Alunos do Projeto Proex realizam cobertura do Congresso SET 2015

FEIRAS E EXPOSIÇÕES – Convênio SET/Unesp

Nº 155 – Out /Nov 2015

por Francisco Machado Filho, em São Paulo

Quatro alunos do curso de Jornalismo da Unesp realizam junto a equipe da Revista da SET a cobertura do principal Congresso de Engenharia de TV e novas mídias da América Latina, nesta reportagem contamos em primeira pessoa as suas impressões da cobertura.

Alunos do projeto ProEx participam da cerimónia de abertura da SET Expo 2015 em São Paulo

Durante os 5 dias da edição 2015 do Congresso SET, quatro alunos do curso de Jornalismo da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da UNESP/Baurú, realizaram baixo a supervisão de Fernando Moura, editor chefe da Revista da SET, e o Prof. Francisco Machado Filho (FAAC/ /UNESP), coordenador do Projeto de Extensão (Pro EX), “Tecnologia em Televisão”.
Estes trabalhos conjuntos entre os alunos da UNESP e a Revista da SET se realizam desde 2013, mas a edição 2015 foi especial porque fez parte do Projeto, já assinado entre a SET e o professor Doutor Francisco Machado Filho e que espera avançar para um acordo marco entre as duas entidades, a Sociedade de Engenharia de Televisão (SET) e a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Social (FAAC), da Universidade Estatal Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP/Baurú).
O Congresso SET foi desta fez, como nas duas oportunidades anteriores (2013/2014) um momento fundamental para alunos e revista, porque é o momento onde a acadêmia se acerca ao trabalho diário de hardnews, e onde a Revista da SET e os seus leitores têm acesso ao olhar de futuros jornalistas que estão sendo formados em uma das melhores universidades do país. Estes alunos junto do professor Francisco Machado Filho estão aprimorando seus conhecimentos numa área, paradoxalmente, muito pouco explorada na acadêmia e, por conseguinte, pelos alunos no geral. E, numa área, que, também, tem poucos jornalistas capacitados para cobrila. Um dos objetivos do projeto já esta cumprido, um dos alunos que participou do projeto em 2014, uma vez formado entrou no mercado de trabalho e hoje desempenha seu trabalho em uma revista do setor.

Reunião de Pauta da equipe ProEx/Revista da SET antes do começo de uns dos cinco dias de intensa cobertura

A seguir, uma reportagem intima com os alunos que contam em primeira pessoa a experiência de ter participado do Congresso SET e do SET Expo 2015 e como realizaram a cobertura, como trabalharam no dia a dia do evento, e como fizeram a sua primeira cobertura online e de hardnews.Prática antes da formação“Entre os dias 23 e 27 de agosto, vivenciei uma das experiências mais ricas da minha recente vida jornalística. O Congresso SET e a Set Expo me agregou conhecimento profissional, me fez progredir como pessoa e em diversos aspectos, possibilitou meu amadurecimento. Com a ajuda do professor Francisco Machado Filho e do editor da Revista da SET, Fernando Moura, produzi conteúdo numa frequência que jamais havia produzido antes e ainda mais, um conteúdo de extrema importância para um evento decisivo nas definições do futuro da televisão brasileira”, afirma Júlia Gonçalves, uma das participantes.
Issac Todelo, bolsista do Proex, afirma que a possibilidade de participar do Congresso da SET e entrar em contato com um campo muito pouco explorado pelo jornalismo que é a tecnologia, e poder realizar um trabalho para a principal publicação da área é muito importante para sua formação, de fato, e “infelizmente, o horário integral da faculdade não permite que tenhamos contato direto com o mercado de trabalho. Por isso, o PROEX é importante para ter essa experiência profissional ainda na graduação”.
Jessica Dourado explica que a cobertura proporcionoulhe uma experiência nova, “a de ver e acompanhar de perto um pouco o que é ser repórter, como fazer o day by day, e ensinoume bastante sobre como comportarme no papel de repórter.
Para Nathane Agostini “a experiência de realizar a cobertura jornalística de um evento tão grande e importante foi muito engrandecedora. Lidamos com a pressão de cobrir palestras sobre temas que, na maioria, não entendíamos, para um público especialista no assunto; e em alguns casos, expostas em um idioma que não dominamos. Além disso, tivemos a experiência de trabalhar com deadlines bastante ‘apertados’, muito próximos a realidade do mercado de trabalho”.

