas. Para isso, o executivo explicou o funcionamento da plataforma SRT, uma solução para vídeo HD que pode ser utilizada em serviços de Internet públicos e trabalha com segurança, realizando a distribuição e contribuição de conteúdos ponto a ponto com interatividade.

 


Fórum SET: UHDTV – presente e futuro

Painel debate o estado da arte da tecnologia 4K

Um dos pontos altos do encontro de broadcasters propiciado pela SET foi a sessão “UHDTV -presente e futuro” que trouxe ao Las Vegas Convention Center uma importante reflexão sobre as novas tecnologias de captação e distribuição de UHD.

O executivo da CES, Mike Bergman afirmou que nos Estados Unidos, 56% dos norte-americanos já mudaram para aparelhos de TV Digitais e a tendência é continuar a crescer a um ritmo entre 7 e 9%

A sessão contou com a presença de executivos do EBU, CES, KBS e NHK, e foi coordenada pela diretora Internacional da SET (TV Globo), Liliana Nakonechnyj, colocando no seminário o estado da arte do UHD na Europa, Estados Unidos e Asia, principais polos de desenvolvimento desta tecnologia.
A primeira palestra do Fórum SET, intitulada, “UHDTV: A experiência da próxima geração de usuários – de resolução para um pixel melhor”, se focou na pesquisa realizada pela EBU (European Broadcasting Union) sobre os vários parâmetros UHDTV e como ela observa a cadeia completa de televisão em UHDTV.
Hans Hoffmann, diretor do Media Fundamentals and Production technology do EBU explicou os diferentes paramentos da resolução 4K e como a captação em UltraHD muda os conceitos de produção. Ele disse que neste momento as câmeras estão avançadas, as lentes estão sendo desenvolvidas, mas ainda há problemas com as interfaces, a compressão e os workflows. Sobre a contribuição, Hoffmann afirmou que é necessário estabelecer um parâmetro claro e um padrão, que deve ser o HEVC porque se bem existem protótipos ainda falta um padrão.
“A maior quantidade de pixels não necessariamente é maior qualidade” comentou Hans Hoffmann explicando e analisando a resolução, e as melhorias espaço-cores (colours space), e a infraestrutura que esta nova tecnologia oferece a indústria.

Ele afirmou que a primeira fase do processo de implantação do UHD está concluída, e que nos próximos dois anos haverá que decidir muitas coisas, e claro, até 2020 “deveremos ter normatizado os encoders, o vídeo e as compatibilidades de áudio”.
O pesquisador do EBU disse que é prioritário ter uma aproximação eficiente dos “end2end e uma eficiência na produção dos equipamentos com esta tecnologia de captação”. Tem de ser diferenciada a produção da distribuição, e estabelecer porque se produz e como se distribui. “O 8K em Europa no futuro é uma hipótese, mas neste momento é uma discussão acadêmica que tenta desvendar se os consumidores terão ou não vontade de consumir conteúdos audiovisuais com esta resolução”.
A palestra “Evolução dos displays no mercado americano”, ministrada por Mike Bergman, diretor do Forum Technology & Standards da Consumer Electronics Association (CEA) trouxe ao Fórum SET algumas ideias sobre tecnologia, formatos, resoluções de vídeo, conteúdo e funções. Segundo ele, esses fatores têm moldado o mercado dos Estados Unidos para televisores e monitores, e continuam a fazê-lo.

Na palestra “UHDTV: Roadmap do 4K ao destino final 8K”, Tsuyoshi Hinata (NHK) reafirmou que a emissora pública japonesa transmitirá as Olimpíadas de Tokio 2020 com tecnologia 8K

 

Bergman mostrou que nos Estados Unidos, 56% dos norte-americanos já mudaram para aparelhos de TV Digitais e a tendência é continuar a crescer a um ritmo entre 7 e 9%. As pesquisas das equipes do CEA Market Research, disse Bergman, têm desenvolvido e apresentam informações detalhadas sobre fatores de compra do consumidor, volume das tendências e as forças de mercado. De fato, disse o executivo, entre 2012 e 2014, as vendas de TVs UHD aumentaram mais de 245%.
Nessa pesquisa, se estabeleceu se as pessoas conhecem o 4K, ele disse que em 2014, 55% das famílias norte-americanas sabiam o que era, e quais os seus diferenciais, o que permitirá que aumente o market-place de TV´s OLED.

