Com novo marco regulatório ABTA debate o cenário brasileiro

CONGRESSO ABTA

“O Congresso da ABTA foi excelente!”, revelou Alexandre Annenberg, superintendente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA). “A cada ano nós temos um congresso mais importante, mais interessante, uma feira com espaço cada vez maior com um número muito grande de estandes internacionais. Entre eles, chineses, tailandeses e coreanos”. Esta edição registrou um total de 10.600 participantes, 30 por cento a mais de inscritos pagantes com relação ao ano passado. Só no primeiro dia foram três mil pessoas visitando os espaços do evento.

De acordo com o superintendente, “o congresso levantou as questões mais candentes e mais importantes, que precisam ser discutidas, principalmente, com a aprovação do Projeto de Lei da Por Gilmara Gelinski Câmara no116. Agora nós teremos que redesenhar todo o cenário de marco regulatório, que deve nos guiar nos próximos anos. E esse não é um trabalho trivial, é extremamente sério e importante. Nós sabemos que estão em discussão algumas teses, algumas posições polêmicas, que precisam e exigem um aprofundamento muito grande e que com a aprovação do PLC116 possamos encarar tudo isso”, avaliou Alexandre, durante sua participação no Congresso SET.

O congresso e feira ABTA 2011 são um evento de TV por assinatura, mídia eletrônica e telecomunicações. Divulgado pela assessoria de imprensa da ABTA, a TV por assinatura no Brasil já chega a 11,1 milhões de domicílios, ou 18,5% do mercado brasileiro. Considerando-se o número médio de pessoas por domicílio, divulgado pelo IBGE (3,3 pessoas), o serviço chega a mais de 36,6 milhões de brasileiros. No primeiro semestre de 2011, o crescimento do setor foi de 13,7 por cento. As novas licenças para TV a cabo e a nova regulamentação para o setor devem colaborar para que estes números cresçam ainda mais rápido.

O encontro, promovido anualmente pela ABTA e organizado pela Converge Comunicações aconteceu nos dias 9, 10 e 11 de agosto, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A 19ª edição contou com a presença de 200 empresas distribuídas em 97 estandes, sendo sua maioria internacional, com origem da China, Estados Unidos, Coreia, Peru, Japão, Reino Unido, Espanha, Argentina, França e Taiwan. Com relação ao ano passado, o número de expositores estrangeiros, no evento, aumentou 50 por cento. São fornecedores de equipamentos e programadoras interessadas no mercado brasileiro, um dos que mais crescem no mundo. Na cerimônia de abertura, estiveram presentes o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, o presidente executivo da ABTA, Alexandre Annenberg, além dos senadores Eduardo Braga e Walter Pinheiro.

Divididos em quatro painéis e treze sessões, os debates foram sobre mercado, regulamentação e tecnologias. Os palestrantes abordaram questões sobre o grande crescimento pelo qual o setor de TV por assinatura vem passando nos últimos seis anos e tentaram responder: Quais os melhores caminhos para ampliar o ritmo de crescimento do mercado a partir de agora? Quais as inovações em serviços e produtos que surpreenderão o consumidor nos próximos anos? Como serão distribuídos os papéis entre os players deste mercado? E como se dará a competição a partir de agora?

Nova parceria
Foi durante o Congresso da ABTA que a Rede Telecine e a Disney Media Network Latin America anunciaram o acordo que fecharam. A partir de outubro, a Rede Telecine exibirá o conteúdo cinematográfico da Walt Disney Company, que de acordo com Alberto Pecegueiro, da Globosat, o peso do mercado brasileiro definiu a nova estratégia da empresa. O contrato concede à rede os direitos exclusivos de transmissão na TV por Assinatura brasileira das produções da Walt Disney Pictures, Dreamworks, Marvel, Miravista, Patagonik, Disneynature e Pixar.

Segundo João Mesquita, presidente dos canais Telecine, o acordo não aumentará os custos dos pacotes para o cliente final. Com os filmes da Disney, a rede passará a ter filmes de seis dos oito estúdios de Hollywood. A estreia ocorrerá no dia 1 de outubro com o filme Carros 2, no Telecine Pipoca e Premium.

Com a nova adesão, segundo Mesquita, o Telecine passará a deter 78 por cento da audiência em filmes da TV paga brasileira, contra os atuais 60 por cento. Para Fernando Barbosa, representante da Disney Media Network, como o Telecine tem uma base de assinantes maior, o acordo é importante porque significa mais dinheiro para os estúdios Disney.

 

Gilmara é editora da Revista da SET. E-mail: [email protected]