Julia Gonçalves e Antonio Araujo redirigem a reportagem de uma das 62 sessões do Congresso SET 2015 publicadas no blogue da Revista da SET (www.revistadaset.com)

Experiências
A cobertura e a experiência de participar do projeto SET/UNESP, pode ser fulcral na vida destes jovens jornalistas. Júlia afirma que “ter a função de documentar painéis que contavam com grandes nomes da televisão como Raimundo Lima (TV Globo) e Jovino Pereira (MiniCom) foi inicialmente assustador. Será que eu seria capaz de falar sobre assuntos que eu era leiga para pessoas que trabalhavam anos com isso e que viviam tais assuntos diariamente? Acredito que ao fim do Congresso superei minhas expectativas e também acredito que atendi às demandas propostas pela SET. Atrelada a responsabilidade com a SET, os painelistas e os congressistas, também vinha a responsabilidade com a UNESP, que possibilita minha formação e financiou minha ida até o Congresso. Ser uma das integrantes de um projeto com grande potencial de visibilidade para a universidade traz a consciência do trabalho que estava exercendo”.

Jessica concorda e acrescenta:” Estar em um lugar com pessoas que possuem extrema importância para o mundo da tecnologia em televisão e rádio, na comunicação e até no Ministério das Comunicações, deixou-me um pouco assustada no começo, não sabia como agir, não sabia o que deveria falar ou não, quem eu poderia entrevistar ou não, até qual roupa vestir foi um dilema para tal evento. Mas com a ajuda de todos (não apenas dos meus companheiros de cobertura, mas também daqueles com quem fizemos amizade na sala de imprensa e ao longo do congresso), e principalmente do editor chefe, Fernando Moura, e do nosso professor, Francisco Machado Filho, passar por essa experiência captando só coisas construtivas foi mais fácil. Na universidade, por mais que nos esforcemos ao máximo e façamos parte de vários e diferentes projetos de extensão, uma oportunidade dessas não é oferecida com frequência, na realidade, quase nem é oferecida, por isso, ter a oportunidade de cobrir o congresso foi algo além das expectativas e até além da nossa realidade”.

Para Nathane a experiência fantástica. “Foi inestimável ser tratada como profissional de imprensa e poder exercer o fazer jornalístico como tal, ainda mais estando apenas no 3º termo da graduação. E mesmo que, em alguns momentos, a pressão tenha sido assustadora, tínhamos o suporte e a orientação do editor Fernando e do professor Francisco, o que tornou a experiência, no geral, bastante positiva”.
O Issac Toledo, vai além e afirma que o que mais o marcou durante o Congresso foi “o fato de ser tratado como verdadeiro jornalista. Todos os representantes da SET sabiam que eu e as minhas colegas estávamos no segundo ano do curso de jornalismo, mas sempre nos trataram de igual para igual, como adultos, como jornalistas profissionais. Claro, que a cobrança e a fiscalização foi intensa para fazer o melhor trabalho possível, como qualquer outro profissional que ali estava. Isso foi importante para sair da “zona de conforto”, Unespaprimorar o texto em um curto espaço de tempo, aprender a lidar e trabalhar com pessoas desconhecidas, e que têm valores diferentes dos meus. Além de saber controlar a pressão demasiada em mim mesmo”.