A pesquisa apresentada, mostrou ainda, que as pessoas desejam ter maior qualidade de imagem e por isso procuram conteúdos de qualidade que podem ser entregues através de serviços de OTT, e que desde 2013 o consumo de conteúdos audiovisuais só pela internet está aumentando, enquanto o acesso por TV por assinatura e TV aberta esta caindo.
Na palestra, “UHDTV: Roadmap do 4K ao destino final 8K”, proferida por Tsuyoshi Hinata, o engenheiro da Japan Broadcasting Corporation (NHK — Nippon Hoso Kyokai) reafirmou que a emissora pública japonesa realizará testes broadcasting em 8K durante os próximos Jogos Olímpicos Rio 2016 para na Olimpíada seguinte, em Tokio 2020 se realizem os jogos com tecnologia 8K.

Sansung Kim do KBS TRI da Coreia afirmou que no país já se realizam emissões regulares de TV aberta em 4K

Hinata disse que o principal objetivo da emissora é transmitir os “Jogos de Tokio em 8K” pelo qual tem desenvolvido testes em diferentes eventos, como Copa do Mundo no Brasil, e criada uma ampla variedade de programas de esporte em 8K – patinação artística, golfe, luta de sumô, e muitos mais. Além de esportes, a NHK também se lançou em outras áreas, tais como paisagens, eventos históricos, dramas, fotos aéreas e fotos subaquáticas. Assim, “temos tentado estabelecer a melhor maneira de dirigir produções 8K”.
Mostrando diferentes eventos, o pesquisador da NHK, mostrou a evolução das transmissões em 8K, o posicionamento das câmeras e como estas estão sendo feitas no Japão. Ainda mostrou o workflow completo utilizado em transmissões como, por exemplo, a realizada durante o Carnaval do Rio em 2015.
A última palestra do Fórum SET esteve a cargo de Sansung Kim do KBS TRI (Technical Research Institute at Korean Broadcasting System), intitulada “A nova fase do serviço terrestre UHD: UHD 4K transmitido, ao vivo, via canal terrestre”. O pesquisador descreveu nela como foram realizadas as primeiras transmissões de eventos esportivos em 4K, desde a produção local, a codificação HEVC, até a transmissão ao vivo em SFN (Single Frequency Network), assim como a transmissão IP experimental de vídeo não comprimido 4K via KREONET, rede nacional P&D desenvolvida pelo KBS TRI.
Kim afirmou no Las Vegas Convention Center que na Coreia, 93% das pessoas tem acesso a TV digital terrestre (TDT) e que depois de uma pesquisa se estabeleceu que mais de 60% dos coreanos queriam ver UHDTV através da Televisão Digital Terrestre, por isso a empresa já está realizando transmissões experimentais em 4K por espectro.
Para isso, a KBS realiza a captação em 4K em uma produção ao vivo que é transmitida em real-time mediante um encoder HEVC que, pela sua vez, é transmitido desde uma estação broadcasting. “Neste momento estamos na quarta fase do processo com transmissões experimentais em 4k 60p”.
Ele explicou como foi feita a transmissão experimental por espectro em 4 lugares da Coreia para transmitir a final da copa do Mundo em 4K, e como hoje já é possível receber em casa um sinal de TV aberto em 4K.
Segundo Kim, ainda em 2015 será possível a recepção nas maiores cidades do país, sendo que em 2018 a ideia será a transmissão dos jogos Pyeong-Chang 2018. “Em 2020, o sinal estará em todas residências da Coreia”, finalizou.

Novas Mídias: TV, onde está você agora?

por Fernando Moura e Rodrigo Terra

painel que fechou o SET e Trinta 2015 contou com a presença de convidados internacionais e especialistas na área de transmídia no Brasil
“Novas Mídias: TV, onde está você agora?
” foi o tema escolhido para compor a mesa de apresentações moderada pelo vice-diretor de Novas Mídias e TV por Assinatura da SET, e também presidente da Associação EraTransmídia, Rodrigo Dias Arnaut.
A última sessão do encontro de broadcasters brasileiros organizado pela SET no marco da NABshow contou com a presença de John Giunta, diretor de Demand Generation na Videolicious, falando sobre um workflow eficaz desde a captação do conteúdo usando dispositivos móveis como smartphones e tablets até a publicação em redes sociais. Mostrou os resultados desta ferramenta já adotada pela FOX. Giunta demonstrou a ferramenta em um iPad, gravando ao vivo uma chamada de um telejornal, editando, incluindo conteúdo off-line e publicando diretamente no Facebook.
HEVC e 4K: O futuro da radiodifusão e a TV everywhere”, foi o tema da apresentação de Jean-Pierre Henot, CTO (Chief Technology Officer) da Envivio, empresa com tradição em infraestrutura de vídeo, trazendo uma interessante abordagem de como o HEVC e o 4K podem se tornar um grande aliado para entrega de vídeo em qualquer plataforma, tornando-se uma solução agnóstica para a efetiva realização do conceito de TV Everywhere.
“Simplificando a cadeia de suprimentos de broadcast para distribuir para qualquer plataforma em qualquer momento”, Tom Holmes, VP de Vendas e Marketing da Deluxe MediaCloud lançou em 2013 na NAB sua plataforma MediaCloud, criando um ecossistema totalmente baseado em software como serviço. Em 2015 ela evoluiu seu sistema trazendo uma solução completa integradora para aquisição, gerenciamento de dados e conteúdo e entrega de vídeo já atendendo IPTV, Broadcast tradicional, VOD e dispositivos móveis.
Alan Wolk, chairman da 2nd Screen Society, contou sua visão como chairman desta associação criada em 2013. Segundo Wolk, os “cord cutters“ e “cable cutters“ não está acontecendo, e sim, como na história da radiodifusão mundial, nenhuma nova mídia matará a anterior.
Na palestra: “Segunda tela 2.0, tudo é sobre dados”, ele disse que os dados gerados por aplicativos de segunda tela podem ser uma grande chave na proposição de valor para produtores de conteúdo, estúdios e emissoras, já que é possível reconhecer os hábitos da audiência numa amostragem impossível de ser feita anteriormente.
Projetando a Transmídia para os próximos programas”, foi a palestra de Houston Howard, produtor transmídia em Los Angeles e novos projetos para TNT e CW TV (da Warner e CBS). Ele falou sobre a importância de se criar novos modelos de negócios para novas mídias e novos conteúdos. Disse que o trabalho do produtor transmídia está crescendo, e que o crescimento desta função dentro das emissoras e produtoras de conteúdo, trouxe conceitos de expansão de histórias contra a adaptação simples e comum e contou sobre cases das séries de TV nos projetos que tem atuado.
No tema “Novas mídias e plataformas Transmídia para TV”, Rodrigo Terra, líder do comite de Novas Mídias da SET e diretor de negócios da Associação EraTransmidia, pontuou em três tópicos sobre a necessidade da quebra de barreiras entre departamentos nas emissoras e produtoras que queiram ter sucesso em projetos transmídia que gerem resultados para um longo prazo de vida e dos negócios.
Terra falou sobre a importância do método MAMP (Multi Audiência Multi Plataforma) desenvolvido pela EraTransmídia para desenvolver um projeto transmidiático e terminou sua interessante apresentação exemplificando como expandir o universo das histórias e das telas usando Internet das Coisas, mostrando as lâmpadas Philips Hue e sua integração com episódios da série de televisão “12 Macacos” do canal Scify.