Gabriel Cortez, entrevista a Keith Pelletier, diretor general de Dielectric no estande da IF Telecom durante a última SET Expo 2015 realizada em São Paulo)

Balanço
O balanço dos alunos é positivo. A júlia afirma que a experiência possibilitou que passasse por situações que “sequer sonhava experienciar durante minha formação. Posso dizer que os conhecimentos adquiridos me situaram mais próxima e mais preparada para o mercado de trabalho e claro, melhoraram infinitamente meus textos jornalísticos, em questões de rapidez, objetividade e clareza. Passar horas para escrever 2000 caracteres era algo impensável durante a cobertura do Congresso e hoje, é algo impensável para mim. O ambiente de trabalho era muito profissional e era possível senti-lo à flor da pele. Trabalhei ao lado de jornalistas experientes e consegui muitas dicas com eles também”.
Para a jovem estudante, a cobertura trouxe momentos importantes, e experiências ricas. “Não posso deixar de citar a possibilidade que tive de entrevistar os representantes do Pavilhão Japão, dentre eles um dos diretores da NHK, emissora pública japonesa que desenvolveu o 8K. A oportunidade surgiu repentinamente e acabou sendo uma das mais enriquecedoras do Congresso. Fora todo o crescimento pessoal e aprimoramento técnico do papel de repórter, também pude entender muito melhor temas como a migração do AM para o FM, o switch-off, que foi muito debatido, armazenamento em nuvem e tecnologias 4K e 8K”.
O balanço da Jéssica Dourado, é positivo. Para ela, “entre tantos aprendizados, um dos maiores foi a maneira de me comportar. Foi a primeira vez que tive tanta responsabilidade em um grande evento, isso exigiu um comportamento um pouco mais formal e sério, coisa que até então não era muito meu perfil. Pensei que isso seria um empecilho na realização do meu trabalho, mas consegui adequar-me e achar os momentos certos para conversas descontraídas com as pessoas certas. Tenho certeza que essa lição também vou levar para a vida”.

Os professores Francisco Machado Filho e Ana Silvia Lopes da UNESP conversam com André Barbosa Filho (EBC/SET) no fim da palestras promovida pela Revista da SET/ProEx no Congresso SET 2015

Ela ainda disse que “fora todo o conhecimento profissional jornalístico que adquiri, também captei um considerável conhecimento técnico. Antes de começar a escrever para a Revista da SET no projeto de extensão, não me interessava em saber sobre essa área de tecnologia, engenharia da televisão e esses assuntos mais técnicos. O congresso me fez entender a importância que esses assuntos possuem e me trouxeram um conhecimento que não conseguiria em lugar nenhum. Hoje em dia, vejo algum post sobre 4K, migração de AM para FM, novos modelos de TVs, e tenho curiosidade em saber o que está sendo falado ou apresentado”.
O Issac Toledo é mais singelo, como nas suas matérias. “Obtive um aprendizado relevante durante o Congresso, não só para minha carreira, mas também para a vida. Em relação ao trabalho desempenhado, para uma primeira vez, considero que foi muito produtivo. De fato, sempre podemos melhorar e tenho certeza que o próximo Congresso será ainda mais proveitoso”.

Fernando Moura, editor da Revista da SET entrevista Luis Pinevsky, (Orad/Avid) na sala de imprensa do SET Expo 2015

Júlia, vai mais além e afirma que “a experiência não foi inteiramente um paraíso para mim. Fiquei cansada com o ritmo acelerado de palestras e aflita com os deadlines das matérias, mas acredito que esse lado “negativo” é justamente o que tornou a experiência tão real. Se alguém me perguntasse se valeu a pena e se eu gostaria de voltar no próximo ano, respondo sem hesitar que sim. O saldo positivo foi imensamente maior. De maneira sintética, posso definir o Congresso como uma experiência única que me incentivou ainda mais a seguir a carreira jornalística e que proporcionou a expansão do meu conhecimento”.

* Matéria produzida pelos alunos Isaac Toledo, Jessica Dourado, Nathane Oliveira e Júlia Gonçalves do curso de Jornalismo da Unesp/Bauru como atividade do acordo de cooperação entre a Revista da SET e o Projeto de Extensão Tecnologia em Televisão sob orientação do prof. Dr. Francisco Machado Filho, e edição de Fernando Moura